Poema que Fale da Vida
FILOSOFANDO ...
Tudo que sentia no teu olhar era
A sensação total, não foi engano
Pois nesta grata emoção sincera
É sempre lembrança ano pós ano
A vida é assim, na sede de quimera
Conversor no sentimento humano
Pois, se assim não for, aí degenera
E para emoção vira um desengano
Ai do destino se só mal traçasse
Como se a dor tivesse o comando
E mais tristura rolasse pela face...
Mas, felizmente, há contentamento
Nas lágrimas nos olhos, nós dando
Soma, não unicamente o lamento! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/02/2021, 07’47” – Triângulo Mineiro
SONETO VIVO SOBRE A MORTE ...
Se casualmente aqui deparar, ledor
Com soneto vivo na morte acabado
Leia piedoso este versar imaculado
Pois, fui caminhante e um trovador
Já cadáver feito, aspeito o pecador
Em cada estrofe uma prece ao lado
Cravado no amor, o poeta lacerado
Choro e saudade, assim, espero for
Já sem norte, leia-me com voz forte
Pra ser escutado donde eu estiver
E a alma no descanso seja na sorte
E, então, o sentido o aplauso quiser
Que escolho vivo, do que na morte
Pois, lá logo se há de me esquecer! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/03/2021, 10’46” – Araguari, MG
AGRADO ..
Quando a saudade me aperta o passado
de quando nostálgico me acho perdido
vejo que de tudo pouco me foi temido
e que todo o afeto me foi bem amado
Sempre no mais valioso e mais cuidado
tudo que a emoção valia me era podido
os desenganos, as venturas, tudo válido
tudo querido, um tanto e mais arrojado
Os sonhos que solevava o pensamento
no ponto supremo do prazer os erguia
chorava, ria, mas vivia cada momento
Que diversas somas nos faz a fantasia:
alegria, tristura, vida e morte. Sustento
de ternura, agrado e o saciar na poesia! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/03/2021, 14’58” – Araguari, MG
IMORTAL
Olhar, envelhecendo, vendo a ruína perto
reconhecendo vãs as palavras passageiras
lacrimejou, enxugou as ilusões traiçoeiras
e me avançou na prosa com o feito liberto
Meu viver tendo sonhado e o afeto oferto
a uma ventura e mais gentis alvissareiras
emoções, onde grafei poéticas fagueiras
ao coração, foi mais romântico, por certo!
Então, se já velho e jovial o pensamento
permiti mais poesias floridas, o portento
romantismo, o que torna o amor eternal
Devaneei na literária, fiz um soneto alado
me dizendo que o momento era chegado
envelheci! Porém, sorri, o verso é imortal!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Abril, 30/2021, 09’30” – Araguari, MG
Assim eu
Nada fui tão igual
Nada tive ovação
Nada foi excepcional
Nada encontrei em vão
Sempre fui usual
Sempre fui exceção
Sempre fui atual
Sempre fui exclusão
Um solitário nunca só
Um amante sem paixão
Um alegre de dar dó
Um genuíno de tradição
E neste novelo de nó
Aprendi a poetar grão a grão
Num poético efeito dominó
Assim eu, indizível emoção.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
14/05/2016, 03'35" - Cerrado goiano
Nos Passos
Nos passos da trilha da felicidade
Buscados pela humanidade
Me vi um peregrino de verdade
“Mochilando” pelos caminhos afora
Me vi sonhador, real e com dor que chora
Nas coincidências desta caminhada
Idealizei muitas, muitas jornadas
Caminhei com muitas lembranças
De atormentadas emoções, e desejada esperança ...
Ah! Incansável busca
Que o tempo não ofusca
Estacionada na maturidade
Na calmaria da experiência
Que chama ao chão a consciência
Com as proezas do prazer
Aconchegadas no viver!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
11/09/2008 – Rio de Janeiro, RJ
APRESSA-TE
Basta-te depressa, o tempo é fugaz
A vida passa num piscar, sem temor
Que hoje é viveza e desejo lhe traz
Amanhã, já não mais lhe terá amor
Gostemo-nos agora, o viver é fugaz
Dando laços, vamos, ofertando flor
Agrado leve que ao coração satisfaz
E um querer manso, feliz e sedutor
Vagando serenamente por um olhar
Estar, e no coração sentir a pulsação
Sem que a desdita venha perturbar
Existamos hoje, na sede, na paixão
Mantendo acesa a chama de amar
Que flama, divina, na viva sensação
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
21, junho, 2021, 14’25” – Araguari, MG
A VIDA ESCREVE
O fado meu contente, que a vida escreve
Vivendo de amor, um desejo tão ingente
Vive em uma poética, e tão eternamente
Canta cá no soneto, tão puro e tão leve
Se lá no assento do coração, tudo breve
Não tem aquele olhar e, se não consente
Sente não poetar o que não será ardente
Sim, desencontros, triste sina prescreve
E se vires que dele podes então merecer
Não verseje a coisa duma dor que ficou
Viva o momento, assim, verseje pra ser
Rogue ao fado, pela sede que acreditou
Traga pra ti a poesia no melhor querer
O amor, a sensação do que não acabou.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 de agosto de 2021, Araguari, MG
A GENTE
Eu e tu: soneto e eu, poética repartida
Em duas estimas, duas estimas numa
Aí sentida. Tu e eu: ó versejada vida
De duas sortes que em uma só resuma
Prosa de partilha, cada uma presumida
Da alma contida, conferida... em suma
Essência na essência, sem que alguma
Deixe de ser una, sendo à outra medida
Duplo fado sentimental, a cuja a sina
Que na própria paixão cada uma sente
A sensação dum aquinhoar da emoção
Ó quimera duma poesia integralmente
Que infinitamente brote da inspiração
E, suspire na inspiração infinitamente...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26, agosto, 2021, 11’03’ - Araguari, MG
PASSANDO 2
Escrevo diante do cerrado pálido
É setembro, há pó nas venezianas
No pensamento, rubras filigranas
Orlando o sol no horizonte cálido
Na sensação, uma dor doidivanas
De melancolia, que tem hora certa
Misturando tons, emoção e oferta
Desenhando as ilusões cotidianas
Desponta ao longe aquela saudade
Que me faz esquecer do que fazer
Do que pensar. Da minha vontade
Vago inquieto, e vou devaneando
A poesia vazia, sem sabor, prazer
E nos minutos o destino passando
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21 setembro, 2021 - 09’00” – Araguari, MG
MELANCOLIA
E passa o tempo, cabelos embranquecidos
Diversas outras, e mais diversa sensação
São como desejos sem vida e carcomidos
Nuns suspiros do destino soltos pelo chão
O dia se faz segundo, e a rapidez pousada
Enrijando as quimeras dos pobres mortais
Nem mesmo a tal imaginação é iluminada
E capaz de parar as frustrações enfermais
E o tempo implacável baila sem paragens
Enquanto o caimento avança impiedoso
E a ilusão, então, deita sobre as miragens
Passou, vai passando: do amor a poesia
Triste amador que não foi ser amoroso
Pois, lhe restará devaneios e melancolia...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 setembro, 2021 – Araguari, MG
RECÔNDITO
Falei tanto de solidão, de devaneio
De sonhos, galanteios e desgraça
Em tudo fugaz, que vem e passa
No piscar de olhos, com que veio
Tal desventura e ventura e graça
Choro e riso, a liberdade e o freio
Tão pouca a sorte tive no sorteio
Tudo agridoce tal fogo e fumaça
O autêntico senso, é de mansinho
Penetra na alma, no amor orgulho
Tem olhar manso e melhor carinho
Se vem e devassa, é um engulho
Silencia, no doce poetar, definho
Suspiro, perfurando sem barulho
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
2018, 06 de outubro - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
CELER
Tudo frágil, indo, tudo passa
do que é deixando para trás
num rastro breve, tal fumaça
e se lhe dado o tempo, verás
Tudo acaba, o fado, num zás
a juventude se faz sem graça
morosa, enrugada e sem gás
assim, sem que esforço faça
A ilusão se vê numa ilusão
lamento e pranto sem valia
desejo nos desejos em vão
Pois, banal torna a despedida
e pouco importa a sensação
de aparto em aparto, morre a vida!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08, outubro, 2021, 08’10” – Araguari, MG
DISPARADA
Abarrotados sonhos pressurosos
Vão no viver, indo em disparada
São esmeros e gestos vaporosos
Do fado, numa condição agitada
Desejo, ensejo, todos cobiçosos
Amores, e a tal alma apaixonada
Corre o tempo em atos curiosos
Veloz, numa viagem pela estrada
No galope do ser aquele intento
Na casual o diverso sentimento
Tudo no acontecimento da sorte
Tudo passa, apressado, ó dureza
Num piscar fugaz e de incerteza
De um começo, meio e a morte!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27 janeiro, 2022, 10’45” – Araguari, MG
AMANHECE A VIDA NO CERRADO
O sol reluz no horizonte do cerrado infindo
Trazendo o amanhecer com a sua grandeza
Luz, encanto e o céu de matizes colorindo
Tudo convertido em fascínio e em beleza
Enchendo de vida, e de suspiro a alvorada
O canto dos pássaros em seus burburinhos
Seduzem os ouvidos em uma doce batucada
Refulge o cerrado tonificando os cantinhos
Sob o céu, agigantado, aquele azul turquesa
Que com graça cobre o sertão de pura riqueza
Aclamando o alvor com solenidade e euforia
E, com a brisa matutina aquele afável frescor
Que soam nos galhos tortos com duro vigor...
Amanhece a vida no cerrado numa viva poesia!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/06/2022, 05’05” – Araguari, MG
SENDO
Nos remotos idos da minha biografia
Entre desejos e aqueles muitos apelos
Os mais intensivos sentimentos, belos
Eu experimentei a essência da estesia
Nesta poética sentimental, a poesia
De sensações em versos tão singelos
Os amores, onde, também, os flagelos
Conheci. Assim, a minha alma polia...
Agora entre lágrimas e risos, enlevo
Cada sentido, ação e comigo eu levo
Porque tudo no viver é muito breve
Se leve ou pesado, há o que renova
Em uma batalha de continua prova
Pois, sem o necessário à sorte deve!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06 julho, 2022, 14’44” – Araguari, MG
FATAL
Ao assistir-te, pétala, da rosa desprendida
Em devoluta queda, no ciclo em conclusão
Deixando-se ir arrematada, fatal condição
Me vi, semelhante, no ser, em despedida
Tempo idos, e a quimera do sonho parida
Remindo todos os arroubos meus, sanção
Vou em subida, com a versada imaginação
Seca, ocorrida, suspirante, no chão caída
Agora só, e a escrever a solidão a vagar
Numa saudade que do peito dá pra ouvir
Traçando conto, sem capricho no contar
Olhando a rosa, sempre formosa, a sorrir
Por que o despetalar? Sina, que faz chorar
A dor do verso, de quem, mais, quer ficar...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12/10/2022, 14”45” – Araguari, MG
Protegido por Lei de Direitos Autorais (9.610/98)
Se copiar citar a autoria – © Luciano Spagnol – poeta do cerrado
BENDITOS
E o velho leme da vida, guia
A nau cambaleante garrida
Traçando no tempo ousadia
E fato de chegada e partida
Flui e seca, a bamba poesia
É o espírito em sua corrida
Doce encanto, pura valeria
Numa diversidade incontida
E pelo rumo, a vida e morte
Palmeando a face da sorte
Qual cativos nos seus delitos
E o velho leme do fado, rege
Catando ser ardiloso, herege
Mas eleitos, somos benditos!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 março, 2023, 15'06" – Araguari, MG
Noutro dia...
Num verso sentido, na poética, figura
Sussurrado da emoção em um talvez
A saudade que sente a dor sem cura
De outrem. Uma sensação de nudez
Enquanto na prosa ao acaso procura
O otimista verso suspirado, e que fez
Dantes a poesia sem aquela tristura
Incessante agrura e sem ter a rudez
Então, surge a madrugada, ritmada
A ilusão, sobre o chão, desfolhada
Guiando a trova, criando-a especial
Ó esperança de atraente formosura
E, ante ao escrito vazio de aventura
Traz noutro dia, inspiração virginal...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27 agosto, 2023, 13’26” – Araguari, MG
DIMENSÃO
Foi a poesia, bem sei. Sua alquimia
A cadência de chegadas e partidas
Que me trouxe, aos poucos, a valia
E a certeza das emoções sentidas
Foi a saudade, bem sei, a nostalgia
Nos versos de pesadas despedidas
Que deixou a minha alma toda fria
E o coração com sensações doridas
Foi a prosa, alada, formosa, curiosa
O toque, o cheiro, e um tal momento
Que encheu de causos e razão nova
Foi a vida, bem sei, ao viver preciosa
Uma dor chorada naquele sofrimento
Que deu cada dimensão a minha trova...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08 dezembro, 2023, 19’28” – Araguari, MG
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