Poema Prima para Prima
O MEU SILÊNCIO
O meu silêncio grita de dor
Seca ferozmente a minha voz
Nada ficou deste poema já seco
Agora vivo afogada de lágrimas
Pois tu deixaste tanto em mim
E as palavras já não têm sentido
Nas letras que tiveram vida em mim
É um desassossego, é tecer no escuro
Nos desabafos entre as páginas soltas
De um velho livro, num poema para ti
No desejo forte de me encontrar
Nos teus braços, perto do teu coração.
Poema Triste -
Há uma musica triste, distante,
um quase silêncio
que me toca no rosto
que me acaricia a Alma,
uma angústia fria e vaga
uma sombra profunda
um grito cansado
um destino por viver
um sonho por sonhar.
Há uma voz doce, presente,
uma quase alegria
que me envolve o coração
um triturar de gestos quentes
um quase vento de asas
um leve entendimento
uma breve lonjura
um poema que acaba de nascer!
há sempre um degrau
entre o que se escreve
e o que se gostaria
de ter escrito
e quando há um poema
inexaurível
desses que nunca mais se pode
parar de ler
que não se pode mais soltar
porque no meio dele há um vórtice
um poço d’água potável
onde se pode nadar muito
em círculos, sem pressa
onde se pode apanhar com as mãos
os peixes intermináveis
não há como não ponderar
sobre qual seria o verdadeiro poema
aquele outro ainda maior
mais robusto
que alguém tentou escrever
um cavalo pode mudar o curso
de um poema
é preciso não temê-lo
os saltos, os espaços vazios
de como se arranjam entre si
de como, sem atrito, produzem luz
disse
deixe o seu corpo boiar
pra que as letras pairem diante dos olhos
é preciso que o dia nos encubra
com alguma névoa pálida
e a fumaça dos automóveis forme
entre nós e as coisas
uma espécie de anteparo vertical
quase transparente
e nos faça avistar de longe os músculos rijos
de um bando de animais que trotam
por entre os carros
Poema da sacola
A sacola carrega a mão
E um corpo acompanha
É tanta sacola
É pressa tamanha
Que ninguém percebeu
Que uma sacola
Se jogou do décimo andar.
esconde-esconde
me escondi atrás de um poema
mas não era largo
o suficiente
o pior foi me esconder
displicente
atrás de uma vida tão...
transparente.
Poema para Amanda
Meu amor por ti não conhece o pensamento,
Não conhece a hora, nem o lugar nem o tormento,
Não conhece os entraves, a distancia.
Meu amor por ti está em outra instancia,
Distante dos homens e dos deuses,
Pois não conhece os teus desplantes e os revezes.
Meu amor por ti é perfeito e imperfeito,
Todavia tem o defeito de implorar o defeito.
Meu amor por ti não conhece tecnologia,
Não faz eco, não faz apologia.
Meu amor por ti é casto, puro e verdadeiro,
Mas não conhece nenhum herdeiro,
E quanto mais o tempo passa mais ele cresce,
Mas ao inferno sempre desce,
Por que por mais puro e sincero que ele seja
Ele vê a beleza onde não deseja,
Ele vê o pensamento onde há passamento,
Pois ele só conhece o teu momento.
Mas que mentira a minha dizer que meu amor é deste jeito.
Este amor está encravado em meu peito,
Como o mais puro e belo diamante,
mas teu coração, senhora, está distante,
e o teu silencio dilacera ao meio meu coração,
mas o que fazer com esta coação?
O que revela este teu silencio?
O que revela a escuridão do teu olhar e o frio?
Ah! Como a ausência corrompe o amor
Ou o amor corrompe a ausência do desamor
No teu silencio cortante, no teu corpo esguio,
No meu olhar que ficou tão vazio,
Na minha vida, sem ti tão vazia e torturante.
A todos respondes com a voz altissonante,
Menos a mim, que sou o mais interessado
Em te ter e ficar do teu lado.
Te escrevi um poema
E gostei um pouquinho mais de você a cada palavra
Escutei aquela música
Aquela que tocou no dia em que nos conhecemos
E escutei outra vez
Imaginando se você também não sentia o que estava dizendo a letra
Falei seu nome em voz alta
E com isso fiz com que você existisse aqui,
Bem ao meu lado
Cada vez que queria que você se tornasse mais real
Eu falava sobre você
Para qualquer um que quisesse escutar
Fiz tanto pensando em você
Talvez por isso você se tornou tão importante
Por isso meu sentimento se tornou tão resistente
Você que eu nem verei de novo...
LIVRO
Os livros enchiam...
Enchiam a mesa e a certeza
o infinito de um poema sem fim...
Enchiam o horizonte do mundo
as águas dos oceanos
as vidas nascidas dos rios
e a ponte que levam a mim.
Os livros falavam mudos...
Das rotas e das navegações,
dos pólos dos trópicos e do meridiano
das estrelas das luas e planos
e também dos hemisférios,
fauna flora... Totens do firmamentos,
das orações de São Bento
e das tumbas dos cemitérios.
O livros enchiam a mesa...
A vida, contos e castelos
enchiam a incerteza
e os instrumentos de afinações,
e tudo que há de mal e de belo
as fé d'aqueles pagãos
e os sentimentos das nações.
Enchiam as vozes do som
as pétalas de todas as flores
as lacunas dos corações
e os polens para os beija-flores
e a cantiga das canções.
Os livros estavam lá
e tinham tudo sem comprar
ensinavam viajar
nascer, crescer e falar.
Antonio Montes
Queria escrever um poema
Sobre borboletas
Mas tem um problema
Seria muito cruel
Tentar prende-las no papel;
Poema de Luiza
Sou eu!
Cheguei!
Lembra-se de mim?
Lembra sim, faz tempo né?
Numa noite em que você estava dormindo e sonhava
Naquele sonho, havia uma menina à sua frente e conversava com você
Você estava preocupado e eu estava a confortá-lo
Sobre as coisas que um dia se tornam realidade
Aquela menina era eu
A vida é cheia de alegrias e tristezas, e um dia os desejos se tornam realidade
Basta acreditar
Se um dia perceber que as realizações não vêm, não fique triste
Tente outro caminho
Não se deixe abater pelas frustrações
A vida é assim
Hoje minha vida é realidade
Agora estou aqui para compartilhar minha vida com você e Mamãe sempre
Sou sua filha Shizue
Poema a Wenderly
Pode os anos levar a quem amamos?
De diferentes maneiras, sim!
De outras, não.
Pode o ouro dar todas as riquezas?
Sim!
Não.
Tudo pode se nada quero.
Se quero tudo, pode-se mais ainda.
Sejamos simples, como um rio
Sejamos complexos, como uma Rave.
A música que une, nos separa.
O vento que passa, não nos toca.
Afinal, pode o amor ter diferentes sons?
Pode-se e o tem.
Sons compõem dias, meses ... anos.
E a saudade...
Companheira certa do povo Lusitano
acompanha-nos.
Sentir saudades, então, existe
E se existe a sinto e a sentimos
Sentirê-mo-la.
Agosto de 2018
A DOR QUE NÃO VIRA POEMA
A dor que não vira poema
Sufoca na garganta
Cresce um pouco a cada dia
Mata devagarinho
A dor que não transborda em poesia
Cria limo no peito
Cresce lodo na alma
Afoga a esperança
A dor que vira poema
Derrete
Esvai
Se vai.
PEDAÇOS
Pedacinhos de mim
Vai ficando em cada verso de poema
Em meus riscos
Rabiscos
Em cada frase
Num conto
Em uma crônica
Lascas de mim
Caem entre os vãos das palavras
Ficam presas em vírgulas
Entre as páginas de um livro
Já não sou mais inteira
Derramo-me a cada deslizar da caneta
Um dia
Serei feito folhas ao vento
Terei em cada canto
Um pouquinho de mim.
Poema: O que eu não sou
Eu não sou Amoroso
Eu não sou Amado
Eu não sou Bombado
Eu não sou Bajulado
Eu não sou Companheiro
Eu não sou Casado
Eu não sou Divertido
Eu não sou Divulgado
Eu não sou Egoísta
Eu não sou Exibicionista
Eu não sou Fracasso
Eu não sou Frustrado
Eu não sou Grotesco
Eu não sou Grato
Eu não sou Hipócrita
Eu não sou Hilário
Eu não sou Inexplorável
Eu não sou Idolatrado
Eu não sou Jocoso
Eu não sou Jovial
Eu não sou Lascivo
Eu não sou Lembrado
Eu não sou Magnífico
Eu não sou Maleável
Eu não sou Nexo
Eu não sou Nervoso
Eu não sou Obsoleto
Eu não sou Observado
Eu não sou Presunçoso
Eu não sou Preterido
Eu não sou Quebrado
Eu não sou Querido
Eu não sou Receoso
Eu não sou Requisitado
Eu não sou Seguidor
Eu não sou Seguido
Eu não sou Tácito
Eu não sou Traidor
Eu não sou Usado
Eu não sou Utilizado
Eu não sou Vítima
Eu não sou Vital
Eu não sou Xavecador
Eu não sou Xecado
Eu não sou Yin
Eu não sou Yang
Eu não sou Zangão
Eu não sou Zangado
Acho que eu não sou, não !
Eterno Rei
O meu coração ferve com um nobre tema,
enquanto recito os meus versos ao rei, em poema.
A minha língua é a pena de um destro escritor.
Tu és o mais formoso, dos filhos dos homens em amor.
Os teus lábios foram ungidos, com muita graça,
por isso Deus te abençoou, para sempre...
Cinge a tua espada à coxa, ó valente...
Cinge-te de glória, e majestade, que a outro não passa.
Nessa, majestade cavalga pela causa da verdade,
da retidão, da tua grande humildade e serenidade,
à tua dextra, mostra coisas terriveis, nobre cavaleiro.
Os teus dardos são agudos no coração de todos os reis.
Tu ó rei, com os teus dardos, fazes cair os povos e as suas leis.
O teu trono ó Deus, é eterno e perpétuo, tu és de todos o primeiro!
passeio
minha gaveta aberta cheia de poemas
passou o vento
voaram à janela
meu poema está na rua
eu não caibo mais no quarto.
Poema pra tempos de pandemia
A pandemia distanciou a quantia:
- de abraço, de estar ao lado
e nesta clausura fria
então, fizemos do fado compassado
na solidão, silenciosa melodia
porém, tudo passa tudo é passado
e nesta desafinada romaria
falante ou calado
tenhamos paciência, fé e calmaria
olhar diferenciado
pois, logo mais teremos autonomia
e nova tendência no dia a dia...
A quarentena fez valer a pena
revimos a formula da alegria
e que a valia não é pequena
quando a alma é amor e poesia!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/12/2020, 08’37” – Triângulo Mineiro
Ilustre...
O desejo encarnado pelo prazer...
Mero poema que morre em teus lábios.
As sombras parecem dançar..
Nas mãos do sentido ambíguo.
Poema
Interior
A beleza que salta ao olhar
Muitos deixam a desejar
Mergulhando em seu interior
Nada se ver
Se faz perceber
Sua imensa futilidade
Traços simétricos
Contornos incorretos
Aonde está a beleza
Se pode ver?f
Em um olhar?
No fundo da alma está
Em seu interior
Segredos
O verdadeiro conceito de beleza
Toda sua pureza
Se ver com os olhos os traços
Que não segue seus passos
Não se ver o coração
A verdadeira medição da beleza
Não está na superfície da pele
E sim por debaixo dela
És que se esconde
Toda sua natureza
Verdadeira beleza
Qual seu parâmetro
O que julgas
Por quais linhas vais
As linhas do rosto, do corpo
Esposto
Ou as linhas da alma
Onde está a verdadeira essência
Em sua transparência
De seu carácter
Onde está toda a verdade
Joyce Souza
Poema
30/12/2020
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