Poema de Mario Quintana Decendo as Escadas
Free
Quando o labirinto da existência se fecha
Num emaranhado de emoções
Que entrelaçam a alma
Necessitando de refúgio
Necessitando de calma
Sedenta, abre um livro
Que a transporta para outra dimensão
Uma realidade difusa e surreal
Que ressuscita o triste coração
Como num sonho fantasioso
A alma flutua
Numa catarse perfeita de prazer
Impalpavél...
Indescritível...
Imensurável...
[...] Realidade?
A alma flutua dentro das entrelinhas
Em meio a voz do autor
Que sussurra suas ideias
Dentro do universo do leitor
E alça voo dentro da narrativa
Quebra os grilhões da ignorância
E segue numa insaciável busca
Com uma sede ínfima
Que somente quem voa sabe
O sabor do vento da liberdade
Conduzindo a alma para níveis infinitos de aprendizado e liberdade
Por isso ela não quer
Mas fechar o livro
Não quer parar de sonhar, flutuar...
Decidi me entregar
Com toda alma e coração
E aceitar, que essa relação
Já tomara um caminho diferente
Mas o tempo passa e a nos enganamos.
Esperamos...
Como um beijo pode mudar toda a situação?
Palavras em vão,
Vazias,
mas cheias o suficiente pra ferir,
A vida passa,
O tempo muda,
No fim cada um colhe o que semeia
Não guardo rancor,
Eu aprendi ser amor.
Aprendiz
As lágrimas
Dos olhos
De uma criança
Que aprendeu
A amar um time
Escorreu ao ver
A vitória do rival.
A criança
Aprende desde cedo
Que em jogo de futebol
Não é somente de ganhos:
- Um dia ganha, um dia perde,
Um dia ganha...
Assim também é a vida.
Seu sorriso é o meu favorito
Ele tem um jeito único, despido de ser
Destrói entre-linhas, tornando você meu bem querer
Meu bem querer que não me quer,mas confesso que ainda amo essa mulher
Mulher sem razão,como não consegue sentir as batidas do meu coração ?
Ah sim,por que não ? aproxime-se de mim junto com teu coração
E agora ? consegue ver as batidas que são como pequenos poemas para você?
Ah sim! foi sem querer,na garoa vi seu maior poder
Poder que não vejo,apenas sinto,de homem me tornei um menino
Simplesmente lindo... conseguir olhar para seus olhos mesmo com meu jeito tímido
Olhares límpidos,seus olhos pareciam não refletirem a maldade
Mas confesso talvez seja delirio da minha idade
Seu amor se acabou e em mim,só sobrou a saudade
Seus cabelos soltos
Por entre a ventania
Inspirava o poeta
Que sorria distante
Da realidade
Do mundo.
nota pra mim mesmo:
lembre-se de nunca esquecer sua individualidade,
não importa o quanto ame alguém.
Felicidade
Só quero seu sorriso
Transbordante nas areias
Cristalinas, feito um raio
A cegar os meus olhos,
E sentir na chuva da
Primavera você brotar
Como uma flor rósea!
Quero retomar você…
Em poesias, em seus dias
Rotos.
Quero no espelho
Ver você sorrir pra mim
E para todos feito um reflexo
Encharcando o dia de uma
Grande aurora.
Sou um louco
Perdido no mundo
Querendo pouco
Vivendo muito
Curtindo cada minuto
Como se fosse o último
Sou um louco
Sobrevivo com pouco
Mas o pouco que tenho
Já tenho muito
Com saúde
Vou vivendo muito
Curtindo cada minuto
Como se fosse o último
Cada segundo que tenho
Vou sendo louco
E amando muito
Soneto de amor não correspondido
Amo e não sou correspondido,
sei o quanto isto é patético,
por mais que soe poético,
estar assim tão deprimido...
Me sinto incompreendido,
tal amor nem chega a ser hipotético,
a dor é o que me faz cético,
a pensar no que poderia ter sido...
Não quero viver sonhando acordado,
mas fico a mercê de meu coração,
a caminho do fogo sabendo que serei queimado
cego, louco, entorpecido de paixão...
Triste sina, amar sem ser amado...
Sofrer, sofrer; sofrer... Em vão.
Não sei falar de amor
como aqueles que o possuía
Sou um romântico, na teoria
que não ama como queria
Mas, acredita que um sentimento assim
existe para quem sabe apreciar
A pureza do amor
que todos querem
E tão poucos aprendem a amar
Infelicidade humana
Projeção astral de um ser onipotente, tal filosofia grega, jas nos dizia; Nós mesmos seres distintos, egoístas a ponto de criar deuses a nossas imagens para o sentido de nossa vida buscar a está terra enferma que nos enlouque-ra, faça-nos delirar, Delírios que nos faz matar..
Guerras e guerras a criar, distúrbios e sangue ao chão. O Sangue em nossas mãos, o choro, as lágrimas derramados aos antepassados.
Por isto há, existência de deuses, somos cegos a ponto de nós mesmos nos cegar-mos, embusca de diminuir nossa solidão.
O vazio que corrói é aflita o coração.
A cura de enfermos, doenças jas então onde esta?
Nossa maior dor está a espreita em nossa solidão. Desesperados seja a morte que nos ampara, crescemos, vivemos, parecemos, a terra voltaremos a consciência extinta, marcas de nos aqui, na qual iremos deixar.
A varios de mim, sobre esta mesa na qual estou, o tolo, o velho, o sabio, a criança, os delírios, não sabemos o tempo que ficaremos com cada um de nós mesmos, nesta vida que iremos trilhar, nesta mesa não se sabe o tempo que me restará.
Ragnarok
Tenho a fúria de Thor investida no meu coração,
A cada verso, a cada palavra,
Sinto a força a força do martelo,
A vibração na bigorna,
O choque do trovão.
O olhar de Odin reside em mim,
Sinto o passado, futuro e presente,
Sinto a sua curiosidade sem fim.
Sinto a sua sabedoria, estranhamente,
Como se conhece-se o mundo, inteiramente.
Sou Loki,
Com a sua mentira,
Invejoso,
Com a sua raiva,
Ganancioso,
Sinto a sua vontade
De enganar,
Mostrar a minha esperteza,
Quero roubar
O que deveria estar na minha mesa!
Na noite,
Bebo o hidromel,
Viro Egill,Jórunn, Gunnar:
Poeta e guerreiro,
Não haverá cordel
Que me vá segurar.
Sou Vidar!
Quero vingança!
Quero hornar
Os que perderam a esperança.
Quero vingar
Quem se perdeu na matança!
Com palavras e noção:
Esmago,
Corto,
Perfuro,
Qualquer coração.
Versos são sapato e espada,
É meu destino matar o cão!
Desculpe o transtorno
Estou em reforma
Aqui dentro
está uma bagunça
Joguei fora
Tudo o que faz mal
Entre incerteza
Decepções e medos
Fiz uma limpeza
E no meio de tudo isso
Encontrei a paz
Que é essencial
Em breve, voltarei.
E será para MELHOR!
Desculpe o transtorno.
Sem desejo sem saída, apenas a fuga
A partida
Partir o coração
Sem desejo, sem um vão
Apenas a dor da solidão
Por que tanta amargura em meu coração?
Por que mereço tal prisão?
Onde estas a liberdade que mereço?
Nasci neste mundo sem ter o direito de escolher
A permissão de viver, neste mundo....
Bela, mulher dos meus sonhos.
Não só por ser bela, mas por ser pura beleza.
Encarnação de um poema.
Poesia andante.
Caverna sombria
Inusitado os seus olhos
Sujos; coerentes; imundos
Irônico os seus sorrisos
Fingidos; disfarçados; bem desenhados
Deslumbrantes os seus olhos,
Atravessam os meus
Quando procuro o interior do seu ser
Dentre o romper das cachoeiras,
Me sufocarei nos seus braços,
No cantar dos sábias,
Procurei inspiração
Para desenhá-la, para traçá-la,
Descrevê-la
No branco das nuvens
Na brisa que procura
Serei a sua luz
Que a guiará até o fim
De uma caverna
Sombria.
Seu olhar
Um simples olhar, pode mostrar
Um sentimento que não
quer se expressar...
Uma dor que não quer aparecer
Um amor que está prestes acontecer
Seu olhar diz muito sobre você.
O poeta não é um ditador,
O poeta é um libertador,
Que liberta e sente,
Que escreve, morre e renasce,
E sempre revive em seus poemas.
eu disse eu te amo pra tantas pessoas
uma delas foi embora
outra morreu
outra está à beira da morte
dentre todas essas a que mais me amou
fui eu.
MINAS
Eu sou de lá das bandas das Minas Gerais
Das boas estórias, nossas, vou confessar
Terra do povo mineiro, bão, pra se admirar
Leite tirado na hora, roça, e seus arraiais
De volta à estrada das pedras, a retornar
Se daqui parti, voltar é bão, bão demais
Apreciar os planaltos e as estradas Reais
Pão de queijo, broas de milho pra assar
Tem, também, pamonhas e os milharais
Lavorando o cerrado, o caboclo a lavrar
É do Triângulo, donde são meus currais
Imenso céu, as lembranças, põe a sonhar
Araguari, cidade natal, e os velhos locais
É saudade passo a passo disputando olhar
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
