Poema de Pablo Neruda Crepusculario
adubo
para um jardineiro nunca falta ferramentas
plantas e a terra para plantar
mas o adubo, ah, este vem da alma para tudo florar...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
fortuna
não sou bonito
nem tão pouco tenho ouro ou prata
mas trago encanto no olhar
sorriso e a vontade de sempre amar
e nunca deixo de poetar
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
Plenitude
Enquanto uns escolhem ser
saudade, vou vivendo a minha,
A nossa felicidade. Ora se a vida
É tão cheia de amor, porque
Alguns escolhem viver
Tão cheios de dores?
Pra que viver eternamente
De lembranças e memórias
Vazias de algo que um dia
Foi, se o divino é viver a
plenitude do amor em vida?
oferendas
dê flores ao amor
beije e abrace
ao amador, rondas
não use disfarce
-pule sete ondas!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
outubro de 2019
Cerrado goiano
Calça, mas saia
Criaram e inventaram a calça saia
daí que numa calça que cortei,
porque na internet eu vi,
que por dentro das pernas um corte,
para dar à calça um outro norte!
A calça virou jaqueta
as pernas ficou as mangas
e na cintura o cós aparecia a etiqueta,
deixei num canto e pensei: estraguei!
Toda vez que abria o guarda- roupa
a calça com o furo que virou gola,
mas, sem coragem de usar,
rindo hoje eu vesti para dormir!
O furo bem no meio das pernas,
meu esposo malicioso suspirou
e eu com isso me veio as idéias:
- Calça de fundo aberto...
Meu esposo exclamou!
- Isso não dá certo!
Mas, daí que achei na internet
muitas calças saias sem piquete
e não bem isso que imaginei,
porque são todas calças!
Então pensei que poderia inventar
uma saia que fosse calça
porque nenhuma pude encontrar!
- Seria uma saia de pernas!
Parece engraçado, mas veja,
a saia calça seria aberta igual saia,
mas, com pernas igual calça,
seria uma opção pra gente,
que não usam calça com fecho embaixo!
Imaginem isso sem ser calça, mas saia!
Bem como não sou estilista
e nem costureira, fiz um poema
para registrar a ideia!
Trem da vida
Porque amar é tão complicado?
É simples. A gente é que
Complica. Busca a perfeição
No outro, quando os defeitos
De cada um é que tornam
Tudo tão espetacular.
Valoriza quem ama teus
Defeitos, porque a perfeição
Não passa de uma bela
Ilusão que só te faz
Perder o trem da vida que
Passa diariamente pelo teu
Coração, o qual sonha e fantasia
A felicidade. Soubesse ele
Que a felicidade é passageira
Feito o carnaval, que
Começa em samba e acaba
Em cinzas.
Tua voz e como o doce som do mar ao entardecer,
Teu sorriso e tão radiante quando a luz do sol,
Teus olhos brilham como as estrelas numa noite escura,
A vida sem vc não tem sentido,
vento
o vento no cerrado, chia
acaricia grosseiramente
pelos pequizeiros rodopia
e assobia ansiosamente
nos buritis, e em romaria
de repente, se faz ausente...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro, 2016
Cerrado goiano
Cobrador não me cobre dinheiro, me cobre poesia.
Há uma poesia no busu.
Uma poesia que hiper potencializa o mp3 e as viagens literárias.
Há uma poesia no busu.
O motorista vira um deus,
O cobrador São Tadeu
E meus colegas de viagem viram anjos.
Estou te dizendo ora!
Há poesia no busu.
Um balanço inebriante que apesar do enjoou que vem e vai,
Faz dessa viagem um retiro de paz.
Há poesia no busu.
Há tanta poesia no busu,
Que aquele barulho é silêncio.
O fone de ouvido é sossego
E o fim da viagem é tristeza.
Há poesia no busu.
Igor Improta Figueredo
ciscando
busco significação
no cesto de entulho
do fim do ano
e eis que tenho na emoção
- monotonia –
uma folha em branco
e uma acinzentada poesia...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
FIM DE ANO EM SONETO
Sim, vão-se os anos de fim de ano
Assíduos, só a aparência mudou
O tempo passa e tudo passou
O destino é mesmo soberano
Há anos pós anos, o sonho mitou
A minha rota tem outro cotidiano
Num entra e sai do desígnio tirano
Do nada como antes, vil sobrevoo
Saudade é a mesma, mesmo dano
Esperança, sim, desta nunca enjoo
E com a quimera nunca fui profano
Assim vou, mais um ano, num atroo
De comemoração, então seja ufano
O revoo, pois o fim, ainda não chegou...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
dezembro de 2016
Cerrado goiano
região
chão árido cascalhado
de tradição e moda de viola
à alma consola
coração do Brasil
- Goiás do cerrado...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
Vaidade
Em todos os tempos a vaidade fazia o homem medíocre
Se colocando como gigante diante dos demais
Homens antigos vaidosos quanto a sua fama de macho alfa
Mulheres antigas vaidosas quanto a seu marido e dote pago
Famílias antigas escondendo suas vergonhas para manter sua imagem
Jovens antigos com seu sobrenome acima de tudo
O tempo passa e só mudam alguns detalhes
O homem moderno vaidoso com seus bens
A mulher moderna vaidosa com sua aparência
A família moderna vaidosa com sua classe
O jovem moderno vaidoso com sua popularidade
Quem consegue ir de encontro com esse padrão?
Quem não é levado pela vaidade?
Quem fugirá desse mar de mediocridade?
Os estranhos, excluídos, fora de cogitação
Os periféricos, não de cidades, mas de pensamentos
A qual veem além das imagens projetadas
Os pobres, não financeiramente, mas pobres de orgulho
Que te vê como igual e lhe faz crescer como pessoa
Os perdidos, não de localização, mas de padrões
A qual não se prende a condicionamentos sociais
Aos loucos, a carta mais forte do baralho
Vistos como aberrações e ameaça por serem imprevisíveis e incontroláveis
Aos maltrapilhos, pequenos, anormais...
Não confie, pois, na vaidade, enganando-se a si mesmo, porque a vaidade será sua recompensa (Jó 15:31).
Desejo
Quem me dera ter vivido poeta
Ter olhos que veem a emoção
Mãos pra cantar a canção certa
Fazendo poemas da inspiração
Ah, quem me dera!
Saber rimar frases de amor
Compor rimas com quimera
E na quimera lapidar a dor
Quem me dera, ah!
Ter a estrofe certa pra paixão
Na quadra ter a sublime forma
E doces versos para o coração
Ah! Sonhador de ser poético
E neste sonho muito quisera
E o pouco que faço é sintético
Ser poeta? Ah, quem me dera!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
abril
(mirras)
folhas anunciam abril sem cor
vem vindo nas asas do vento
pássaros em gorjeios de louvor
metamorfoseando ao relento
acorda abril nas manhãs de outono
a natureza no ventre é transformação
espera o inverno pra ceder seu trono
assim vai o tempo em sua concepção
noites mais longas de melancolia
mais um abril passando por mim
suas árvores nuas escrevem poesia
transmudando e nunca pondo fim
(abril, mês de antúrio e estrelitzia.)
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
01/04/2016, 20'20"
Cerrado goiano
UM SONETO
Canta na alvorada o sabiá canta
Um cantar suave e tão contente
Que nostalgia o encanto da gente
Saudosamente, e os males espanta
E na tal quimera sonora, consente
Que nesta manhã de beleza tanta
A alma transude numa magia santa
Exibindo a alegria que a vida sente
Assim, em uma fortuna reluzente
O canto nos põe frente a frente
Com a felicidade e com a emoção
Então, neste encontro presente
Desta ventura, aí, tão somente
A boa sorte, regi toda a canção
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
VERÃO NO CERRADO (soneto)
Lá fora o vento em agonia e rebeldia
Redemoinhando o taciturno cerrado
Do silêncio carrascal, fez-se agitado
Sob a chuva nua, acordando o dia
Na vastidão do chão, o tempo arado
Da sequidão para o sertão em urgia
Molhado da tempestade em romaria
Empapando o alvorecer enovelado
E neste, porém de tão boa harmonia
O horizonte na ventura é amansado
Enxurrando na procela a melancolia
Assim, vai-se avivando o árido cerrado
Do acastanhado que ao verde, barbaria
Ao rútilo encarnado do verão variegado
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
MINHA RUA (soneto)
Das tuas sombras dos oitis a saudade ficou
És a rua do príncipe dos poetas, laranjeiras
Coelho Neto, onde sonhei de mil maneiras
E alegre por ti minha felicidade caminhou
Das tuas pedras portuguesas, o belo, cabeiras
Ao chegar de minas só fascinação me criou
Se triste em ti andei também o jubilo aportou
Me viu ser, indo vindo emoções verdadeiras
Em tuas calçadas a minha poesia derramou
Criando quimeras, quimeras tais derradeiras
Da Ipiranga a Pinheiro Machado o tempo passou
Em ti a amizade os vizinhos em nada mudou
Carrego tua lembrança, lembranças inteiras
Rua da minha vida, estória comigo onde estou...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro, 16 de 2017
Cerrado goiano
ao dia 16 de fevereiro 1976,
quando chegamos ao Rio de Janeiro...
feitiço
se te comparo a beleza de ser belo
és por certo de lindeza encantada
e aos olhos a formosura espalha
belezura neste ar tão singelo
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
SONETO DO LAMENTO
Quando, o acaso na má sorte vem
O lamento soluça no tal sentimento
Que maldigo o fado sem entendimento
Das lágrimas do azar que consomem
Sou tal sofredor deste encoscoramento
Que invejo o estado de quem não tem
Da bonança e fortuna dos que vão além
Descontente é o meu porte sem portento
Se a amargura é algo que me convém
É, pois, de desprezo feito meu momento
Tal quem destinado à vida com desdém
E nesta lama, enlameado é o meu contento
Pois triste é lembrar que sorte não contém
Mas sereno, tenho a Deus como fomento
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
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