Poema de Amigo de Augusto dos Anjos
Por que comemorar aniversários?
Hoje, dia primeiro de março de 2017, eu "comemoro" mais um ano de vida. Um ano conturbado, cheio de problemas, depressões, tristezas e crises, apesar de alguns bons momentos, pelos quais, minha vida vale a pena, mas que porém compreende a uma parcela ínfima dos meus dias.
Nesse dia, me pergunto: por que diabos, eu, comemoraria a vida, que fui empurrado a força pra viver, escravo do acaso, domado por um sistema, - Viver, viver! - mal nasci, e já me vi atolado até o pescoço em uma cultura que não escolhi mergulhar, com pessoas que não vi formar, fazendo coisas que não quis fazer. Nasci, cresci, cheguei até aqui; duas décadas de história, mas zero explicações sobre o que significa isso tudo.
Não vejo sentido em comemorar algo tão sem sentido. Afinal de contas, se para mim e para você que lê, a vida é feita a base de sofrimento, dia após dia, agonia, semana apos semana e medo do tão comum desconhecido. Estudar para trabalhar, trabalhar para viver, viver para trabalhar e trabalhar até morrer. Sem saber porque e pra quem, iludindo-se que o dia de amanhã trará melhoras, e as tais melhoras trazem suas inovadoras desgraças - O iphone 6 é muito bom, mas quando eu terminar de pagar ele, precisarei do 7. - penso que tudo ficará bem, quando avançar dessa fase da minha vida, mas eu seria um idiota se não imaginar que a próxima fase, trará consigo toda uma nova gama de dor, junto com um novo remédio que tem como efeito colateral uma nova dor, que por sua vez........ você conhece a história. Desse jeito espero meu descanso, minha paz, minha morte. O fim da dolorosa estrada da vida com seus anestésicos que tentam disfarçar as mazelas destruidoras que essa vida proporciona.
Talvez quando eu chegar perto do dia da minha morte, eu tenha motivos reais para comemorar.
Março em lua nova presente
Boa nova meu coração pressente
No limiar do céu outono já encena
A noite é serena e orvalha poema.
Na tua presença serei generosa
minha vingança será benigna
despejarei em tua boca um hálito de prosa e um sabor peculiar agridoce.
...e há momentos que sou Anjo de coração
Arcanjo talvez...
N'outros sou tentação
Esbanjo tudo de uma só vez...
De repente Extinto
O que existia já não mais
De repente outra vez puro instinto
De novo o que antes jaz...
Num sopro de manhã se refaz...
Um bom dia vem
quando você saber que tem
riso compulsivo
céu da boca com hálito de hortelã
Beijo subjetivo com sabor de foliã
Café, pão e poesia na janela
maçã do amor e sebo nas canelas...
Acorda segunda feira é sua
É folia tem carnaval nas ruas
Guarda a alma nas estrelas esconde a chave na Lua
Você devorou minhas quimeras
Vestiu meu corpo com poesias
Quando embriagou minh’alma
Com beijos reais e rasgou sutilmente minha fantasia...
Festim são teus desejos que plantam n' aorta de mim semente de amor perfeito no veio arterial
Semeia no céu da boca humana
pé de beijo e espigas de trigo pelo cabelo
No cerebelo milhões de nirvana...
Me asserenam essência pelo quintal
aduba tudo com teus olhos de mel boreal e colhe serial Amor...
Cântico do teu Olhar
No olhar do meu amado oculto...
há um cântico de mistério
Tem a cor e o doce do caramelo
o belo da gema crua do âmbar
possui um elo com paraíso
sei quê ou sei lá...
No olhar do meu amado
há flor de avelã mutante
Um côncavo contornado
num fundo dourado um diamante
Em cada pupila um doce favo de mel
Cintilantes leio seu elã em poemas
do tamanho do céu escrito à mar
No olhar do meu amado oculto...
O segredo adjunto é tântrico
Um beijo no olhar mais romântico.
Lendas da paixão
Causa e efeito dita o adágio
Tempo e duração por estágios
O diagnóstico determina os sintomas
Primeiro um presságio em vão
E o coração é pulso forte de repente ama
O segundo nosso tirocínio
Elementar segue o primeiro raciocínio
O terceiro suicida todas as razões
O coração não aceita empate
A paixão bate com fúria é mortal combate
De quanto em vez o Amor vence esse embate.
Musa da lua cheia em filetes
Enluarada fez-se a poesia lunática...
A profetisa de tua alma pragmática
Despida como a lua incandescestes
O Sol arrebenta n’aurora num buquê de rebeldia no céu
Verdes um pote de mel derramado sobre o dia dourado?
Adocica o ar e intoxica de beleza por todos os lados
Não há movimento só mutação, só o Sol, só o Sal da terra
Imóveis as folhas das palmeiras não percebem o vento...
São luzidas no silêncio que veem bem no altíssimo
Contemplo o Verbo nas verduras estampadas
Inspiram-me ternura por todos os líricos cardiais
Enquanto o vento estagnado deita á superfície mundana
Há colmeias nas telhas molhadas de orvalho noturno
A poesia é gritante (ré)bela a vida é inocente é do Uno
Ah!...A culpa é das abelhas que é puro doce por dentro
M’eu lilás qual a flor da verbena me apoema em Paz.
Minha cara quando leio no status
um estatuto nas entrelinhas...
Justificando
"Num relacionamento Sério"
É sério...
Há coisas que me causam espanto
A flor de cactus nasce centre espinhos
saber que em cada canto cabe um passarinho
nem me riso nem me pranto
cada qual tem seu próprio canto
Á margem de mim um canteiro
flores espalham perfume pelo mundo inteiro
Um dia cheguei a conclusão que:
"Amar é admirar com o coração ...
Admirar é amar com a mente ...
E Adorar é amar e admirar".
Entre uma palavra e outra fico viajando nos significados,
imaginando um bom futuro,
mas lembro que hoje só vivemos a consequência do passado.
Tenho alma de Borboleta digital
Estou sempre voando nas ideias
Tantas são as artes etcetera e tal...
Rabisco sonhos nas pétalas das catleias
Repouso as longas madeixas
Sobre a fronha com arabescos
Pinto borboletas e gueixas
Qualquer coisa me inspira agora
Quando algo não me agrada
Lembro como é doce renascer d’aurora
Disperso os suspiros respiro profundo
E como já disse Clarice
Há um mundo de delícias la fora
Simplesmente me deixo
E me voo indo embora...
Foram muitos encontros e desencontros
O tempo é o dono da razão
Mais somente nós
Podemos ser os donos
De nosso tempo
Por isso
Não perca tempo
Viva
Acerte
Erre
Mais
Não perca tempo...
Um dia acordei e percebi que estava vivendo de passado
Esquecendo de planejar o futuro
Reciclar o que passou é necessário
Aproveitando o que foi bom
Armazenando o que foi ruim
Isso é acordar duas vezes
Tanto
Da noite que se foi quanto para a vida que ainda virá
Alugue paz
“Alugue paz se preciso for”
Mas seja feliz pelo menos por um instante
Compre flores, quando precisar mentir para uma mulher
Compre flores, quando precisar mentir um amor
“Compre flores, antes que elas sequem.”
Beba um copo de água, durma um pouco, levante, beba vinho branco, jogue agarrafa no chão;
E depois leia “1000” poemas de amor
Eu gritarei seu nome quando o sol nascer e te amarei quando o sol se pôr, mas não confessarei
Não fará diferença nem sentido algum esquece-lá
Só quero o seu batom borrado nos meus lábios
Não quero beijos de outra mulher que esteja apaixonada por mim
Só preciso sentir o cheiro do seu cabelo vermelho
Parece exagero, mas é só paixão
Ou talvez um pouco de amor escondido dentro do meu coração
Vendi minha mochila cheia de poemas por muito pouco dinheiro, todos poemas falavam sobre você
Vai ser difícil eu conseguir raciocinar
Porque eu nunca sei, porque a vida insiste em me testar.
