Poema Infantil de Vinicius de Moraes

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CASA ESQUISITA E VIVA

Lá em casa tem uma porta
Que parece uma gaivota
E tem também uma janela
Que parece uma panela.
É uma casa engraçada,
Toda, toda desengonçada.
A mesa que é de vidro
Tem cara de queixo caído,
E a outra que é de plástico
Parece um nariz de palhaço.

Minha casa é muito estranha.
Não tem nem jeito de casa,
De dia parece uma aranha
E de noite, árvore plantada.
Mas dentro dela se acha
O que toda a gente procura:
Muito amor, muito carinho,
Muita afeição, muita ternura,
Porque o que as casas precisam
Para ser casa da felicidade,
Não é de linda mobília,
Mas de vida e de verdade,
De amor entre as pessoas
Que nela se sentem à vontade.

Nara Minervino.

Inserida por NaraMinervino

Vinicius de Moraes que me desculpe, pois beleza não é fundamental, mas ter caráter sim.

Inserida por mantoar

Amor... e Morte...

O amor
é como a morte
ato banal de todo dia...

Emoção forte
de tristeza ou de alegria,
ele sempre nos surpreende, e a ele nunca nos acostumamos
talvez...

O amor é como a morte:
quando amamos
é sempre a primeira vez.

Quando chegares...

Não sei se voltarás
sei que te espero.

Chegues quando chegares,
ainda estarei de pé, mesmo sem dia,
mesmo que seja noite, ainda estarei de pé.

A gente sempre fica acordado
nessa agonia,
à espera de um amor que acabou sendo fé...

Chegues quando chegares,
se houver tempo, colheremos ainda frutos, como ontem,
a sós;
se for tarde demais, nos deitaremos à sombra e
perguntaremos por nós...

A BICICLETA

Me lembro, me lembro
foi depois do jantar, meu avô me chamou,
tinha um riso na cara, um riso de festa:

- Guilherme, vou tapar seus olhos,
venha cá.

Os tios, os primos, os irmãos, na grande mesa redonda
ficaram rindo baixinho, estou ouvindo, estou ouvindo:

- Abre os olhos, Guilherme!

Estava na sala de jantar, junto da porta do corredor,
como uma santa irradiando, num altar,
como uma coroa na cabeça de um rei,
a bicicleta novinha, com lanterna, campainha, lustroso selim de couro,
tudo.

Me lembrei hoje da minha bicicleta
quando chegou a minha geladeira.

Mas faltou qualquer coisa à minha alegria,
talvez a mesa redonda, os tios, os primos rindo baixinho,

– abre os olhos, Guilherme!

Oh! Faltou qualquer coisa à minha alegria!

Soneto à tua volta

Voltaste, meu amor... enfim voltaste!
Como fez frio aqui sem teu carinho....
A flor de outrora refloresce na haste
que pendia sem vida em meu caminho.

Obrigado... Eu vivia tão sozinho...
Que infinita alegria, e que contraste!
-Volta a antiga embriaguez porque voltaste
e é doce o amor, porque é mais velho o vinho!

Voltaste... E dou-te logo este poema
simples e humilde repetindo um tema
da alma humana esgotada e envelhecida...

Mil poetas outras voltas celebraram,
mas, que importa? – se tantas já voltaram
só tu voltaste para a minha vida...

(Do livro "Eterno Motivo" " - Prêmio Raul de Leoni, da Academia Carioca de Letras - 1943)

Um erro, uma vida

Eu estou indo embora, não tente me impedir, meu orgulho é tudo que me restou. Você pensou que eu não seria capaz, mas acredite eu estou realmente te deixando. Você pode dizer que estou cometendo um erro, mas acredite logo vai descobrir que quem errou foi você. Você vai se arrepender tanto. De todas as noites que me deixou sozinha, enquanto você se divertia por aí. De todos os telefonemas que disse que faria, e nunca os fez. De todas as brincadeiras, das mentiras, das ilusões, irá se arrepender de tudo isso. Vai sentir minha falta como nunca sentiu de nada antes. Vai tentar me procurar, mas sinto dizer, já vai ser tarde, pois baby você não é nem de longe insubstituível. Quando você pensar em mim, eu já vou estar pensando em outro. Não importa mais tudo que eu disse pra você, pois nem penso mais naquelas coisas, os presentes já estão na lata do lixo, pensar em seus beijos agora me dá nojo, não to mais nem aí pra você, não te quero de volta. Siga sua vida, bem longe de mim, tem sua liberdade de volta, fica com aquela vadia agora. Ela vale tanto quanto você. Você parece estar surpreso, achou mesmo que eu não iria descobrir, mas adivinha só? Eu não sou a idiota que você pensou.
Quando cair na real, nem venha me procurar, não vou ouvir suas desculpas, não vou fechar os olhos para seus deslizes. Eu sei que a culpada não foi eu, por tantas vezes eu chorei, até que cansei, sei que agora quem vai chorar é você. Quando sentir minha falta lembre se de todas às vezes que você me deixou sozinha. Quando precisar muito de um abraço, lembre se de todas às vezes que tudo que eu precisava era do seu abraço, mas você nunca me deu. Quando você cansar na farra e quiser alguém para dividir as coisas, lembre se de todos os planos que nós fizemos e você destruiu.
Quando quiser tudo de volta, deite e durma, sei que vai sonhar comigo, e quem sabe lá nossa história seja diferente.

Não é apenas só que estou me sentindo

É muito pior:
- Estou me sentindo sem você.

Noturno n.º 1

Pela madrugada o rádio põe em surdina
um fundo musical de filme
em meu desespero.

E a serenidade da noite, impassível,
com sua felicidade de luar e estrelas
me faz mal,
parece afrontar meu desejo impossível
e ainda me torna mais triste, mais sentimental...

Você está em todas as formas do pensamento
E no pensamento que conforma todas as coisas...

Em vão tento fugir com a música, tento evadir-me com a noite,
em vão!

Você é a música, a noite, você é tudo!
É a própria forma e o conteúdo
Da minha solidão...

Noturno

Agora, à noite, fujo às vezes
e aporto em algum bar

Como antigamente.
Marinheiro do amor, de porto em porto,
a vida como um navio, de mar em mar...

Pensei que tinha lançado ancora,
que plantara raízes,
que não partiria mais.

E de repente, desarvoraste meu destino,
e te foste
- volto a ser o antigo marinheiro -
e sozinho, preciso embebedar-me,
agora num navio encalhado,
sem mar...

Essa...

Essa, que hoje se entrega aos meus braços escrava
olhos tontos do amor de que aos poucos me farto,
ontem... era a mulher ideal que eu procurava
que enchia a minha insônia a rondar o meu quarto...

Essa, que ao meu olhar parado e indiferente
há pouco se despiu - divinamente nua -,
já me ouviu murmurar em êxtase, fremente:
- Sou teu! ... E já me disse, a delirar: - Sou tua !

Essa, que encheu meus sonhos, meus receios vãos,
num tempo em que eram vãos meus sonhos, meus receios,
já transbordou de vida a ânsia das minhas mãos
com a beleza estonteante e morna dos seus seios !

Essa, que se vestiu... que saiu dos meus braços
e se foi... - para vir, quem sabe? uma outra vez.
- segui-a... e eu era a sombra dos seus próprios passos..
- amei-a... e eu era um louco quando a amei talvez...

Hoje, seu corpo é um livro aberto aos meus sentidos
já não guarda as surpresas de antes para mim...
(Não importa se há livros muita vez relidos
importa... é que afinal, todos eles têm fim...

Essa, a quem julguei Ter tanta afeição sincera
e hoje não enche mais a minha solidão,
simboliza a mulher que sempre a gente espera...
mas que chega, e se vai... como todas vão...

(Do livro - Amo – 1939)

Manhã para se feliz

Esta é uma manhã para ser feliz
em um lugar, de algum modo,
é uma manhã para ser feliz...

Esta é uma manhã para dois, para dois juntos
abraçados e tontos, num remoinho
não como nós, eu aqui, diante do sol, das árvores,
de tudo envergonhado porque estou sozinho...

Esta é uma manhã que me fala de ti, nas nuvens,
na transparência do ar,
neste azul do céu, imaculado,
na beleza das coisas tocadas de sonho
e imaturidade...

Uma manhã de festa
para ser feliz de verdade!
Esta é uma manhã
para te Ter ao meu lado...

Quando Deus fez uma manhã como esta
estava com certeza apaixonado...

Capricho da memória:
de tantos momentos em que te vejo
e em que no meu pensamento
tua imagem se insinua,

havia de fixar-te, naquele íntimo instante
em que mais te desejo:
inteiramente nua!

À sua passagem a noite é vermelha
E a vida que temos parece
Exausta, inútil, alheia.

Ninguém sabe onde vai nem donde vem,
Mas o eco dos seus passos
Enche o ar de caminhos e de espaços
E acorda as ruas mortas.

Então o mistério das coisas estremece
E o desconhecido cresce
Como uma flor vermelha.

obra poética I caminho 1999

É por isso que numa folha de papel pardo ele tentou outro poema. E o intitulou de "Absolutamente Nada". Porque era o que estava em toda parte.

Eu queria pra tu um poema escrever
Mais lembrei q a vida já tinha escrito você
Escreveu os mais lindos versos
Muitas vezes controversos
Escreveu as mais lindas rimas
Que mais pareciam obras primas
A cada linha que passava
Mais interessante você ficava
A cada linha que passava
Cada vez mais eu te amava
Tinha o mais belo significado
que me deixava mais apaixonado
Pelo visto esse poema não tem um fim
Pois a vida percebeu o tanto que tu era importante para mim
E não parou de escrever
A vida escolheu deixar você viver

Incertezas

As vezes estou a pensar
Como seria amar
Não que esse poema,
tenha que rimar.

São muitas dúvidas,
que preciso tirar
A questão é amar ou não amar ?
Meu orgulho fala mais alto
Tanto faz ou não se apaixonar.

Meus sentimentos são como,
fechar os olhos e dormir sem sono
Ser fria soa como uma única opção
Esconder sentimentos que vem do coração.

Inserida por lyviamel2010

No sótão da lua...
existe um poema que jamais foi lido.
Existe um canto, um hino, muito bem ocultado,
muito bem escondido, plasmado
na tinta indelével de um pergaminho.
Fino, tão fino!

Fala de brancas tardes, de infinitas estrelas.
Fala de nós meninos, de nós crianças,
de cordas d'amarras e de longas tranças.
Fala igualmente de ignotas rotas
e de uma epístola sagrada.
Fala de um rumo, de um áureo prumo,
de um pirata, de um corsário,
de um marinheiro… de um Mundo inteiro.

No sótão da lua, existe traçado, um beco
e, tal como o da rua, é quelho, solitário, ermo.
Esconsado, sombrio, covil sem fumo, furna
de marés e de rurais chaminés …
Magoada viela, igual aguarela.

E sobre o esconso, passam dispersos,
rimas, poemas, prosas, líricos versos.

E neles, todos os sons, todos os tons,
dos nossos passos, dos nossos abraços.
Do nosso cheiro. Da nossa história.
Dos nossos pés … calcorreados, doridos
de tão magoados.
Na greda e no sal, na lava e na cal.
No gelo e no sol.
Híbridos. Acasalados, colados,
de braços abertos!

No sótão da lua, inteiros, convictos,
de tão completos, percorrem-se lentos,
famintos, sedentos, de lés-a-lés.
Em troféus de fados, atravessam nuvens,
amam-se em glória, rezam-se afetos.

Inserida por katiacristinaamaro

Poema que eu fiz pro natal,
Ao noel,
Meu formoso obrigado,
Por fazer-me ver como é bom sonhar,
Acordar com o encanto,
Sem nada planejar,
Pois toda madrugada de sua vinda marcada,
Uma surpresa me esperava,
E mais um sonho se realizava,
Nunca deixe de existir,
Mesmo que seja só imaginário,
Porque mesmo tão longe,
Estará sempre tão perto,
Até sua vinda novamente,
Ansiosos esperaremos,
Com imenso amor e espírito natalino,
De você nunca esqueceremos.

Inserida por BeatrizCoelho

Poema - Para quando você voltar

É querer meu ter você aqui por perto,
Mas isso não está sob meu controle.
Você sabe que meu coração estará sempre aberto,
Aqui dentro te dando mole.

Sinto que aquela despedida
Não foi, por certo, o fim.
Foi apenas uma partida
E haverá de voltar para mim.

O tempo vai custar passar.
É difícil, eu sei.
A saudade vai apertar.

E estes versos guardarei,
Para que um dia eu possa te mostrar
Que em todas as horas da vida eu te amei.

Inserida por JEduardoSoaresA

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