Poema para uma Amiga que se Mudou
Pagar a acuação
em Carapicuíba
na sua companhia,
Estar cercados
de tanta gente
tão querida,
Daremos graças
ao amor e a vida.
Sem saber quem és
sinto-me dentro
por todos estes anos
Cercada pela ausência,
e pelo seu silêncio
que fazem uma orquestra
da minh'alma, do peito,
do corpo e do pensamento.
(Poema dos sete sentidos)
Finalmente...
finalmente percebi...
O tempo, como o vemos.
O presente é sempre constante, e o passado sempre um pouco atrasado.
Quando dizem que não devemos sofrer com as coisas que já lá vão, não são apenas coisas que podíamos ter dito naquela discussão de á 10 anos atrás, mas todos os maus momentos que de um segundo para o outro se transformam de presente para passado.
É importante chegar a esta epifania, que por muito óbvia que seja, é fácil de esquecer.
"Temida por muitos, desejada por poucos,
Um dia despertará da sua finitude terrena.
Nada nessa vida é certeza,
A não ser sua mortalidade tão plena.
Esteja ciente que não é imortal,
Pratique o bem e preserve seu final."
Orar um Adixá,
tocar estrelas,
ouvir as lendas,
ler os poemas
da noite profunda
e a acalantar a liberdade
que pede continuidade.
Adê de Oxum
para cobrir o quê
a nossa poesia
não quer ocultar,
e ninguém adivinha
que eu e você
sem mais nem
menos e o porquê
viramos um.
O meu coração que
não é nenhum pouco
santo não resiste
ao som de um Adarrum,
Tocando dentro como
o trovão toca o céu,
Vou dançando pedindo
a bênção do destino
para pôr no meu caminho
a indicação que mostre
como seguir contigo.
Fiz Ado temperado
com Azeite-de-dendê só
para te deixar gamado,
Depois disso não irá querer
nem olhar para o lado.
Colher folhas de Buriti
para Adjuloná por aqui,
Porque sou apaixonada
por desde o instante que te vi.
Adjá para convidar
e sinos de outros
credos igualmente
para ver se consegue
a atenção do mundo
para pedir a paz nem
que seja por um segundo.
A esperança do sertão
As vezes me lembro da última chuva
A maninha ainda tava na barriga da mamãe
Conseguia ver o sorriso de painho em seu rosto
Agradecíamos a Deus por cada gota de água que nos abençoava
Ainda tínhamos esperança
Gostava dessa época
Acordávamos bem antes do galo cantar
Miguel sempre resmungava das longas caminhadas até o poço
Ajudávamos papai até nossas mãos se enxerem de calos
Eu nem ligava, o importante era que nós estávamos juntos
Ainda tínhamos esperança
Depois que partimos de lá
Não se falava mais com vovô
Tentava chamá-lo, mas ele não respondia
Mamãe rezava mais uma Ave Maria, com os olhos cheios de saudade
Ainda tínhamos esperança?
Muito tempo se passou e a chuva no sertão não volta atrás
Olhando para baixo, vejo os registros das pessoas que já passaram por aqui
Olhando para frente, vejo a seca assombrar cada pedaço de vida desse nosso interior
Olhando para o lado, vejo a face de todos se apagando lentamente
Não temos mais esperança
Ado-Chu no alto da cabeça determina o religioso destino
para quem quer servir em plenitude,
Aquele salve em forma de poema
a quem se dedica sem vicissitude.
(O Santo é forte, e ele vem!)
Adubalê como dever
deve ser feito com amor
por quem se dedica a crer,
Algo muito parecido
acontece com o meu coração
sempre reverencia você.
(Amor de devoção).
Se silencia
o peito fica
tipo Adufe
disparado,
Em segredo
sei que me ama,
e está deixando
o meu peito
todo envolvido,
Não sei, não é
de hoje que te sinto.
CONSTRUA-SE
A máquina devora a terra,
entre lamentos e vazio,
carrega o peso das promessas,
nos braços frios do desvio.
Imagina-se um lar perdido,
mas tudo se desfaz no ar,
como sombras no escuro ,
e o sonho a se apagar.
Sem aço ao redor da alma,
solidão é mais que alicerce,
um eco brota dos muros
onde o coração se perde
E os tijolos, aos pedaços,
vão caindo ao chão sem cor,
na procura do que não existiu
encontra eco da própria dor.
Há algo que pesa no peito
mas só um nada a sentir
É um grito de frustração,
mas ninguém o ouve ali.
As mãos eram como nuvens
e o interior como trovão
vivia apenas pelo desejo
de acreditar nessa ilusão
As folhas partem no vento,
os sonhos não sabem ficar,
e a casa, feita de ausências,
se dissolve ao se desenhar.
E se o solo não serviu,
não desista do labor:
se a estrutura não se ergueu,
se construa, meu senhor!
Olhar como o tempo está,
colher frutas para adoçar,
Lidar com as expectativas
e não deixar o melhor perder.
Ouvir Tucano-bico-de-quilha,
levar frutas para ele e os outros,
Reviver para alma os tesouros
e não permitir-se desanimar.
Desafiar cada desafio com altivez,
e buscar para que brilhe a sua vez:
Não deixar nada te desanimar.
Sem deixar de lado a sensatez,
nas asas de Bill Bird se você inspirar
e si próprio com alegria cultivar.
Que tal gentileza?
Viver a leveza
dos movimentos a um toque,
o encontro do olhar sem esperas,
a escuta com alma,
e a paciência de saber ser paciente
num mundo com pressa
compressão
explosão
ainda assim,
resta a suavidade
de uma nova resposta:
a Gentileza...
Trago a poesia despreocupada
dos aplausos contemporâneos,
porque não a tenho para mim,
e sim para as linhas do futuro.
Desejo que este resgate tenha
igual espírito de outrora
das boas Folganças Populares
e se espalhe por todos os lugares.
Quando chegar o momento
você estará ao meu lado
se deixando levar pelo embalo.
Se cumprirá em nós tudo aquilo
que em secreto foi desejado
para ser profundo e tranquilo.
Nesta nossa Terra
Afonjá não quer
ver o Deus da Guerra
alheia por aqui dançar,
Não duvide e não
tente o desafiar.
Vibram em mim
os mais profundos
autos e reisados,
Trago nas duas mãos
para os enamorados
poemas apaixonados
para que venham ficar
ainda mais ligados.
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