Poema Maos de Semeadora Cora Coralina
20/02
A poesia começa
do dia sempre em você
mesmo que digam
que não será assim,
Você é a sua própria fonte
de inspiração sem fim.
20/03
A madrugada é a primeira
linha da poesia do dia
e de uma vida inteira,
Não deixe que ninguém
impeça de vivê-la.
Amazônia Brasileira
O dia que pela primeira
vez me senti um pássaro
voando sob o Sol e a Lua
do Hemisfério Celestial Sul
jamais será esquecido,
porque nascer brasileira
nas estrelas foi escrito.
Sobrevive a profunda
e heróica Amazônia Brasileira
símbolo da nossa existência
enfrentando o pior
o nosso berço pátrio e protetor
até quando não sei vai resistindo
em nos manter vivos por amor.
Na sua marcha tumultuada
pelos nossos dias de vida
a nossa Amazônia Brasileira
continua pagando o mais
alto preço da existência
superando com sacrifício
os limites da própria resiliência.
Oxalá que não seja tarde demais
para que uns ganhem a consciência
de que um país com floresta de pé
é sinal de que ainda há um povo livre!
Chuva do Outono
As luzes da Cidade de Rodeio
acesas sob a primeira
chuva do Outono que se achega
enquanto repousam
os Canários-da-telha,
a roseira se refresca,
o coração dança
na cadência da Terra
aspirando ser a sua
vida inteira e entrega
para o Universo o primeiro poema.
22/02
Não deixe que nada
te desanime e quebre
os laços com aquilo
que você se anima,
Seja forte e mantenha
viva a sua alegria.
22/03
Se ninguém te ama,
Você se ama,
Você não é ninguém,
Quando você não se ama
ninguém te ama,
Entenda isso para o seu bem.
As enchentes
são as lágrimas
da terra fadigada
que não pode
ser mais negada
e deve ser resgatada
O cavalo no telhado
da paciência
provou o heroísmo
por muitos esquecido
em tempos de peitos
desapontados e doridos
As falsas notícias
tornaram o curso
do rio da vida ainda
mais dificultado,
fato que não pode
jamais ser negado
Com cada herói revelado,
como povo deslocado,
e lado a lado de tudo
o quê não pode ser ocultado
no ritmo imparável
das boleadeiras da angústia
Com rebanhos inteiros
por muitos desconhecidos,
meus galopes paralisaram
e outros submergiram,
resisto no anonimato
como o cavalo ainda por ti olvidado.
Batuque
Dançadores deste terreiro
do chão batido deste nosso
bonito Brasil Brasileiro
onde toca o Tambu fortemente
que ao povo contagia,
onde Quinjengue com energia
toca para o povo que não
perder a sua fé nesta vida,
onde toca a Matraca imparável
e o Guaiá infinito,
todos nascidos para nos unir
neste Batuque com o Divino.
Siriri
A tua voz macia
na toada do Siriri,
Na minha mente
está gravada
e ando dançando
até debaixo da chuva
me preparando
para a próxima vez
que a gente se encontrar
e em mim você vai notar
que o amor chegou para ficar.
Cururu
Balançando a minha saia
dançando o Cururu,
Você percebeu que não
sou para o bico de qualquer um,
Você não me troca por
outra na vida de jeito nenhum.
Negação
Os que cometem
o crime de limpar
etnicamente um povo
jamais irão confessar
a barbárie genocidária,
Eles irão entrar
no modo negação
até convencer
outrem a absolver
de tudo o quê foi feito.
Abolição da Escravatura
Forças internas lutaram
pela Abolição da Escravatura
e a luta tomou outras formas e continua,
A Princesa Isabel assinou
a Lei Áurea que foi decretada
no dia de hoje e as chagas provocadas
pelo Colonialismo ainda persistem,
Somos uma Pátria que prossegue
pela sua própria liberação
porque os efeitos do mal da escravidão
prosperam por parte de alguns
que praticam a luz do dia a negação,
Uma Nação que corrige e aprende
com o passado é uma Nação
que está predestinada a ter futuro.
Fandango de Tamanco
Escutar a viola de dez cordas,
a sanfona de oito baixos
e os tamancos estalar
após a colheita do arroz
é neste Fandango de Tamanco
que só os homens podem dançar,
E nós as damas descansamos
da labuta para gentilmente apreciar,
Te encontrar foi o presente
mais lindo que eu pude ganhar.
Fandango Tropeiro
O nosso sangue quente
é tropeiro e o Feijão também,
O Fandango Tropeiro saindo
da viola amorosa,
E vocês dançando ao redor
da fogueira fazem
a gente se sentir muito bem,
Mais cedo ou mais tarde
o amor entre nós haverá de virar lei.
Poço
Quando preparo o Chimarrão
com o Mate eu faço o Poço,
Quem conhece a vida
sabe que mais cedo ou mais
tarde para tudo tem troco,
Por isso não me permito
me render ao desgosto.
Ponte
Na Cuia faço do meu
Mate a famosa Ponte,
Ninguém pode ficar
o tempo todo sozinho,
Caso não compensar
o caminho de volta
está bem preparado,
porque para tudo
na vida requer cuidado.
CHORO
Cachoeira salgada
Delicado declínio
Se forma pingada
Me afoga em fascínio.
Cada alma que escorre
Na saliência do rosto
Num lenço se morre
Cada uma a seu gosto.
São almas que saem
É corpo que fica
Na mente que moro.
Lágrimas caem
Lembrança é rica
E por isso choro.
A CARECA
Brilhante obra alva
Do vácuo feito em novelos
Grande cabeça calva
De ideias e de cabelos.
Universo velho sisudo
Cabeça nova p3lada
Ele abraça tudo
Ela reflete nada.
A careca não tem vista
Nem orelha
E nem língua.
Ela é a dor do artista
Da centelha
Que só míngua.
ESCREVO
Escrevo,
Escrevo porque escrevo
Talvez porque devo
Para a folha de papel
Tornar seu fim cruel
Justificado.
Escrevo,
Escrevo porque escrevo
Porque eu me atrevo
A ser mais gentil
Num mundo medonho, hostil
Eu amo.
Escrevo,
Escrevo porque escrevo
Pois na linha busco o enlevo
Que perdi dentro de mim
E por isso escrevo assim
Chorando. Teófilo Lemos Almeida Filho
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