Poema sobre Cultura
As vestes dos falsos ativistas políticos culturais pelos comícios populares forjados pela cidade deveriam ser mortalhas esfarrapadas mamulengas com tecidos baratos e miçangas de pimentas de cheiro secas e curtidas ao sol.Pimentas ardentes das boas nunca serviria para tal adorno barato e sem graça.
Afinal quando estes personagens do baixo clero, na maioria das vezes seres baixinhos que vivem dando saltinhos assanhados como se fossem macaquinhos poucos adestrados....mas quando estes homenzinhos roubam a cena dos verdadeiros palhaços da boa artística e culta atualidade, aparentam ser endemoniados menestréis do mau gosto e mau agouro, que por meio de blasfêmias próprias dos infelizes incitam palavras de guerra, de dor, miséria e revolução. Mas a arte, a educação e a cultura não se engana, não permitem ser lombo, sela ou caminho para desigualdades do povo que já nasceu diferente e de todo jeito. O que a arte uniu um dia nenhum pobre diabo coitado falso politico de araque pode por macaquices desunir com tanta facilidade.A arte, a educação e a cultura são muito bem protegidas por mandingas, rezas e orações fortes de benzedeiras e pelos sacis, pastoreios e curupiras tanto do norte e como do sul.Ainda bem que o Tamandaré com sua folha de palmeira nos protege e nos guia.
Ser culto não é conhecer idiomas diversos. Não é o conhecimento do inglês nem do francês que vem comprovar cultura no indivíduo. Tanto marinheiro, tanto mascate, tanto cigano há a quem meia dúzia de idiomas são familiares sem que, no entanto, possuam cultura.
Aluno brigando por maior nota em sua redação, quem não sabe fazer um bom texto, vai saber avaliar os critérios de correção? Aí, um da letra garrancheira, ilegível encheu as trinta linhas, eu dei 10, vai que é um ser evoluído demais com cultura interestelar e a culpa está em mim por não saber entendê-lo.
Queremos o tempo por inteiro, utilizado ao limite, e nos tornamos ansiosos. Passamos a incentivar a cultura do “fast”. O fast food das refeições, o fast track das decisões, o fast love dos relacionamentos.
O Brasil só terá um bom governo soberano para os próximos anos e com representantes mais comprometidos com a realidade nacional nas próximas eleições com um maior investimento na educação, na cultura e na cidadania. Sem isto os nomes mudarão sim, mas a ciranda da corrupção entre os poderes e o flagelo social de uma nação miserável e ignorante, permanecerá.
Nossa sobrevivência depende da transmissão do saber indígena de uma geração para a outra além de se munir da cultura do colonizador para fazê-lo entender que temos o direito de sermos diferentes. Não é o fato de nossas culturas serem antigas que nos impede de ser contemporâneos, na verdade enfrentamos o desafio de para poder sobreviver, dever fazê-lo em dois mundos: ser bilíngues em países que não reconhecem as línguas da própria terra, precisamos entender a burocracia e as leis que os colonizadores “globalizaram” no mundo, e lutar ara que a democracia nos contemple.
O ciclo de cada existência é como a vida de uma árvore, desde o inicio de suas raízes. Quando se perde parte das raízes, a árvore jamais volta a ser o que era antes, assim como o ser humano que esquece sua essência, mascarando sua verdadeira face, esquecendo que na vida ele não é dono de nada e sim parte do todo. A terra que pisamos não é nossa e sim parte do que somos, cuidamos dela e ela cuida de nós.
A diversidade artística e cultural brasileira é rica, moderna e contemporânea mas o ambiente e a atmosfera educacional, artística e cultura no Brasil de hoje, ainda é escravagista, coronelizada, imperialista, antiquada e colonial. Os grandes nomes da cultura acontecem e parecem ser por mero favoritismos, oportunidades e apadrinhamentos.
A arte é a liberdade mas o retorno profissional do artista vivo perante sua obra na maioria das vezes só se dá com a concordância cega, calada e alienada a todo um sistema injusto e os imorais interesses de fartos ganhos financeiros.
Em todo lugar que possua uma rica diversidade artística e cultural sem por equilíbrio uma educação madura, ativa e apropriada, possuirá de forma crescente um perverso fundamentalismo ignorante e grupos antagônicos sectários covardes intolerantes as minimas diferenças.
A Lei de Direito Autorais do Brasil vigente é uma das melhores do mundo mas acredito ainda em novos desdobramentos na sua aplicabilidade e contemplação. A exemplo disto creio que deve estar o direito de personagem, interpretação, reapresentação, reprise e re-montagem, uma forma digna de creditar recursos para o artista, ator e interprete velho e portadores de doenças graves. O que é injusto são casos que tem ocorrido frequentemente dentro do meio artístico nacional, personalidades de nossa melhor cultura, esquecidas, abandonadas, vivendo na miséria de favores humilhantes e morrendo precocemente por falta de medicamentos, acompanhamento medico em leitos de unidades publicas sem os devidos recursos. Cabe aos Ministérios da Justiça, do Trabalho e da Cultura brasileiros impor urgentemente estas adequações pois os nossos grandes decanos da cultura nacional brasileira estão morrendo de forma indigna e esquecidos na própria sorte. Por isto peço providencias imediatas para o nosso rico patrimônio vivo da arte e da cultura nacional.
Em pleno seculo XXI no Brasil ainda não existe um verdadeiro, realista e livre estudo, pesquisa e investigação real da verdadeira historia, da arte e da cultura negra. O pouco que existe, é um material distorcido por alguns pesquisadores dependentes de verbas politicas e ainda esta muito distante da verdade e da realidade da época, é sim um pseudo-conhecimento romantizado e aprimorado doutrinado a partir de fontes não verídicas, e camuflado de fontes não documentais e muito menos verdadeiras advindos dos próprios interesses retroativos imorais e desumanos das perversas e muito rentáveis politicas escravagistas no período do império brasileiro. Falar em escravidão no Brasil, para um pesquisador de cultura é quase que uma anedota, sem graça. Pois se para a igreja na época, o ser negro não tinha alma, e se na economia rural cafeeira era inventariado e patrimoniado junto com as galinhas e o gado, tratado pelo veterinário, por que falar hoje em escravidão humana. E os absurdos históricos vão alem, como a não historia oficial de Dom Obá no império brasileiro e a escultura em homenagem ao Zumbi dos Palmares, na Praça 11 no RJ, edificado na gestão do meu velho amigo, o renomado intelectual Dr. Darci Ribeiro, que não é. Eu particularmente avisei-o em Copacabana na época, que aquele não era o Zumbi, o herói Zumbi era de etnia Banto de nariz achatado aquele que lá está é um príncipe argelino, com nariz fino e penacho na cabeça, que me parece que tem uma escultura original bem semelhante, que serviu de base para a confecção da escultura que la se encontra e a original em um museu em Londres. Alem da verdadeira historia não ser contada, misturada, romantizada a maioria das parcas fontes de pesquisa que existem não são fidedignas. Infelizmente é um Brasil que não conhece o verdadeiro Brasil ou pelo que me parece, não tem muito interesse em saber.
Há provérbios, que duraram para sempre, mas há outros que terão que mudar com o tempo, por causa do ano, do local, e da cultura!
Mesmo depois do Brasil chegar ao triste patamar de primeiro lugar de maior consumo de crack do mundo, as politicas publicas de educação, segurança e saúde publicas não avançaram por falta de especializações e vontade politica. Inquestionável, o que venho proclamando a vários anos, e é vergonhosa a falta de iniciativa das governanças para a fundação estaduais e nacional de um Centro Nacional de Referencia de Tóxicos, um local especial de estudo, catalogação, mapeamento, pesquisa e gerencia para o combate ao uso das drogas, e das substancias químicas, como também um centro de informações tecno-cientificas medico-farmacológico para guiar o pronto atediamento na rede publica e privada nacional nos vários setores da saúde. Assim como a criação de programas para diminuição e combate do uso, consumo em ações sócio-educativas de saúde e segurança para o setor. Um inimigo social que se agiganta rapidamente em tristes e alarmantes patamares. E o Brasil ensurdecido todos este anos, sem querer ver e saber, não entendendo que a pior da luta é quando se combate um inimigo que não se conhece.
Não adianta devaneios politiqueiros, só é possível pensar em movimentos para uma inclusão social nacional quando já se tem uma forte identidade dentro da pluralidade.
Toda arte no Brasil infelizmente só é uma solista plataforma de expressão artística no triste isolamento dentro de si mas a cultura é tudo que compõe nossa gigantesca diversidade, daquilo que sentimos, sonhamos, fizemos, fazemos e continuaremos a fazer.
