Poema da Geladeira Elisa Lucinda
Não é que eu esteja triste
... É só você que não mais virá.
A certeza incontestável deste fato não me faz infeliz.
Apenas não me faz.
Sem você inexisto!
Chega um momento que você vai ter que cair em si
Vai ter que admitir que precisa ser feliz independente dele
Claro que tal acontecimento não virá como um passe de mágica.
Mas precisa vir...
Vai chover granizo
O sol não nascerá
A lua não vai mostrar a face
O mar nem será mais azul
( Ao menos prá você)
Mas um belo dia você vai despertar
e ver margaridas a florescer no jardim
e sobre elas borboletas azuis.
Creia menina,
vai ser assim...
Sempre é assim.
O show tem que continuar.
A gente sempre vai se lembrar daquele amor
Sim, daquele amor que fazia o coração da gente acelerar
Que fazia suar as palmas das nossas mãos
Que punha geada na espinha
e fogo no coração...
... A vida segue seu rumo
Por mais sem prumo que ela seja.
O sol nasce,
corremos atrás do vento.
Mas quando repousamos no silêncio
que antecede o sono,
mesmo aqueles ausentes de sonhos conscientes,
invocar aquele amor
é o último balbuciar do nosso pensamento.
Mas a vida segue seu rumo no barquinho sobre o mar.
E temos que seguir com ele
Mesmo que sem ele...
O nosso velho amor de sempre!
Ahh, você?
Está aqui dentro.
Sim, ainda sofro de saudades suas.
Sofro muito meu bem!
Mas minha cara não precisa gritar isso o tempo inteiro, não?
... Esboço um ar de deboche
Um sorriso imenso
e vou.
Porque a vida é feito de palcos.
E a peça tem dia e hora para estrear!
Eu, brava com você?
Imagina...
... Só estou com um desejo
imenso de comer carne humana.
Bem passada!
Sinto tanto a tua falta
Desejos de dizer gracejos e bobagens,
sabendo que mecho com seu libido
de menino de mar,
bandido.
Sinto falta de brincar de amar contigo!
... Mas também sinto a brisa no rosto,
E por sentir a brisa no rosto fecho os olhos
e invoco tudo de bom que me deste.
E me deste muita coisa bonita para eu lembrar meu amor.
Muito...
Por isso rabisco mais um verso!
E o que nos importa meu amor
o que pensam de nós?
O que falam sobre nós.
O que importa?
Nos bastamos no amor que conjugamos
Quanto aos de corações amargurados
e pensamentos isentos de toques de ternura;
deixe-os meu bem...
Vem,
façamos amor no universo.
Deixe que falem
Deixe o resto, aos restos!
Quero tocar tua alma
com a genialidade de quem manuseia
um Stradivarius...
Solene, terno e apaixonado.
E com a simplicidade de quem faz amor no milharal
Assim,
Sagrado, ao mesmo tempo que carnal!
Vou tocar tua alma,
mas antes vou dedilhar as cordas do teu corpo.
LIBERDADE PARA A MULHER!
Soltem as amarras
Desfaçam a carranca
Deixem-na livre tal qual colibri
Ela tem o direito de ir e vir
Não interessa prá onde
Nem mesmo porquê!
A beleza de ser mulher ninguém esconde
Na força do ser
No poder de parir
Na ternura do sentir
Na ânsia de amar...
Soltem as amarras
Desfaçam a carranca
Deem espaço
Dessamarrem o laço
Desatem os nós
Não interessa o seu pensar
Liberdade à mulher de hoje
À mulher de sempre
A mulher mãe
A mulher trans
A mulher bandida
À mulher
Liberdade à mulher da vida
A mulher da lida
A mulher que tem o direito de ser quem quiser
O que quiser
Na hora que quiser!
Soltem as amarras
Desfaçam as carrancas
Liberdade para a mulher!
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)
A palavra dita com precisão e em momentos
de dificuldade é o mesmo que um cantil
de água fresca na hora mais caudalosa do deserto.
Dessendenta a sede e satisfaz.
Não são os espinhos das flores que lhes rouba
a pureza e a beleza; assim como não são os momentos
difíceis que passamos que irá roubar de nós a capacidade
de contemplar o espetáculo da vida.
Geralmente chegamos às campinas verdejantes
após passar pelos caminhos de pedras; isso ocorre
para que possamos nos regozijar nas paragens
verdejantes, usufruindo com prazer e gratidão
o novo caminho.
Que a rudeza da vida não endureça meu coração
Que as batalhas não me enfraqueçam, mas que criem
em mim resiliência e que os momentos de tristeza
não me roubem a esperança de dias felizes!
Que possamos ser companhia agradável
o suficiente para que todos aqueles
que chegarem perto de nós não queiram
partir sem o desejo de permanecer
um pouco mais.
Que toda tristeza seja breve
Que toda saudade seja leve
Que toda solidão seja para encontrar-se consigo mesmo
E que toda alegria permaneça à fim de trazer
gosto ao viver!
Vida em versos
Transladando nos verbos
Gritando nos substantivos
Vivendo nas palavras.
Se escondendo
enquanto se revela
na poesia.
NEM SAUDADES DE TI...
Deixo-me arrastar pelas águas
Sinto o vento me acariciar o rosto
Sou parte de toda a vida que me cerca
E nem saudades de ti, meu bem, eu sinto...
Sou completude de mim mesma
Tuas longetudes não me afetam
Tuas ausências já não podem me ferir
Porque estou sendo arrastada pelas águas
Águas azuis de um córrego manso.
Deixo-me embalar pela aragem fresca
Um cheiro de paz chega-me às narinas
A vida, por hora me fascina
Sou satisfação, assim, arrastada pelas águas
E nem saudades de ti eu sinto meu amor
Nem saudades...
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)
ENCANTO
Passarinhos pousam no pé de acerola
Vejo-os em frente à minha janela
Alforriados de grades de gaiolas
Cantam alegremente
Conversam entre si
Porque cantam eles?
Sobre o que gorjeiam tanto?
Possuem alguma percepção de mim?
Eu que paro para ouvir os seus cantos
Que me aquieto em meu canto
E do meu canto me encanto com tanto encanto!
... Ah, se não fosse tanto pranto
eu poderia ficar todo o dia
com os sabiás e as andorinhas,
brincando de viver e fazendo poesia.
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)
FEITA DE FLORES
Quando nasci numa noitada fria
Uma gardênia brotou em mim
E das agruras em choro e apatia
Plantei poesia no meu jardim!
Porque sou feita de mil flores
Alma, corpo, cerne e coração
Como pétalas de doces amores
Translado a dor_ sublimação.
Me doo em cheiro de hortências
E quando o medo aflora n'alma
Colho copos de leite... acalma
O pavor do ser_ ambivalência!
E um dia quando eu daqui voar
Espalhe sobre mim cheiros e cores
De todas as eras que encontrar
Porque sou feita de mil flores!
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)
Eu poderia
Juro que poderia
Ter vivido mais intensamente a vida
Se toda minha intensidade
Não tivesse delegado àquela margarida do caminho...
Lembra?
Ela não tinha espinhos
Me encantei
Me entreguei em sangue e vida à doce margarida!
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