Poema Nao Ame sem Amar
O mar subtraído desde
a Guerra do Pacífico ainda
não foi ao povo devolvido.
Ninguém pode negar
que a Bolívia soberana
nasceu para navegar.
Não há poeta que não
tenha entregado
a sua vida ao mar.
E prometi a mim mesma
quando ele for devolvido,
será nesse dia que ali
junto ao povo vou estar.
Pelo amor que há de ser,
não é justo 'prometer'.
Porque há de se esgotar
um sentimento anterior.
Para que se fique em paz
com o amor primeiro.
Porque em nome do último,
que seja verdadeiro.
Pela missão de ser e receber
o amor derradeiro:
Não é exagero que ele
seja [inteiro].
Você sabe muito bem,
que eu não quis admitir:
- Que nós somos iguais!
Você me conhece bem,
por isso não preciso falar
que você mora em mim.
Eu sei que moro em ti,
fingi não [perceber]:
para não me entregar...
Você sabe que vou além,
que escrevo com o gentil
- arrimo -
Destes teus olhos celestiais,
e eles não se apagarão jamais!
Eu vivo uma inevitável
primavera que não passa,
a minha alma te abraça.
Eis o solstício irremediável
eterna chama que não abrasa
a vontade na imensidade.
A inspiração particular,
em tons solares e florais,
só para te embriagar demais.
Você me conhece muito bem,
- ilustre cidadão do meu peito -
e devastador como ninguém.
Você venceu o próprio tempo,
viraste paixão em poemas inteiros!
Sou senhora da minha liberdade,
- proprietária do meu nariz -
e boêmia das palavras.
Além das matizes mais florais
e de todos os bons 'setembros',
Eu reconheço que estou assim
- vivendo -
A mais colossal das estações:
- A Primavera do amor demais...
Sou aquela que não quis ver:
o teu olhar como um oceano,
Louco para me [ter]
morando no teu castelo,
Cortejando o mais profano.
Ninguém pode me tirar o direito
de te amar em [silêncio],
Ninguém pode nos roubar de nós:
a jura, a ternura e o compromisso.
Entraste na minha vida como magia,
pleno com este doce [feitiço...
Sou a ilustre cidadã que vaga
[nua] no teu mundo:
- A aventura impensada,
o teu esquecer das horas,
e a tua Lua na madrugada.
Ninguém pode contra nós,
juntos somos imbatíveis!
Ninguém nos [conhece],
os nossos olhares se reconhecem,
Falamos de amor olhos nos olhos.
Sou a alma insubordinada,
que apeou no teu [forte],
E tocou no teu coração.
O teu querer virou atordoado,
o teu impulso será multiplicado!
Ninguém pode me tirar de você,
e nem mesmo o [tempo;
Ninguém pode me tirar você
de dentro de mim.
Brindamos com [convencimento]
a certeza do amor ter nos encontrado.
Deixar-te livre para o descanso
Significa que te quero refeito
E não longe de meus afetos,
É imperativo que carrego
Porque te quero inteiro;
Para que você venha pleno
Do espírito de [recomeço].
Aceito os teus cansaços,
A necessidade de oxigênio,
E da tua respiração
Retiro versos inéditos
Como encontro de regaços.
Deixando-te livre para o voo,
Confiante no teu retorno:
Entregarei os versos retirados,
Para que os sinta aconchegados,
E em cada parte do teu corpo
Venha emitir arrepios requintados.
Não existe nada mais
- fascinante -
Do que a sensualidade
- educada -
Pois ela é virtude fêmea
e elegante:
feita para deixar a alma
- masculina -
Envolvida e eriçada.
No sinal do nosso desencontro
não diminuiu a vontade de ter,
No final um dia eu te conto,
que nunca passou a vontade
De ter imensamente [você].
No final da minha noite
não tenho como não 'dizer':
- Transbordo a leveza de ser
e a indizível crença de te ter.
Da mais enternecida cadena,
sou a rebelde prisioneira,
Só você tem a chave dela;
que desperta a [obediência
De revelar a doce cadência.
No sinal que me trazes,
ele me deslumbra toda...,
A vontade de ter você
é incrível e não é pouca,
Tu me deixas [louca]....
Tu me punes e me abres,
eis o nosso paraíso!...
Tu me corriges,
eis o nosso feitiço!...
Tu me beijas e me levas,
eis o nosso rebuliço!....
Tu me dobras,
E eu não me nego;
Por você perco o juízo.
Não tenho nenhuma sofisticação:
- Recuso privar a indecência
Não tenho nenhum juízo,
Eu quero é a tua malemolência!
Porque minhas colinas nas mãos
De quem sabe acariciar,
Darão frutos de prazer;
Juras e poesias nas mãos
De quem irá adorar-te
Imensamente até 'enlouquecer'.
Não tenho nenhuma preocupação:
- Recuso salvar a decência
Não tenho nenhum rumo,
Eu quero mesmo é a indecência!
Porque esta pele bem iluminada
De quem sabe dominar,
Escreverão grandes histórias;
Juras e poesias nas mãos
De quem irá consumir-te
Intensamente até o amanhecer.
Não tenho muitas histórias:
- Recuso não traçar a glória
Não tenho nada restrito
Quero deitar-me ao som da vitória.
Que seja insana a entrega,
Que seja escandalosa a magia,
Que seja além do infinito:
- Receberás a poesia!
Que seja caudaloso o êxtase,
Que seja a chama intensa,
Que venha do jeito que vier:
- Embalarás a mulher!
Que seja doido o desejo,
Que seja ardente a chama,
Que seja explosiva a gana:
- Receberás o segredo!
Vibra e não passa,
Tens o meu oceano,
Aprecia a minh'alma,
Só cresce e inquieta
Romper com o cotidiano.
Gira em mim a liberdade,
Tens a minha ternura,
Dança em mim a loucura,
Não passa a vontade,
Quero você de verdade!
Desejo que não passa,
cobiça feita de erotismo,
Sinto, anseio e cobiço
o corpo feito de volúpia
Que há de me carregar
para o paraíso [onírico].
A primavera lá não passa,
É jovem para sempre,
Eterna e suprema
A monja blanca recatada
Não menos esplendorosa;
Brilhante estrela radiosa
Que ilumina
A rota determinada:
- Rumo a Guatemala!
A primavera sendo eterna,
Possui o sorriso cândido
Da estrela ali plantada,
Deste alvor que me fascina
Protejo-a com poesia encantada.
A primavera sendo terra:
Respira aurora perfumada.
Da flor caída do céu,
Com o candor que abraça
Reverenciando a Monja Blanca.
Inaugurada a primavera,
Proponho deixar para trás
Aquilo que falta não faz.
Intenciono é trazer a tona
Somente o quê liberta,
Porque só a paz agrega.
Centaura verdade que une,
Prisão de consciência
Que nos desassossega.
Ausência da Justiça
Que nos desilude,
Insistimos por uma Nova Era.
Não importa o tamanho
da nossa [fantasia...,
Ela apenas nos compete;
e com ela a gente se refugia.
És tu a minha estrela
com a tua luz [invasora
da minha intimidade;
És tu deidade cósmica
de joelhos sou adoradora.
Não importa o tamanho
do nosso [desejo...,
Ele apenas é o tempero;
com ele a gente faz a receita
para embalar a sintonia.
És tu a minha embriaguez
com a tua tez [sedutora...,
Da minha infante lucidez:
és a parte mais promissora.
O seu silêncio não me engana,
E tampouco a tua ausência.
O teu peito sempre reclama,
E quer o meu por excelência.
A sua emoção pela vida,
E repleta de malícia.
A sua forte experiência,
E que deseja-me rendida.
O seu silêncio não me engana,
E tampouco menos escraviza.
O meu peito é cheio de liberdade
E sou feita de inteira [poesia].
A tua convicção de que só se vive
- uma vez -
É distante da minha razão que segue
A luz do amor e a voz do coração,
A minha vida é vivida com paixão.
Da Missa e da virtude
não conhece nada,
Não conhece o ditado,
e nem quem escreve
Do amanhecer calado,
não conhece a metade
Deste poemário atrevido,
e não menos sagrado.
Da alma e da liberdade
não conhece nada,
Não conhece o verbo,
e nem o sabor da carne.
Do gênio cheio de mar
não conhece nada,
Não conhece nem o rimar,
e nem a alma encantada.
Da feminina doçura
não conhece nada,
Não conhece o recato,
e nem quem devota
O dia rajado de Sol,
não conhece a ternura
Deste rimário tranquilo,
e não menos apaixonado.
É melhor deixar assim
do jeito que está...,
Não tente entender,
e muito menos insistir;
Se lance apenas a sentir...,
estou pronta para reviver.
O amor é caminho a seguir
- e ao mesmo tempo -
Um doce mistério que não é,
e não nasceu para se desvendar;
E brotou para não se esquecer.
É melhor correr atrás
do caminho que conhece,
Não tenha receio:
- Sou aquela te faz feliz
Batimento cadenciado
que o teu coração sempre quis.
A paixão é estação a provar
- que além dos tempos -
É uma manifestação que é,
e está aí para comprovar:
- Que não acaba fácil...
E que o tempo não é capaz de cessar.
Não me basta ficar só olhando,
Necessito tocar o corpo alheio,
Sem nenhum 'tipo de freio'...
Não me basta ficar te esperando,
Preciso tocar o teu coração,
Com toda a minha emoção.
Não me basta ficar te enganando,
Desejo revelar que sempre te amei,
Todo o amor do mundo eu guardei.
Dançam os corais nos oceanos,
- O mundo dá voltas
Colocaste-me dentro de ti,
Porque na verdade eu jamais saí.
Cantam os pássaros nos montes,
- O relógio dá voltas
Coloquei-te dentro de mim,
Porque na verdade és meu bandolim.
Sinto o aroma do infinito em nós,
O flagrante de amor no ar...,
Por ti não me canso de esperar.
Vejo o horizonte se abrir por nós,
O instante não vai passar...,
És inteiro e virá para sempre ficar.
Sinto a falta do teu abraço,
Do brilho do teu viço...,
Forte como as chuvas de março.
Vivo a alegria de ser por nós,
O meu olhar nunca se perdeu...,
Do teu olhar o peito não esqueceu.
Sinto todas as faltas do mundo,
O teu calor solar primaveril...,
Não pode me faltar no 'profundo'.
Quero adormecer com a tua voz,
O amor nasceu em nós...,
Ele é livre como um albatroz.
Sinto que o teu olhar leve,
O teu observar é energia...,
E o meu corpo é só alegria.
Aonde estás? Não sei.
O teu amor será a lei...,
O meu obedecer - a grei.
Sinto o teu beijo de colibri,
O amor saúda logo ali,
Amo-te em silêncio aqui.
Aonde estás? Não sei.
O teu amor já é lei...,
O teu querer é a fina grei.
Em vias de nós obtermos
- a consumação -
O teu olhar não me perde,
E nem se perde de uma linha
- da nossa paixão -
Alvissareira coroação,
- somos poetas -
Com todas as cordas e linhas
Da vida e do coração,
Plenos de ternura e oração.
Não paro de percorrer
Com os meus olhos,
Que não são mais meus,
Sim, eles são tão teus.
Não devo ir adiante
Com o meu intento,
Até ser alvorada,
Por tua mão colhida,
Não sei se sou a flor
Mais bela ou preferida.
Não paro de correr
Com as minhas letras,
Pois elas são as pernas,
Que por ti dobrarão,
Aqui elas por ti estão.
Não sou mais a mesma,
O poente dança em mim,
As nuvens são de cetim,
Eu sou violeta pequenina
No teu imenso [jardim].
Não existem sobras, e nem instantes
- o amor nasceu precioso
Tão sublime que não ligo para nada;
Rejeito qualquer colar de diamantes.
Vi entre os cetins e plumas
- a escolha talhada
No calor do teu abraço,
Não sei o quê é que eu faço:
Se devo ir para a certeza das brumas.
Bem persistem as dúvidas, e não poucas
- o amor surgiu caloroso
Na tua pele repleta de verão,
capaz de encantar em qualquer estação.
Te vi nas grandezas e nas larguras
- o desejo pleno pulsando
No andor dos meus passos,
Eu descobri o mistério do caminho:
-Você gosta e deseja o nosso ninho.
Não devo confessar ainda os ledos
- mistérios
Dessa devoção e desse contentamento
Por alguém que se faz de pequeno,
Mas no profundo é imenso, gigante
Devo a ti mil reverências ao tempo,
Que se dedica a fazer girar o mundo
Gostaria de falar tudo, mas não devo;
Dos meus enleios e do recomeço,
Do amor que é salto, poesia e altura,
A tua escrita deixa a minha na fervura.
Eu não acredito em amores perdidos,
e sim nos amores não encontrados...,
O destino costuma pregar peças,
eu quero te colocar sob meus cuidados.
O amor nas letras poéticas do Sol
que chegará calmamente...,
No desabrochar do arrebol,
eu desejo amar-te solenemente.
Eu não acredito em amores passageiros,
e sim no amor que rompe fronteiras...,
O divino amor não passa,
ele reúne dois e formam inteiros.
O amor nas rimas eróticas do amar,
que chegará deslizando...,
Nas ondas da água do mar,
eu estarei neste barco embarcando.
O amor que não passa
e nele crê, confia e espera.
Ele virá sem dúvida,
com uma infinita argúcia,
devastador e forte,
Como as forças da Natureza,
Eu sei que ele virá,
com a profundidade dos oceanos,
E com toda a sutileza que há de ser,
e nenhuma câmera irá capturar...
O amor virá arrebatador,
- ele já está escrito
O Universo está ciente,
que o amor de verdade virá,
O meu amor que não passa,
e jamais [passará];
Como derradeiro que é, se eternizará.
