Poema de Pobre
O Homem na Porta
William Contraponto
O homem na porta observa
E tira suas previsões,
Entre uma e outra reserva
Vê o que há em ambas situações.
O homem na porta hesita,
Mas não cessa de esperar,
Pois cada cena palpita
Com algo a revelar.
Vê passarem os enganos
Com vestes de solução,
E os que fingem há muitos anos
Ser donos da direção.
Escuta o rumor da rua
Com olhos de dentro e fora,
Como quem encara a nua
Verdade que se devora.
Vê que a luz também confunde
Quando insiste em dominar,
E que o claro só responde
Se o olhar souber mirar.
O maniqueísmo que
permitem entrar,
sempre será prelúdio,
para o Deus da Guerra
dançar numa terra
para inteira devastar.
Valorizo religiosamente
a menor trégua que seja
sempre que for preciso,
em nome da necessidade
da sagrada hora de parar.
Em mim e na minha
sacratíssima terra
não desejo e não permito
que o Deus da Guerra
chegue, entre e faça lar,
por isso escolho pacificar.
O Deus da Guerra
sozinho não consegue
nunca parar de dançar;
Por estar ciente disso,
cultivo a sagrada hora de parar.
Deslizando do mar do destino
embarcação feita para dois
e vivendo nosso amor bonito
rumo sereno à ilha perdida.
Em La Blanquilla sem querer
mais nada desta vida,
no paraíso desabitado
nos tornar parte da poesia.
O quê realmente importa
sempre chega na hora,
e sem nenhum impedimento.
O amor como oceano cabe
na embarcação leve do peito,
e com ele sempre tem um jeito.
É, outrossim da solidão
A solitude companheira
Sempre cheia de reflexão
E distante da barulheira
Solitude se torna solidão
quando não tem conclusão
Reflexões transvertem em ociosidade
Perdura-se o eco sem reversibilidade.
POESIA CODA
Sou muitas mãos
E muitas vozes
Também sou muitos ouvidos
E tantas outras expressões
Sou telejornal e novela das 8
Encarte de mercado
Promoção de biscoito
Sou a pausa – do sinal afoito
Astronauta em dois mundos
Indo e vindo neles... amiúde
Alguém que se reinventa
Sou um poema (nas mãos) de Nelson Pimenta
Sendo assim, deixa-me suspenso
Entre configurações de mãos
e grunhidos de meus pais
Sinto deles o cheiro
(até hoje)
Quando falo em sinais
(Para Bruno Alves, falecido de forma trágica em 2017)
“Bruno!” – Espero que ainda dê tempo de minhas palavras lhe alcançarem nesse grande mar.
Nessa turba de ondas de além, deixo-as ir em paz contigo, não há distâncias no Infinito; toda palavra é infinita e tu olhas assustado o grande mar revolto enquanto atravessa-o forçosamente. Uma pequena cabeça que insiste em não submergir, um grande coração na imensidão escura – a noite é só um pano de fundo; melancólico.
Atentos estão os seus conservos – no grande mar; nos fortes ventos
No horizonte que se aproxima enfim de ti.
No pequeno barco de papel, vem te receber o profeta – E de Gentileza te acolhe – o nosso barqueiro é mais gentil; sem moedas, sem espólio, sem alforge.
Até que tu te avistas – com a grande mãe dalém do grande mar; – “Salve Anastácia, rainha” – a mãe eterna dos pretos e pobres livres. Acolha este guerreiro forro em Aruanda; e me acolha junto – parte de mim ficou também no mar.
Felicidade, profeta!
Sempre esteve em mim
Mas sempre fui poeta
Atrás d’outro Enfim!
Que coisa mais tardia
Chegar querendo cálculo
Da minha alegria
Se vivo ali no palco.
Choro, rio, jogo-me e sou
Nem plena e nem desatenta
Nem mesmo o que restou
Nem oito ou oitenta.
Entre as análises das dores
E das lições também dos risos…
Nunca deserto, nem flores.
Entre batimentos e juízos.
Nem tristeza e nem euforia,
Ainda que muito as seja,
Sou mesmo é a carniçaria
Aberta na bandeja.
E quando eu alcançar tudo
O que me dói nos rins,
Diga a eles que inda acudo
Meus saberes, nãos e sins.
Quando tudo fizer sentido,
Quando toda resposta houver,
Diga a eles que meu eu perdido
Inda lerá o que nem se é.
Fico mesmo é nesse papel
Branco, decalcado,
Nessa arte tão cruel
De tentar
Significado.
Fico mesmo é na importância
De fugir da infelicidade
Porque mais do que ser feliz
Ser poeta
É ser verdade.
Navegar nas mesmas
águas onde Luis Brión
obteve a primeira vitória,
e contigo fazer história.
Ler por antecipação o quê
pode vir a nos ocorrer
onde as estrelas sempre
serão mais visíveis.
Por Los Frailes e por todo
o Mar do Caribe navegar
o quê há em nós é deste mar.
Para receber o teu amor
tenho preparado um refúgio
para nada vir nos dispersar.
Se meu sorriso aparece
quando a flor é posta
inda assim padece
pelos sem resposta.
Se vibro intensa pela
pequena possibilidade
inda assim, internamente,
me dói a
incapacidade.
Se vivo em confetes
pelo triz atingido
inda assim, me acomete
todo vivo matado
e morrido.
Se meu sangue chora
e, por vezes, sara
inda é cor de guerra,
inda me pinta a cara.
Se minha manga
fica presa na maçaneta
inda tenho pitangas
para os sem camiseta.
Se não encerro a festa,
se não paro a dança,
inda leio
floresta,
inda me mata o que lhes cansa.
Se a cor é bela
e a vida é forte,
inda vejo nela
a falta de suporte.
Se acordo querendo
dar tudo de mim pelo pingo
inda entendo a giganteza
de quem trabalha outro domingo.
Se agora preciso de um colo
ou outro sim,
não desconheço o subsolo
de quem nem sabe de onde eu vim.
Se preciso de uma pincelada
da sua empatia
nada me impede, ralada,
de ser também sua pia.
Se tudo o que peço
é um quase de paz
em meio ao meu mínimo turbilhão,
inda entendo cada jaz
e não comparo seu sermão.
Se deito com rosto molhado
e abro o sol com dente aberto,
ó, eu lembro do seu lado,
e meu sonhar segue desperto.
Se comemoro o vento da greta,
a montanha suada
e a facilidade;
inda lembro da sua marreta.
Sua alegria é lembrada
da minha dignidade?
Porque, ah, se tiro a meia
e sinto o mesmo alívio que seus pés
após tanta maratona…
não diminuo sua areia,
mas esquece, atés,
que chegaríamos mais rápido
seguindo a mesma fé cafona.
@vanessabrunt
Esse é o lema que vai ser guia. O principal oposto de felicidade não é tristeza, é agonia.
O caminho é a alforria. Melhor rosto molhado do que carne que ardia. E no alto da sua libertação, vão apontar em suas costas e urrar: pega-ladrão! Mas aprenda a ficção, porque o conto real é ser vilã para quem é vilão. Pele aberta roçando em fantasia. Melhor a busca do ponto do que a busca da cura. Veja a rua cheia que é vazia. O principal oposto da verdade é falta de postura.
(Vanessa Brunt)
Meus passos de Maracatu
são filhos de Cambinda,
Assim como o meu amor
que nasceu do teu olhar
me seguindo com folia,
Não preciso aos Santos
consultar e nem fazer magia.
Caboclo d'água sempre
assusta quem não
usa no rio a cabeça,
Ele assusta o pescador
que não pesca com coerência.
Nós dois dançando
Caboclinhos,
Jamais prevíamos
que viveremos
só de carinhos,
Foi neste ritmo
que você se colocou
no meu caminho.
O sentimento tem a grandeza
e o azul pleno do Mar do Caribe,
não há o quê nos limite
porque pactuei com o Hemisfério.
Convicta ao redor da Ilha La Sola
com um caderno e uma caneta
em busca da palavra certa
e o desejo de vê-lo sem dilema.
Não quero nada mais do que
nada menos do que ter a real
importância no teu sensorial.
Dos pés a cabeça no teu oceano
corpo construírmos uma a uma
as nossas catedrais do tempo.
O sentimento de desembarque
de um romance que tudo foi feito
para que o amor sobrevivesse
não conhece mais o regresso.
Agora só cabe é deixar-se levar
pelas correntes do Mar do Caribe
e na Ilha de Fraile Grande aportar
e nem mais para o relógio olhar.
Quem escolheu desdenhar
ficou lá para trás e no seu
devido lugar nunca irá mudar.
O quê realmente importa é estar
onde de fato há um amor que verdadeiramente se permita amar.
"Dor"
A dor de amar aquilo que você não pode ter
E como tentar vencer algo que você não pode ver
Mas para tudo tem um porque, talvez nao não seja a hora.
Porém do que adianta viver se eu não posso ter você
Do que adianta andar sem ter você para caminhar
De nada adianta eu tocar e não senti-la.
Mas eu sou jovem tenho muito a viver, porém eu não quero viver sem antes ter você.
De linhas em linhas meu coração disparou, e essa e a unica certeza que eu tenho de que isso que eu sinto e amor.
Pois com você eu me sinto como uma criança
Perto da imensidão que habita dentro de você, e eu deixaria de tudo apenas para te ter.
Um Milésimo
"Eu sou. Eu tenho.
De onde eu venho?
Eu, eu, eu... Com a perspectiva
de uma câmera focada no umbigo."
Navegar nas letras
de Alonso de Santa Cruz
como quem navega
pelas Pequenas Antilhas.
Nas areias rosadas
viver a poesia
de escrever o seu
nome em La Orchila.
Ver as estrelas ali
onde elas são mais visíveis
mesmo na imaginação.
Se for para ser só meu
o teu tempo embarcação
haverá de encontrar a direção.
Com os meus olhos
cosmonautas fui buscar
na Lua Crescente
sobre o Médio Vale do Itajaí
a tranquilidade que sinto
por ser visitada por ela aqui.
Minha Cidade de Rodeio
de todas e muitas luas
com o seu esplendor
inspira o meu poético andor.
Dormir, acordar e viver
em paz é algo caro
que nos dias de hoje
muitos já não têm mais
condições de desfrutar,
e no nosso lugar cabe cada
um de nós pela paz zelar.
Porque há outros pelo mundo
afora que não tem nem
noção de que a guerra
pode estar a se aproximar.
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