Poema Rir
Argucia
Sou um animal frágil e pouco competitivo,
sou um cidadão pobre e sem influência;
sou mais um ignorante subnutrido,
e não bastasse minha própria miséria,
ainda sou um perdedor por excelência...
Mas de minha realidade sou consciente,
clássico exemplo de humano angustiado,
as vezes agindo de forma incoerente...
Por vezes deprimido, por vezes irado;
no fundo, no fundo... Um pobre coitado.
Defeitos me conduzem a beira da imperfeição,
sou falho; e por isso mesmo sou humano...
Pois onde somente o mais forte sobrevive,
onde não há espaço para compaixão e delicadeza;
ser humano é subverter as próprias leis da natureza.
Vida, abstrata vida...
Eu vejo o tempo passar...
Quem poderá entendê-la?
Vivo sem compreendê-la,
penso a olhar para o mar.
Até onde irei chegar?
Não sei como resolvê-la...
Um dia desses irei perdê-la,
não tenho como evitar.
Não sei para onde vou,
como encontrar saída?
Mal informado estou...
És viagem só de ida?
A chama já se apagou.
Oh vida! Abstrata vida.
Origami
Para você um dia dobrei,
o mais belo origami...
Mesmo que tu não me ame,
De ti, para sempre eu lembrarei...
Destino não quis? Não sei...
Por mais que eu reclame,
e em meus poemas declame,
de certo, nunca saberei...
Sutil arte em definição,
meu amor por ti assina,
singela obra de paixão...
Geometria divina!
Resta lembrar que perfeição,
para mim és tu, menina.
Escravo do sistema
Segunda-feira, obrigação de ter que ir trabalhar.
O sono ainda reside em meu corpo, me sinto cansado,
o relógio já despertou, e me vejo novamente atrasado,
ainda há estrelas no céu, mas tenho que levantar...
Tomar banho, escovar dentes, enfim me arrumar...
Acelerando meu próprio ritmo ainda que contrariado,
rumo ao ponto de ônibus rezando que não venha lotado,
esquecendo o café da manhã; sem tempo para tomar.
Mero detalhe diante de tantas outras adversidades,
que durante a semana inteira irão me aborrecer...
No fim de semana o cansaço esgotará as possibilidades.
Trabalhar, trabalhar; trabalhar... E não viver.
Escravo do sistema, encurralado por minhas próprias necessidades,
não tenho direito a nada que me dê prazer.
Soneto da paixão recente
É felicidade plena,
senti logo de início,
por ti, todo sacrifício,
se torna coisa pequena...
Você faz valer a pena,
tudo... Qualquer artifício,
mesmo sendo malefício,
ou qualquer insensatez terrena.
Por ti faço o que for...
Afim de que resolva,
abrigar-me em teu calor.
Vem... Me leve, me envolva...
Inebria-me com teu amor,
e nunca mais me devolva!
Faca de dois gumes
Amizade um sagrado abrigo,
quando nos embrenhamos no escuro,
e sem ter opção batemos num muro,
que bom dispor de um ombro amigo...
Amizade é bem mais do que eu digo...
É confiar sem temer o futuro,
contra mazelas ter porto seguro,
é lealdade frente ao perigo...
Mas a vida é rica em dualidades,
toda moeda possui dois lados,
amor vira ódio, surgem rivalidades...
Estragar o que estão acostumados,
é o medo a aplacar possibilidades,
endurecendo corações apaixonados.
Ela
Ela se basta... Por si só é a natureza mais bela.
Ela é perseverança, luta, anseio... Desejo e contradição.
Ela é temperamental... Certa ou errada, sempre tem razão.
Ela é mãe, avó, esposa, filha, amiga... E já foi até costela...
Ela é universo... E todas as cores que contém uma aquarela.
Ela pode ser suave, pode ser cruel, pode ser um furacão...
Ela é alvo inconsciente de minha segunda intenção...
Não há nada no mundo tão complexamente belo como Ela.
Ela é nove meses de abrigo e uma vida inteira de desejo.
Ela é um divida de gratidão, gestação é o dom da vida,
o carinho mais aguardado, a saudade, o mais doce beijo...
Ela é única, Ela é todas, é tudo... É a conquista merecida!
Ela é o sucesso, a realização, é tudo aquilo que eu protejo.
E devia ser eterna... Pois na morte é a mais dura despedida.
Viajante
Eu nem sei o que seria
Se acaso fosse diferente
O meu passado dia-a-dia
Com aura de viajante
Rebelde e determinado
A conhecer cada lado.
Quando é preciso
Uma ponte se constrói
Seja do agora ao paraíso
Ou do vilão ao herói.
Falar é tão fácil
Discutir a teoria também
Há de ser forte e dócil
Para ir mais além.
A vida ensina todo tempo
Basta aquele melhor olhar
Até mesmo um contratempo
Tem algo a revelar
Assim fui descobrindo
Depois de atravessar...
Romper as fronteiras,
Esquecer alguns limites
Faz com que a gente
Veja novos horizontes
Repletos de outras verdades
E consequentes possibilidades.
Eu seguirei como os viajantes
Enquanto houverem caminhos restantes
Quando tudo acabar
Se tu choraste por mim,
de verdade eu lamento,
entendo seu sentimento,
mas o destino quis assim...
Sei que é triste o fim,
é duro esse sofrimento,
mas é apenas momento,
toda dor se faz trampolim.
Pois um dia serei passado,
nem lembraras que sofreu...
Aí sim... Terás acabado...
Virado a página que viveu,
desse amor desperdiçado...
E o sofredor serei eu.
Sob a luz da verdade
As vezes o silêncio é enlouquente,
mas não posso mais ficar calado,
o mundo anda deverás complicado,
a mentira sempre chega na frente...
O pior é que tudo isso é coerente...
A verdade é sempre um passado,
que como tal está sempre atrasado,
por isso a mentira sempre presente...
Mas a verdade vem, tal qual vento...
Sem pressa, ela tem sua própria toada;
e contra um fato não há argumento...
Ela chega, e resolve de vez a parada...
Ainda que tarde, ao chegar traz seu alento,
fazendo que toda mentira seja refutada.
Talvez a morte seja este silêncio em real definição...
Pois em vida não passa de sentença desmentida,
refutada por compassadas batidas; do meu coração.
Onde somente o mais forte sobrevive,
onde não há espaço para compaixão e delicadeza;
ser humano é subverter as próprias leis da natureza.
A sua indiferença,
me conduziu ao buraco em que estou.
Se de sua vida você me exclui
a inexistência do que outrora fui,
faz de mim o que agora eu sou.
Minha poesia é dramática,
acatafasia de temáticas vividas,
uma sucessão de idéias repetidas,
limitadas pela gramática.
Quando dois mundos se cruzam sem intenção, sem planos ou sem ideais. O destino faz o papel de uni-los.
Sem ao menos saber o risco que isso irá causar ou a dor que um dia poderá existir.
Assim você chegou em meu mundo, mudando tudo o que há em mim, me derrubando e me reerguendo. Me fazendo sentir algo que eu relutava dentro de mim.
Assim você foi chegando, me conquistando e me ganhando. Me trazendo de volta a paz, me arrancando sorrisos e me fazendo viver.
Meu mundo, era o que eu queria que você fosse, mas isso não aconteceu. Da mesma forma que você chegou, você se foi, levando consigo metade de mim, metade dos planos que eu tinha para nós.
Mas deixou comigo a esperança e o amor que um dia iremos compartilhar, sem medo, sem segredos e sem fim.
Pois por você eu lutarei, até ter meu mundo só para mim.
Meses de Namoro
Janeiro de alegrias
Fevereiro de folias
Março de momentos
Abriu de pensamentos
Maio de brigas
Junho de intrigas
Julho de desilusões
Agosto um turbilhão de emoções
Setembro de separação
Outubro de aceitação
Novembro novo alguém eu conheço
Dezembro de Recomeço
Pelos olhos contei meus segredos
Através dos gestos falei do meu sentimento
Com minha boca discursei toda a relevância
Pela respiração expus minhas emoções
Através do abraço exemplifiquei a saudade
Com minha língua manifestei o desejo
Pelos desenhos que o meu rosto faz eu demonstrei o ciúme
Através do calor corporal expressei o afeto
Com o toque disseminei o prazer
Com todo meu corpo falei
Mas tudo foi em vão
Ele desconhecia a língua do amor.
DE MODO ALGUM
As imperfeições, disfarço-as
Os enganos, desfaço-os
Os nós, desato-os
A morte é um desacato!
VIVENDO E DESAPRENDENDO
É quando a gente cresce que percebe o que perdeu
A inocência cheia de tintas
A juventude impregnada de cores
A crença despedaçada
A criança desperdiçada
Culpa dos absurdos
Tem pinta de poeta
Escreve qualquer coisa e desestressa
Desliza sua caneta como se entalhasse uma pedra
E muitas vezes não tem pressa
Faz seu tempo, faz tempo
É seu, porque ninguém mais pode ocupá-lo
Poderia ser cantor, escritor, dramaturgo
Professor que fizesse de tudo
Ou até poeta
Pena que a sorte não te deu esta vida
Mal sabe ele que poesia tem regras só nos livros
E ele nunca pega em um
Entao suas regras mesmo cria
E quem conta com a sorte
Está numa roleta, russa
Que não te leva ao norte
Como uma bússola
Sua vida, assim como esta folha
Tem espaço pra ser escrita
Talvez ela se rasgue com tantos erros
Mas a procura das perguntas
É sua melhor resposta
Na ponta da língua
Na ponta do lápis
Quem nunca errou assim
Que atire a primeira, segunda
Terceira linha deste verso
Que é o inverso das versões anteriores.
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