Poema de Pobre
"É TARDE"
Que foi que eu fiz? Meu Deus! É tarde, agora!
Remediar não tem mesmo mais jeito
pois o que fiz outrora já está feito
e toda a consequência não demora!
Amar demais, eu sei, foi meu defeito
e, se hoje, inconsequente, o peito chora
é só porque, o amor, mandei embora
depois de ver que, o tal, não fora aceito.
Fiz, eu, do meu viver, essa amargura
que, ninguém mais, de mim, por perto, atura!
Amor não deve ser, nunca, largado…
Quer seja aceito ou não, ele é bendito!
Meu Deus! Que foi que eu fiz? O peito aflito
de tudo se arrepende, emocionado!
" DUVIDAS "
Eu sei que tu duvidas! Mas, no entanto
o que é verdade está posto na mesa
e, se ainda existe dor, mágoa e tristeza
é hora de secar, de vez, o pranto!
Existe, neste história, amor, beleza,
momentos pra se recordar (e quanto)
e se houve, algum momento, o desencanto
não lhe roubou o ardor, tenho certeza!
Pra sempre é para sempre! Nunca acaba…
Se um dia uma paixão se vai, desaba,
eu sei que ainda lhe resta a própria história…
No entanto, tu duvidas! Veja! Aceite…
O que te foi, um dia, por deleite
pra sempre há de ficar em tua memória!
@poetaesoneto - @s.juniorpaulo
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Adorado Maio divinal
da linha do destino,
Estação que outonal
esplende sob a Lua Nova
no Médio Vale do Itajaí.
Desenrolando o gobelin
de raios sutis enfeitando
a noite por aqui em Rodeio
e inspirando o meu peito.
Assim nos braços do tempo
o noturno romantismo
trazendo o doce sentido.
Para ser mais amor
do que o amor muito além
do que pode ser compreendido.
Uma visão que do coração
toma conta na Baía do Babitonga,
divina Ilha do Pernambuco,
por um instante fugi do mundo.
Furo que o mar faz na memória
no idioma do povo que a História
pertence permanecendo indelével
e mais vivo do que nunca mente.
Sei muito bem qual a rota eleger
aconteça o quê acontecer
e navegar: levo a filiação do mar.
A dança do tempo sempre mostra
sob o Sol ou tempestade,
e premia quem espera de verdade.
"SONETO DA REPARAÇÃO"
Tentei, eu, reparar o acontecido
e consertar os erros do passado
mas acho que eu estava equivocado
e o que passou, passou! Fui, pois, vencido!
O tempo encarregou-se em ver lavado
os meus percalços, falhas, o ocorrido,
e viu-me o tanto que já padecido
no espaço do remorso consumado.
Reparação se fez sem minha ajuda
quando a poesia pura, aqui desnuda,
juntou-se a ele pra falar de amor…
O acontecido, reparar bem quis
pra ser, um pouco mais aqui, feliz
mas, para tal, o tempo é que é senhor!
" ARREBATOU-ME "
Levou-me a viajar por outros mundos,
por astros, por estrelas no infinito,
e constatei não mais estar restrito
pois que me haviam sonhos mais profundos!
E tudo se fez belo, mais bonito,
bem como, meus amores, mais fecundos…
Valorizei as horas, os segundos,
como algo eterno em mim. Isso eu admito.
Eu fui ao caos primeiro, à imensidão
que, origem, deu a tudo aqui, e então
se abriram, para mim, novos caminhos…
Por outros mundos fui, quando perdido,
vagando o medo, em meu sofrer, ferido,
até que arrebatou-me seus carinhos!
"ALCANÇA"
Eis que eu estava bem, no paraíso,
em meio a encantos tais, da criação,
e tendo, o essencial, ali, à mão,
sem chuvas, sem tormentas nem granizo…
Mas eu olhava a vida à volta e, então,
não via o sonho que, hoje, exteriorizo…
Faltava-me o olhar, a voz, o riso,
que iria me encantar o coração!
Eu tinha tudo, mas não tinha nada…
Ninguém pra partilhar a minha entrada
com mesmo passo, fé, mesma esperança…
Eis que chegaste, então, na minha história
e tudo pôs-se em nova trajetória
porquanto o amor real hoje me alcança!
"ASSUMO"
Assumo os meus cabelos! Por que não?
Se o tempo os branqueou, foi pela vida
de luta contumaz, feroz, renhida,
que trouxe-me de pé até então!...
Talvez não fora a história pretendida
mas, certamente, tenho compreensão
que foi de muito amor e de paixão
na estrada que me foi dada e estendida.
Se vê-me sob o céu acinzentado
desse envelhecimento acentuado,
perdoe-me se tenho dele orgulho…
Os meus cabelos, pois, assumo brancos
na vida vinda a trancos e barrancos
enquanto, em gratidão e amor, mergulho!
"CONSIDEREM"
Talvez me considerem na vaidade,
na vida de luxúria e de pecado,
entregue a essa velhice em bom estado,
porém sem ver o peso dessa idade!
Sou, do que fiz de mim, o resultado
e, francamente, vivo, é bem verdade,
com força da paixão, na intensidade,
fazendo, co'a poesia, um bem-bolado.
Se a lua pode amar estrelas tantas,
também tive paixões reais (e quantas)
sabendo que o amor é um bom caminho…
Me considerem, pois, um mero poeta
que tem uma alma impura e indiscreta,
mas sofre e chora quando está sozinho!
A luz da Lua Crescente envolvente
no Médio Vale do Itajaí com as luzes
da romântica Cidade de Rodeio
trazem à tona memórias do peito.
A alma, a mente e o coração
pertencem a América do Sul
e a nostalgia da guerra das Malvinas
escrevem juntas poesias engolidas.
O quê carrego não vai passar
porque toda esta Pátria Austral
também é o meu sagrado lar.
Abrir mão da liberdade é algo
que jamais vou abdicar,
porque assim sou e não vou mudar.
Fazer-te minha propriedade
privada como a Ilha Queimadas
na Baía do Babitonga é uma
ambição que não abro mão.
Algo de muito de Carijó ainda
permanece em nós e brinda,
e sei que não nada que impeça
de todo o coração e os pés na terra.
Tu haverá de ir e sempre
irá para mim regressar porque
de dentro de ti não tirará.
.
Porque não há mais como negar
a absoluta dama das tuas auroras
e a glória do amor do tamanho mar.
"TERAPIA"
Eu sou de uma guerreira geração
que tinha de enfrentar, com garra, a vida
se ousasse ter a meta pretendida
que desse amor e paz ao coração!
Os traumas, qualquer marca recebida
por erros dados de uma educação,
tratávamos com fé, com comunhão
de amigos numa prosa concedida.
Porem tem-se, hoje, à mão, a terapia,
recursos dados na psiquiatria,
que ajudam a vencer tão triste estado…
Mas veja com quem abres teu segredo
que é bem comum, na escrita desse enredo,
ficar, da terapia, apaixonado!...
" IMAGEM "
Que imagem passo eu? A verdadeira?
Aquela que demonstra, em perfeição,
o que trago guardado ao coração
ou a que finjo ser, por brincadeira?
Transmito o que me é justo, o que é paixão,
de forma honesta, séria, firme, obreira,
ou dou, a quem me vê, total canseira
por camuflar a essência aqui em questão?!
Será que me conheço, de verdade,
ou prisioneiro sou, na realidade,
da imagem que pretensamente exponho?...
Preciso conhecer-me aqui, primeiro,
e tudo o que retenho em meu celeiro
pra imagem não fazer-se, apenas, sonho!
"TESOURO"
Amei o que era infância, ingenuidade,
e, nela, a quem primeira namorada…
Também amei, na adolescência dada,
já com gostinho de promiscuidade!
Me veio amores mais! Pessoa amada
também eu tive em minha mocidade
e, quando veio-me a maturidade,
amei de forma adulta, apaixonada!
Deixou-me, a estrada, pronto pra que agora,
quando a minh'alma velha se enamora,
eu tenha amor sereno, duradouro…
Se eu, hoje, estendo a mão a um compromisso
não quero ser, do sentimento, omisso
e faço, deste amor, o meu tesouro!
"MAIS UMA VEZ"
Parece que ficou, ela, encantada
com a aparência bela do rapaz
que nem lembrou dos erros lá de trás,
no outrora em que já esteve enamorada!
Passou por um romance forte, audaz,
que, a alma, lhe deixou, de dor, marcada
e, agora, está, de novo, apatetada
que nem lembrou-se do sofrer mordaz.
O amor é mesmo assim: nos alucina,
nos entorpece e, enfim, nos arruína
de forma a nos moldar na insensatez…
E, uma vez mais, nos faz agir estranho,
num caos de insanidade, tal, tamanho
que erramos, todos nós, mais uma vez!
"SAI"
Tentou me converter pra sua crença
e me levar cativo pro convento
agindo na surdina, igual ao vento
chegando de surpresa, sem licença!
Mas sou macaco velho nesse intento
e já perdi, faz tempo, a inocência
porém muito aprendi sobre a prudência
de forma a me escusar do chamamento.
A dama que ache um outro pra sua reza
que um homem, sábio, santo, que se preza
não muda, a sua crença, assim, por nada…
Cruz credo! Saravá! Sai, tentação…
Sou homem, pois, de determinação
que só coloca os pés em santa estrada!
"QUERO PAZ"
Não vem com lero-lero, patacoada,
com fita, nhe-nhe-nhem, com choradeira
que eu, hoje, não estou pra brincadeira
e sem paciência pra prosa fiada!
A calma já se foi pela ladeira
e não vou atender a tua chamada
se vais continuar co'a palhaçada
e despejar-me a trama costumeira.
Acorda! Vire o disco! Mude a faixa
que essa canção ruim já não se encaixa
com todo o resto desta ladainha…
Esqueça a patacoada, o lero-lero,
a reza, o terço, a missa junto ao clero
que eu hoje quero paz nessa alma minha!
Como fonte de águas cristalinas, assim é a minha alma diante da Tua presença, ó Senhor, meu Deus.
Minha alma exulta e se edifica em Ti! Tu és o Santo de Israel, o meu Deus, e foi por tua misericórdia e benignidade que fui salvo.
Não havia em mim mérito algum, sou pecador e indigno, mas alcancei a salvação pelas mãos de Jesus Cristo, que por amor se entregou por mim no Calvário, tomando sobre si as minhas iniquidades.
" OLHAR DE "
O que ela está pensando? Não sei, não…
Parece que já tem bem definida
(por conta, em tudo, do que deu-lhe a vida)
a sua mais secreta opinião!...
Mas, esse olhar a parecer perdida
não deixa de expressar-me que ela, então,
compôs, pra si, sua própria conclusão
da qual não me dará qualquer medida.
Como a poesia estende liberdade,
me sinto livre e estou bem à vontade
pra dar aqui, pra tal, minha impressão…
É, todo, o olhar de quem bem gostaria
de que o rapaz se declarasse, um dia,
e lhe cobrisse, inteira, de paixão!
" DESSA MANEIRA "
Quando ela lança o olhar desta maneira
me sinto a própria presa na emboscada
sentido o abate ali, sem escapada,
chegando de surpresa, na cegueira…
É fera, nesse lance, acostumada
a preparar a carne pra fogueira
e se eu vacilo, caio, dou bobeira,
me janta até o raiar da madrugada!
Tem ela, nesse olhar, o seu feitiço
que, ao seu querer, me faz ser submisso
e acabo que desperto em sua cama…
Assim, dessa maneira, o olhar me dado
me põe, a tal desejo seu, atado
até que eu me consuma em sua chama!
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