Poema na minha Rua Mario Quintana
O VELHO MENDIGO Mendiguei á vida inteira, sou velho que sou, eu nunca tive alguém que me amou verdadeiramente nessa vida, nunca tive e nem filhos tenho se não as barbas brancas.
Eu não sei cuidar mesmo da minha própria vida e se um dia eu tiver que partir que não seja o coração de ninguém porque eu não pertenço nem mesmo á vida inteira. Vivi, amei, vi um pouco de tudo e as vidas ceifadas em segundos é oque mais vi, só nunca vi o bem mas houve um dia em que eu julguei ter visto tudo.
As minhas barbas são grandes, brancas, sujas e fortes, tornaram-se assim naturalmente e eu gosto, eu gosto porque é o que pelo menos não faltou em mim.
Os meus olhos são cansados, como se eu quisesse dormir. As minhas unhas são fortes e são mais velhas que os meus desejos. Não falo do amor, porque não tenho além do meu próprio e a única coisa que me acompanhou em toda minha vida e sempre esteve comigo, foi a minha sombra.
Consideraram me luz só no primeiro dia em eu nasci, e hoje aos olhos de outrém sou um sismo. Coitado de mim que nunca fui revelado sobre o meu futuro com os olhos abertos que nunca viram o bem nem a perfeição.
Esverdeados montes do oriente, melhores refúgios para qualquer sobrevivente, onde clamam as vozes dos que rogam sem esperança, hoje campos da batalha, abençoados sãos vocês que nunca envelhecem, têm vida eterna e nunca morrem. EU NÃO SEI MUDAR DE POSTURA.
Poema de Rosário Bissueque
O VELHO MENDIGO
Que a poesia continue a ser um meio de libertação
Balada da linda menina do Brasil
Existe um país encantado
No qual as horas são tão belas,
Que o tempo decorre calado
Sobre diamantes, sob estrelas.
Odes, cantares ou querelas
Se derramam pelo ar sutil
Em glória do perpétuo abril...
Pois ali a flor preferida
Para mim é Ana Margarida,
Linda menina do Brasil.
Doce, dourada e primorosa,
Infanta de lírico rei,
É uma princesa cor-de-rosa
Que amara a Katy Grenaway.
Buscará pela eterna lei
O pássaro azul de Tyltil,
Quando entre cantos de anafil
E harpa a aurora a viver convida,
A essa rara Ana Margarida,
Linda menina do Brasil.
Oferta
Princesa em flor, nada na vida,
Por mais gracioso ou senhoril,
Iguala esta joia querida:
A pequena Ana Margarida,
Linda menina do Brasil!
Existe um mágico Eldorado
(E Amor como seu rei lá está),
Onde há Tijuca e Corcovado
E onde gorjeia o sabiá.
O tesouro divino dá
Ali mil feitiços e mil
Sonhos: mas nada tão gentil
Como a luz de aurora incendida
Que brilha em Ana Margarida
– A flor mais linda do Brasil.
Amo, amas
Amar, amar, amar, amar sempre e com todo
o ser e com a terra e com o céu, de sobejo,
com o claro do sol e o escuro do lodo.
Amar por toda ciência e por todo desejo.
E quando nos seja dura e longa, e alta, a montanha da vida
e os caminhos à frente com abismos feitos,
amar a imensidão que arde no amor nutrida
e arder na fusão de nossos próprios peitos!
O fatal
Ditosa, a árvore, ser apenas sensitivo,
E mais a pedra dura, que essa já não sente,
Pois não há dor maior que a dor de ser vivo,
Nem há maior pesar que a vida consciente.
Ser, e não saber nada, e ser sem rumo certo,
E o temor de ter sido e um futuro terror...
E o espanto seguro de amanhã estar morto.
E sofrer pela vida e pela sombra e por
Aquilo que não conhecemos e apenas suspeitamos,
E a carne que tente em atrativos supremos
E a tumba que aguarda com seus fúnebres ramos,
E não saber aonde vamos,
Nem de onde viemos...
"Indiferença"
Não é deixando morrer de fome
o pobre moribundo
que se resolve o problema
da fome no mundo .
Poesia
Poesia de ouvir
Poesia para ver
Poesia de falar
Poesia para cantar
poesia de pintar
Poesia para decifrar
Poesia é viver.
Poesia é você.
Quão bela és entre os astros
Tão sublime se faz no universo
Seu sorriso transmuta o caos
Destrói meus fundamentos
E cativa o meu verso
Ainda que falasse a língua dos anjos
Não conseguiria externar tal fascínio
Nos confins da terra e dos céus
Na vida até a morte
Viveria em seu domínio
Admirável o universo foi para mim
Já não me atrai a atenção
Hoje só quero admirá-la
A estrela mais bela avistada
No centro da toda constelação
Sabemos de nós,
e dos nós que desenrolamos,
muitos tão emaranhados,
sem sabermos começo e fim,
e continuamos na andança da vida,
quase um ritual, fazendo, às vezes
- mais alguns nós,
pois a vida é um bordado,
não deixamos de tecer,
viver bem é complicado,
mas nós temos que viver !
Rio para navegar.
Rio de felicidade.
Rio para disfarçar.
Rio por amar.
Rio de mim.
Rio de você.
Rio enfim.
Rio por ser.
Içar vela!
Entramos na mesma caravela de supetão!
Ouvimos o grito do capitão:
- Ao fim do mundo, então!
Para viver é preciso um momento.
Vento de um sentimento desperto.
A mão que reconstrói
O doce gosto de cada dia.
BELEZA
Vejo as folhas amarelas
Do caquizeiro caindo,
Mostrando que são leves,
E, por isso, caem graciosamente
Em volutas
Pelo ar.
(como tudo o que é leve e frágil cai)
São acolhidas pela erva do chão
Que não lhes sente o peso. Mas elas
Ficam ali,
Amarelas
Como lhes apraz.
E mortas
Ainda são parte da beleza
Que se espalha.
Eu te amo
Gélido como as paredes de um hospital
Vazio como o estômago de um homem faminto
Cinza como a carne de um cadáver
A margem é rasa
Eu te amo
Sem fervura
Sem ansiedade
Ou desespero
- Não é amor
eu não frequento essas festas
nem esses bares
quanto menos
frequento meu próprio espaço
me pergunto aqui
às 3h da manhã
qual é o meu propósito aqui?
sempre acho que to deixando de viver
mas toda vez que ando
por essas ruas à noite
eu vejo que o problema
não é eu, é o lugar
mas toda vez que to em casa sozinho à noite
eu vejo que o problema
sou eu, e não o lugar
acho que só estou perdido
em busca da minha gente
sem rumo
em minha própria mente
SAMUEL
Acorde Samuel! abre os olhos e veja tudo ao seu redor. Olhe para as pessoas como elas são, veja-as caminhando e fazendo coisas pelos valores em que acreditam, e tu Samuel, porquê ainda continua a dormir?
Alguns foram famosos por espalhar amor e bondade pelo mundo, derramaram sangue pelo amor e sentaram agora de lado esquerdo no trono e são reis do reino, e tu Samuel, a que lugar pertence?
Observe as diferenças e saiba compreende-las atenciosamente e depois olhe para o horizonte, para ver o nascer do sol, tente descobrir a direção deste mar, para que saibas surfar nestas ondas.
Samuel, viver não significa deixar de olhar para os dois lados desde á direita para a esquerda, antes do comboio passar e existir é uma conquista Samuel.
Muita clareza se rebela e ambas as rotas começam aqui, no presente e apesar destes dois lugares estarem no futuro, nem tudo é inferno.
Preste muita atenção, há quem encontra conforto nas coisas mais simples da vida, como... num abraço matinal, ame as pessoas Samuel, elas carecem do amor faz tempo.
A beleza inerente da vida em constante mudança, convida a humanidade a lutar constantemente pelo inatingível e nem sei a que propósito serviria o paraíso sem tal esforço.
Na ausência de alguma outra existência intencional, o amanhecer não tem valor e sem aspirações, o simples ato de respirar perde o seu significado numa vida desprovida de novas possibilidades.
E na ausência de uma existência significativa, torna o amanhecer desprovido de significado e se as ambições de alguém se revelam infrutíferas, o ato de respirar perde o seu propósito numa vida que carece de novas oportunidades.
Despertar sem outra vida para viver simplesmente, não vale a pena samuel, tentemos não fugir a regra. Não vale a pena acordar se não há mais vida a viver.
Poema de Rosário Bissueque
Samuel
Que a poesia continue a ser um meio de libertação
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