Poema da Fome
Se você não me conhece, eu vim de lá
Onde eles nos querem invisíveis
Tratam nossos sonhos como descartáveis
Mas ainda tenho fome do impossível
Em você encontrei meu céu e meu inferno.
Você... permitiu sabor em minha vida,
o néctar e o fel, no rompante de meus loucos desejos por ti, fez de mim um ser feliz quando por amor dediquei-me por inteiro,
... não sou metade, não dou metade,
teus olhos ébrio por vaidades e ganância te desprover de fidelidade te ausenta de amor, seu presente de nome traição quebrou as fortes amarras da confiança mas não destruiu o coração que você ainda habitava,
e com a lembrança ainda do doce sabor, eu sedia a aos caprichos deste cego coração que outrora a ingenuidade me desarmou pera vida, sou agora um ambicioso que está disposto a cultivar suas intensas ambições, eu vendi a dignidade, quebrei meu orgulho, barganhei o amor próprio, mas quem brinca com fogo terminará se queimando, quem vende o corpo perde a alma, te inundei com as vaidades,
te deixei com fome de prazeres, de mãos dadas com a luxúria tu me prova que uma vez rei já mais perderás a majestade, me presenteastes com o fel do desprezo...aprendi a enganar o mundo com meu sorriso e uma falsa vontade de viver, tudo por ainda ter... Está fome de você, Se você perder o amor de quem você ama, não se engane este amor você nunca teve o verdadeiro amor não morre.
Tu és linda.
Tu és bela como uma flor.
Tu és tão linda que poderia ser chamada de amor.
Tua beleza não se compara nem com o nascer do sol do sertão Pernambucano.
Teu brilho é inebriante aos olhos de quem vê.
Teu vapor traz cheiro hipnotizante e delirante.
Teu nome, és cuscuzeira
mãe do saciador de fome chamado cuscuz..
Há uma luta constante entre
Consumir demais e
Não se encher o bastante.
Com pessoas,
Mal há equilíbrio.
Ou estão
Em overdose
Ou presas
À migalhas.
(Foi a fome ou a gula que te destruiu?)
CHUVAS DE OUTONO
Sonhei que chovia, acordei chorando. Antes de levantar-me, penso sobre o quanto a vida é injusta, e o quanto somos egoístas ao ponto de priorizarmos nós mesmos e nossos sentimentos. Bom, ao deixar minha cama, volto ao meu cotidiano entediante.
Já não fico mais faminto, é como se eu estivesse cheio, mas de que ? Sendo que não comi nada. Cheio de sentimentos negativos ? Cheio de pensamentos autodestrutivos ? Talvez eu só esteja cheio de você.
Você é saudade, e vem rasgando minha carne. Mas eu me recuso a sofrer de novo, embora a tentação seja grande. Tomara que as águas de abril carreguem a tristeza e a solidão que em mim habitam.
Valores
Hoje eu quero te mostrar
o que a vida vai te ensinar
que a pobreza enobrece
o que a riqueza se esquece
aquele menino que quebrou
o brinquedo novo que ganhou
nao sabe que o seu vizinho
é um menino pobrezinho
que brinca com uma madeira
fingindo ser o seu carrinho
um pai que é muito ausente
dá um carro em forma de presente
mas será que isso tem valor
ou seria melhor o amor
de um filho que caminha a pé
e tem orgulho de ser o que é
Hoje eu quero te mostrar
o que a vida vai te ensinar
que a pobreza enobrece
o que a riqueza se esquece
quantas vezes você se deparou
com uma comida que não te agradou
e nem pensou na mãe que com carinho
preparou aquele mingauzinho
que pouco lhe matou a fome
mas fez de você um grande homem
a riqueza compra um bem material
e deixa de lado aquele ideal
de se tornar uma pessoa nobre
apesar de ter sido tão pobre
e tudo aquilo que se tem
não é nada pra quem é alguém
Hoje eu quero te mostrar
o que a vida vai te ensinar
que a pobreza enobrece
o que a riqueza se esquece
Seca, a figueira supunha que em data alguma viriam lhe visitar.
Nem era a estação de seus frutos.
Como arbusto, orgulhava-se ao vento por suas madeixas.
Um galileu faminto moveu-se até ela;
inquiriu-lhe dos frutos.
Sorriu matreira, se esquivou e silenciosa manteve-se.
No âmago, a fome não o deteve.
Saiu-lhe em palavras lançadas ao vento.
Cobriu suas folhas, desceu pelos ramos,
percorreu até o solo, achando suas raízes.
Raízes são a boca das plantas.
Ali, pôde o misterioso homem devolver-lhe a fome.
Ele segue; e ela, seca, testemunha o mal que é fingir-se alimento diante da fome de alguém.
Um sopro, onde o vento não passa...
Há dias, em que a África mora aqui
Em outros, fica logo ali, depois do jardim
É e foi sempre e sempre assim
Seja sob a lua, sob o sol, sob a chuva
Não é difícil de se aperceber ou encontrá-la
Basta tirar do horizonte o olhar e mirar
Nas crianças nordestinas: anjos sem asas!
Nascidas guerreiras, já quase em partida
Encolhidas em colos, sedentas de vida
Quem me dera mudar o mundo
E acabar com o pensamento imundo da opressão
Hoje nem todos tem o amor verdadeiro
Pois tem um grande apreço pelo dinheiro
Mesmo sabendo que o preço os leva a corrupção
Me diga irmão
Amor, verdade, bondade
Onde estão?
Não sou nenhum ser humano socialista
Mas não dá pra viver em um mundo onde a fome exista
Quem me dera mudar o mundo
E o salvar do ser humano imundo
Que tornou o Brasil uma colônia despedaçada
Grandes arvoredos de pau-brasil foram transformadas em uma floresta desmatada
Precisamos de ajuda urgente!
A saúde ta doente
A educação pulou o muro da escola ta portando uma pistola e vai matar um inocente...
Como proteger a vida se a bala ta perdida
Então imagina a gente
Quem me dera...
Quem me dera...
Veja como a espada da justiça aleija
E também veja como ela nunca fere quem a maneja
O poder nos separa desde nossas crônicas
Hoje em dia também o dinheiro nos separa mais que as placas tectônicas
Eu não preciso ser um bom aluno
Para saber que a boca de fome
Mata mais que a boca de fumo
Em meio a guerras, violência e desunião
Só Deus tem misericórdia da nossa nação
"As pessoas podem ser orgulhosas sob muitos aspectos e em várias situações.
No entanto, nunca vi alguém realmente faminto, recusar um prato de comida,
mesmo sendo esse alguém conhecido por ser um poço de orgulho..."
O escritor, com sua sensibilidade, capta o mundo como se tivesse antenas.
Pode ou não ter vivenciado determinadas experiências- amor, ódio, fome, guerra, morte-, mas dela se apodera como se fosse sua.
A matéria- prima da arte é a própria vida, transmitida em literatura por meio das palavras; em pintura, por meio de cores e dos traços; em cinema, por meio da imagem, do ritmo, das palavras.
De tudo o que sou
De tudo o que vivi
De todo chão que pisei.
É de mim que me nutro
Me alimento de mim
Que sorte a minha
Não passo fome!
CALI [FILO] GRAMA
Cali grama.
Cali etimo fragma.
Cali nu xeno anêmico.
Cali etno noso a fago.
Cali trama.
Cali da claquer o cálix.
Cali cine o logo da hoste.
Cali éter o anemo da gag.
Xeno sofo.
Xeno eco o cosmo.
Xeno oniro.
Xeno o filo Teo de andro e gino.
Xilo sema.
Xilo o gene e geo.
Xilo o xisto.
Xilo iso a fos e a tanas... Cali grama!
O miso radical-grego que maceta os ossos.
O caco carcinoma na testa do mito CEO [Chief Executive Officer].
Homens apenas? Apenas homens!
Não o ícone necro objeto do ofício!
"Há um mundo lá fora... vidas... Bocas de comer com os olhos..."
"O escorpião é um
animal perigoso
mas, se segurá-lo
pela cauda, ele se
torna
uma iguaria e ainda
mata nossa fome...
Portanto
ter carinho
e respeito por
cada ser na terra
nos torna
Seres Divinos!"
A dor...
A dor nos alimentou, se doou, fez de tudo para não nos largar. E hoje, a dor faminta, pelo tudo que deu na sua entrega, de fome desfalece, mas insiste em doar suas ultimas migalhas, pelo desejo de tê-la insistentemente presente, por si só, mesmo que da dor não nos alimentemos mais, pois quando na malícia ela se fez vício, almejava que nunca, o não mais, viria a ser o que se tornou, digo do alimento, mesmo que aos passos do fim, destruída, mas ainda cheia de vigor pelo que em outrora nutriu no coração!
Mettran Senna
Nenhum ser humano poderá ser completamente feliz enquanto os seus semelhantes estiverem sendo vítimas da fome, da guerra e da injustiça. Os que se dizem completamente felizes frente a estes problemas são mentirosos ou dignos de pena.
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@diego2muniz
Tenho comigo uma absoluta repulsa por dois tipos de pessoas: os que mentem e os que desistem. Resumo-os, inseparavelmente, em um tipo só: os covardes.
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A vida nos apresentará em uma constante frequência muitas pessoas berrando e levantando bandeiras; e a maioria delas não saberá sequer o motivo.
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A TUA DOR, IRMÃO
Doem-me todas as palavras
No teu corpo de solidão
Enquanto a madressilva me sorri.
A Liberdade de um grito
Cravado em mim
Que desconheço.
Doem-me inclusive as sílabas
Dos teus lábios de silêncio
Em redor da enseada.
Doem-me castiçais de prata
Transbordando corvos feridos,
E sementes que jamais germinarão.
Dói-me este pão de cada dia
Irmão,
A tua fome que encerro em mim,
O teu frio que me rasga por inteira.
Dói-me este sangue de traição,
Esta ânsia de jasmim,
Este beiral de pardais,
Pedaço de ti.
Dói-me a luz da cidade desperta.
Mata-me o desassossego do fado
Que me liberta e santifica
Num altar de cravos e madrugada…
…e finalmente já exausta de mais um hino à tua, nossa Dor
Meu irmão,
Todas as palavras me doem,
Seja qual for o Caminho!
© Célia Moura – Do livro “Enquanto Sangram As Rosas…