Poema Lagrimas Derramadas
MEU PAI
A despeito da física fraqueza,
Era meu pai um sábio, de alma mansa,
Sempre pronto a levar luz e esperança
A quem visse entre as sombras da incerteza.
Nunca foi homem de juntar riqueza.
Mas, onde agora está, em paz descansa
Por haver nos deixado, como herança,
Seus exemplos de honra e de pureza.
Se ele viveu num mundo corrompido
Por vícios, desamor e falsidade,
Seus atos de virtude foram tantos,
Que Deus o recebeu, já decidido
A deixá-lo passar a eternidade
Ensinando bondade e amor aos santos.
O ponto nômade
que nos une
está escrito
pelos céus muito
acima da
nossa vontade
de nos encontrar,
ele tem nome
e responde por destino.
O mundo sabera que os homens livres em nome da liberdade e paz, se insurgiram contra um Tirano assassino manipulador que odeia a paz e a liberdade e que quer mandar na vida dos outros e destruir.
Que poucos fizeram frente a muitos.
TUDO EM NOME DA LIBERDADE E PAZ
Dois minutos de nirvana com Davi
(País de Gales, março, 2018)
estou aprendendo a voar
voos internos e calmos
no jardim dos silêncios
brotam respostas transparentes
na sintonia dos seres infinitos
brotam encontros transparentes
Flávia Menegaz
Não confunda a poetisa com a pessoa física.A poetisa é livre, é pessoa espiritual. A pessoa física não chega a ser uma pessoa completamente fechada para o mundo.
A minha poesia é disponível, eu não.
ROTEIROS
Em meus devaneios
Vou rasgar os roteiros da peça escrita pra mim
Mudarei todas as falas
Sentarei em outro banco de praça
Mudarei de calçada
Vestirei outra cor
Hoje vou desligar a TV pra assistir as estrelas
Deitarei do outro lado da cama
Adormecerei com o sol
Vou passear com a lua
Hoje deixarei a rotina
Virarei do avesso
Conhecerei outra de mim.
REBELDIA
Num ato de rebeldia
Usei papel e caneta
Escrevi uma carta a alguém
Li um jornal
Numa luta contra o sistema
Troquei likes por abraços
Mensagens por olho no olho
Sentei com um amigo pra um café com bolo
Num ato de revolta
Escancarei a porta
Saí para vida.
FILTROS DE BARRO
Em meu tempo de criança
Bebi água em filtro de barro
Gostava de ouvir seu lento gotejar
Demorava pingar a gotinha
Acho que queria nos dar seu melhor
Por isso demorava a filtrar
Coitado do filtro de barro
Foi descartado
Trocado
Já não cabe nas casas modernas
Pensando bem...
Hoje tudo parece descartável
Nada pode dar trabalho
Prefiro relacionamentos
Que sejam como filtros de barro.
GARRAFA VAZIA
Encontrei uma velha garrafa vazia jogada na areia
Trazida pela maré
Aquela garrafa um dia trouxe felicidade a alguém
Talvez tenha participado de uma festa
Comemorado um nascimento
Ou alegrou boas conversas entre amigos
Agora desprezada
Triste
Sem serventia
Em minha utopia resolvi tirá-la daquele triste fim
Escrevi um poema em um papel
Enrolei
Coloquei dentro da infeliz garrafa
Lancei-a ao mar
Quem sabe um dia ela chegue em alguma praia
Presencie novamente o sorriso de alguém.
INTEIROS
Só gosto do todo
Sem reservas
Sem pedaços
Já não quero nada partido
Sem meias verdades
Meias palavras
Meias certezas
Meias entregas
Nunca fui metade
Sem você sou inteira
Com você eu transbordo.
VAZIO
Das muitas e muitas andanças
Das mais variadas paisagens
Dos desvelos recebidos
De todos os atropelos que se pode dar
A alma quer sempre mais
Nada lhe basta
É fome que não se sacia
Trilha que nunca termina
Gotejar incessante em cavernas vazias
Seu buraco é do tamanho de Deus.
Elis Barroso
JÁ NEM SEI
Não sei se sou eu que grito
Ou roubei a voz de alguém
Se a dor que sinto é minha
Ou sofro por outra pessoa
Já nem sei se sou dona dos versos
Ou eles são donos de mim
Como é duro ser poeta
Que se afoga nos próprios versos
Ora chora
Em outra ri
Se esvai em grãos de areia
Renasce da folha morta.
TECITURAS
Eva tecia em folhas de figueira
Penélope seu longo bordado
As vozinhas costuravam em máquinas onde brincávamos de dirigir
Época em que agulha e linha da vida faziam parte
As mãos teciam
Enquanto a gente fazia arte
Ah! Pena que quase tudo isso acabou
Deixe eu terminar de tecer essas palavras
Vou aliavar esse poema
Antes que nos roubem isso também.
MINHAS ESTAÇÕES
Que nem meus outonos
Quando caírem minhas folhas secas
Nem meus invernos
Quando eu precisar que me aqueça
Tirem de mim a beleza de um novo dia de sol
Nem a delícia de ser visitada pelo beija-flor
Quando eu voltar a florir.
Hoje
Abrigarei soluços no peito
Afogarei o travesseiro
Direi adeus sem palavras
Sem abraços
Sem seu reflexo em meus olhos
Hoje
Dividirei o copo com a tristeza
Tomarei um porre de saudade
Beberei do vazio que ficou
Só hoje
Amanhã passarei batom vermelho
Darei novos sorrisos
Se não der...
Viverei de improviso.
RIO, SONHOS E PEIXES
Eu gostaria de segurar os sonhos
Pena que sempre escapam
Parecem a truta a brincar com o pescador
Dança à sua frente
Parece até que sorri
Foje faceira por entre as águas do rio
Quando sonho com você é assim
Parece estar ao alcance das mãos
Some de repente em meu despertar
Fecho os olhos novamente
Tento voltar a sonhar
Lá se vai mais um sonho
Sorrindo de mim
Saltando no rio.
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