Poemas a um Poeta Olavo Bilac
Os riscos davam tão certo,
Os momentos eram tão lindos,
Estava sempre por perto,
Nós vivíamos sempre sorrindo.
Nunca descobriu tua vocação,
Aquele talento inato,
Dom divino,
Predestinação.
Emblemática, a alternativa que lhe restou,
Dedicação incondicional.
Amou com paixão
E apaixonadamente odiou.
Profissionalmente rotacionava
Em circundução pelos eixos,
Latero-lateralmente, ântero-posteriormente
Talvez por isso,
Tenha invariavelmente registrado seu jeito,
Naqueles que estiveram presentes,
Nos mesmos recintos que Ela.
Filha de uma mãe e vários pais,
Que tinham outros filhos em diversos cais,
A história se fazia, corrida diária,
Aquela sobrevida na zona portuária.
Foi adotada por uma bruxa,
Acorrentada no porão pela madrasta,
Era espancada, levou muita bucha,
Se viu acurralada e deu uma basta.
Fugiu numa noite gélida,
Logo caiu nas poções encantadas,
Não imaginou as ruas tão violentas,
Mais uma usuária viciada.
Todo ser vivo precisa de zelo,
Para poder se desenvolver,
Trate-o mal se quiser perdê-lo,
Mas não lamente quando acontecer.
Logo em seu nascer ele a contempla,
Esperando paciente seu desabrochar,
Está fumegante, sua visão é ampla,
O mais breve instante quer ornamentar.
Alguns pobres zangões
Querem ao Sol se igualar,
Beijar e sugar a Flor
Depois rejeitá-la e deixá-la secar.
Polinizar os arredores
Para outra flor germinar.
Mas o Sol declara:
Esta Flor é minha até o verão chegar.
Entre eu e o céu,
Estava você e eu te escolhi.
Uma dádiva cruel,
Afinal, o que é o Paraíso sem Você ali ?
Me orgulho de minha vida inteira. Quer fazer igual? Siga duas regras:
1- Não faça TUDO por AMOR
2- Faça TUDO com AMOR
CANTO DA ESPERANÇA
De João Batista do Lago
A sinfonia da insensatez em toda pressa
Reverbera o prenúncio de toda guerra
Imanência de estados totalitários
Sujeitando a honra de povos na terra
A nota colonizadora é a dó maior
Gerando mortandade com seus fuzis
Prostrando sobre a pátria todos os civis
Famélicos soldados do vão ouro negro
Até quando os senhores donos do mundo
Plantarão toda infinda desgraçada sorte
Subjugando toda uma nação até a morte?
Há de chegar o dia da nova esperança
Há por certo de se compor sinfonia nova
O mundo será jardim de almas crianças
VIGÉSIMO QUINTO HEXÁSTICO
porque igual assim me pretendes
não quero deste mundo fugir
esta dor é um bem que me dói
puro desejo de potência é
nego por fim teu prazer fátuo
melhor viver a dor ousada
