Poema Maos de Semeadora Cora Coralina
Querendo viver
uma vida normal
ouvindo o som
de Miss Anthropocene
na minha sala
ao redor deste
isolamento social,
Parece piada
por aqui eu li
que 'o dilema
é bíblico',
há quem defenda
trabalhar,
há quem defenda
ficar em casa,
e até agora nada
está resolvido;
Apenas o quê
me resta é
ficar reclusa,
dançar a música
na mais plena
figuração
da linguagem,
escrever poemas
sobre a Lua
para não morrer
de doença
ou ir para a cadeia,
Esperando sigo
perguntando
qual será a próxima cena,
porque quem lambe
a borda da taça,
a alma não cala
e não busca
por 'indulgência' barata.
Soturno como o amenizar da alvorada
Jaz moribundo em meu quarto
As volúpias que me enfeitiçava as ideias
Sem ter mais seus lábios vaporosos!
Cismando em meu consciente pesaroso,as estrelas!
Até minhas d' alvas não brilham em meu coração.
O que me resta? A penumbra para mim é mais bela
Leviano pelos próprios pensamentos.
Ignoto,ah! Como sou, malfadado não sabes nada
Sou uma pluma sem penas um sol sem raiar
No alto do céu há uma colcha prata
Nem mesmo ela brilha para mim, o que me restas?
Me restas ti, mas venha logo para diante de mim!
Para que eu possa aterrissar minha fronte em teu sorriso
Para que minha alma escura vire penumbra
Alma pura! Não demore mais, venha para perto de mim!
Das sete faces do desprezo
A Carlos Drummond de Andrade
Quando eu nasci, não teve sequer um anjo torto
Que me dissesse que a vida não é
Tão fácil o quanto parece ser
Disse: Vai, Valter, ser baiano na vida.
Ladeiras faz bem ao coração
Jovens apaixonados na esquina
Dizendo que não se apega a ninguém.
A tarde de puro sol, o perigo
É imprevisível mesmo que o dia
Seja azul.
O ser vestido de uniforme
Vai trabalhar no ônibus lotado
Sequer sabe se vai ser assaltado,
Acha que tem muitos amigos
No fim de semana.
O ser vestido de uniforme,
Mal sabe quando vai quebrar a cara.
Meu Deus, que sociedade de muita fé,
Que muito chama pelo Senhor,
Pessoas de muita fé e pouco amor.
Mundo mundo vasto mundo
Se eu me chamasse Carlos,
Eu seria outro poeta (?)
Nesse mundo vasto
Que maltrata meu coração.
Mundo mundo vasto mundo
Chega de ilusão?
Eu bem que vou dizer,
Esse mundo cheio de gente eu solitário
Em meu ego e vaidade
Vou me afogando
Sem sequer um abraço!
Eu nao sei quem sou
Sou uma metamorfose
Ás vezes sou
“Um louco filósofo“
Ás vezes sou
“Um negacionista“
Para mim
Tem vezes que sou
Um sonhador
turista espacial,
físico de quintal.
Às vezes sou Leão,
sou gato também,
que sai para ver a cidade
e não volta o mesmo.
Com o sonho de ter,
o mundo em suas mãos
Mas nada importa
O que pensam de mim?
talvez que sou destemido,
sem medos, talvez alguém
complexo. Eu sou eu,
e não sei quem sou
Sou eu. Sou Descobridor
A fala eloquente, ainda que dotada de adereços em cores, não era capaz de distrair a confusão que naquela profundidade existia.
Haverá muito chão pela frente, até que se veja o encontro entre o que dizem suas palavras e o que praticam as suas atitudes.
Força, menina!
Calma para a alma inquieta e força para a fé variante...
Fugirei dos seus braços
Ao perceber que, diante do gatilho,
Estou completamente perdido por você
(Trecho da poesia Fuga)
É preciso ter coragem, coragem de deixar tudo aquilo para trás.
É preciso aprender a entender o que sente e entender o que achava que sentia.
É preciso chorar para sacudir e acabar com a sua zona de conforto.
É preciso se auto-destruir para nascer de novo.
É preciso se quebrar para chegar na luz.
Marte, Saturno e Vênus,
distraem o meu peito
em alta rotação
no mundo em viração,
todo o dia renovo por ti
a romântica devoção.
Meteoros Eta Aquarídeas
pela minha terra bailarão
como partes do cometa
Halley que eles são,
nesta peregrina da chuva
que não há como se molhar,
dela dá para fazer um colar.
Talvez tudo isso seja
o prelúdio alvissareiro
do nosso alinhamento
cercados por estrelas,
pelas aves noturnas
e do amor e suas loucuras.
Visível como Lua crescente
e Júpiter entusiasmado
com as suas quatro Luas
esperando o verão quente,
vivo diariamente sonhando
com o teu beijo fervente,
e nutro este sonho renitente.
Ser ateu dá muito trabalho.
Ser ateu dá muito trabalho
Porque; mesmo, pensar ateu,
precisar estar inserido num Criador.
A mente nunca para de pensar.
Embora a consciência, entre em estagio
De latência. Um esquecimento momentâneo
Da existência.
Quando; o pensar-se ateu.
Fica diante das sombras refletidas na
Parede da caverna. Sem a possibilidade
De nenhuma conversão.
Porque a criatura, nunca será superior ao
Seu criador.
Todo o corpo físico existe, para alimentar
A mente. Que cresce, de forma permanente.
E perde-se tempo de Vida, atravessando o tempo.
Para convergir para uma ideia de Criador, possível.
Conforme o evoluir da consciência.
Mas, não antes de se adaptar aos poucos.
A luz, que isso proporciona. Para não cegar.
Diante do esplendor da luz.
Que se absorve;
A medida, que consegue chegar.
Alcançar a saída da caverna.
Ser ateu, também é um estado de ser Nele.
É estar sempre com a cabeça na parede da
Caverna de Platão. Apreciando apenas sombras.
Que julga ser toda a verdade.
Cada ser pensante, possui a própria forma de Criador.
Porque só consegue imaginá-lo.
Porem; cria possibilidade de crescimento e
Mudança. Passando para outra forma de
Ser e estar, nesta Vida.
Ao invés de sentir e experimentar apenas,
As formas e imagens dos cinco sentidos.
Ora procurando prazer. Ora fugindo da dor.
Se a inteligência, conduz o ateu.
Da forma de pensar.
Também pode conduzir o ateu de
Crescer em ideias espirituais.
Sem a falsa sensação de pensar,
Conhecer tudo. Em tão pouco tempo.
De permanência neste mundo.
Marcos fereS
Ele curte jazz. Eu também.
Ele gosta das notas altas, vorazes.
Eu, da força feroz do quase silêncio entre os versos.
Somos opostos. Somos o norte e o sul, desejando atravessar os trópicos e desembocar no oceano de um abraço.
Somos dois, e, vez em quando, um só.
Ser mãe
Tem mãe que nasce para ser mãe.
Tem mãe que nasce ao ser mãe.
Tem mãe que é mãe por milagre.
Tem mãe que é mãe sem querer.
Tem mãe que é mãe do coração.
Tem mãe que é mãe do seu irmão.
Tem mãe que é mãe de uma comunidade.
Tem mãe que é mãe de caridade.
Tem mãe que é mãe espiritual.
Tem mãe que é mãe social.
Tem mãe que é mãe de pet.
Tem mãe que é pai e mãe.
Tem mãe que é mãe de tanta gente e nem sabe, pois existem
inúmeras formas de ser mãe.
Morte
A morte é uma flor que só abre uma vez.
Mas quando abre, nada se abre com ela.
Abre sempre que quer, e fora da estação.
E vem, grande mariposa, adornando os caules ondulantes.
Deixa-me ser o caule forte da sua alegria.
(Tradução de João Barrento)
"Lá vem ela!!
A mais bela mulher
A mais pura, não uma qualquer
Lá vem ela!!
Um encanto de primavera, possui as cores da aquarela
Gente, lá vem ela
Com uma força gigantesca
Mas também com uma delicadeza que somente ela tem.
Lá vai ela...
Passou e deixou marca
Trouxe brilho a minha casa
A que chamo de coração."
Almardente
Trinta cavalos a galopar,
quarenta colmeias a zumbinar.
Cem cães de caça a uivar,
cinquenta hienas a debochar.
“Como é o dia perfeito?”
Frívolo, furibundo, frio.
“Afinal, o que define algo bem-feito?”
Tudo aquilo que, em minh’alma, crio.
Duzentos violinos a orquestrar
este macambúzio imortal.
Ora, ora! Que abuso!
Tu só sairás quando eu mandar.
Tempestade, queime alegremente
tudo aquilo que era frio. Faça-o quente!
Dessa forma, em minha face surgirá sorriso demente
pois renascerá minh’almardente.
“Afinal, o que é uma alma?”
É tudo que compõe tua anticalma,
é sentimento alógico justaposto com adama.
Ensurdece-te com a frequência
alucinante que toca na minha cabeça.
Rasteje. Berre. Implore.
Trevo ser, suma! E, por mim, ore.
Havia uma flor no deserto
No deserto havia uma flor
Tão bela flor, tão linda flor
Cuidei, cativei
Reguei, podei
Na flor haviam espinhos
Tão bruscos espinhos
Tão dolorosos espinhos
Furaram-me e chorei
Chorei, chorei
E ainda assim
A cativei.
O mar não mais me faz brisa
A brisa não mais me sopra o rosto
E agora, que faço eu?
Perdido num mar d'aquilo que me vem
Em minha divagações taciturnas
O brilho da lua realça tuas ondas
Teu brilho negro-prateado me sorri
Tuas garras afiadas me prendem o pescoço
Que sou eu?
Refém, diz tu
Refém do quê?
Refém de si
Refém de teus pensamentos
Refém de tua luxuria insalúbre
Refém desse mundo sórdido
Refém das pernas abertas projetadas à vista
Mas que faço eu? Que sou tão pequeno homem
Quero tu, apenas tu, além de tu, perco-me em mim
Mas a ti me encontro, e reencontro-me dentro de tu
E a lua realça teu corpo
E a brisa volta a meu rosto
E o sopro é bom
E as tuas ondas batem contra meu peito
E tu respira suave
E tu é meu mar
E tornamo-nos um
A cada segundo estamos morrendo
A cada segundo que passa
estamos, morrendo e nem
por isso olhamos para trás
e esperamos o outro para
juntos caminhar...
Porque temos pressa
de não se sabe o quê,
não se sabe por quê?
O pequeno momento
que podemos caminhar juntos
é tão pequeno
e tão insignificante para você?
Então, pare e pense!
Reflita com o coração
e se quiser chore...
Não tenha vergonha de chorar!
Chorar é igual a sorrir,
porque também e parte da emoção.
Sim, da emoção...
Se é tão difícil para você
compreender isso, então vá!
Siga...Afinal de contas
o tempo é de cada um,
no tempo imediato de um instante...
A Paraíba também é um local para amar
Seja no sertão ou no mar,
Contigo quero passear
De mãos dadas no Pavilhão do Chá.
Do alvorecer ao crepúsculo no Rio Sanhauá
Quero você agarrado na minha cintura,
Indo muito além do forrozar
Vamos juntos namorar...
Eis-me aqui, e você aí
Dá até para escrever uma letra de forró,
Quando você não está aqui
Porque foi na Paraíba que eu te conheci.
Não existe o 'cedo', e nunca é tarde
Para amar sempre existe tempo,
Aos poucos vamos nos aproximando
Por causa desse amor que está florescendo...
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