Poema Carolina

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Lembra de quando eramos crianças, e não nos importávamos se nosso cabelo estava bonito, se nossa roupa estava limpa, se alguém iria pensar que você é louca. Eu gostava daquele tempo, as coisas eram mais fáceis, o mundo era perfeito aos meus olhos. Eu acreditava que um homem distribuia presentes para todas as crianças do mundo, em apenas uma noite. E também acreditava que existia, em algum lugar por ai, um coelho que fazia ovos de chocolate. Eu acreditava que em baixo na minha cama, existiam perversos monstros, e que escondido no meu guarda-roupa estava o pior deles. Eu lembro, que se eu fechasse os olhos eu poderia ir a Marte conversar com alguns alienígenas, ou então seria uma super-heróina, como nos desenhos do Super-Man. Eu podia ser quem eu quisesse, o presidente, o superman ou a mulher maravilha, eu podia ser a dona do Mundo e também da loja de doce do shopping. Hoje já me falaram que Papai Noel era apenas uma historia, que quem faz os ovos de chocolate é uma fábrica, que em baixo na minha cama, tem apenas sujeira, e no meu guarda-roupa, roupas, hoje minha imaginação é controlada, eu não voo mais nem vou a Marte, eu aprendi que pra tudo tem que ter dinheiro, pra ser presidente precisa de uma campanha, pra ser a dona do mundo preciso ter o triplo do dinheiro que o Bil Gates tem, e pra ser dona da loja de doce preciso de um financiamento. Antes tudo era mais fácil, mais bonito e divertido.
Sabe, eu sinto saudade de ser criança...

O mundo é cruel com os perdedores, mas também não é fácil para os vencedores.

Independente de tudo, de qualquer coisa, de qualquer pensamento, ato, fato, musica, foto, desenho, texto, olhar, palavras, recados, depoimentos, declarações, brigas, ilusões, palavrões, abraços, beijos, contratos, artefatos, teatro, novela, cinema, passeio, recreio: Obrigada!

Daí você se pega lembrando de inúmeros fatos agradáveis e únicos que nunca aconteceram, o que é isso?! Loucura?! Tudo é relativo, prefiro acreditar que em um universo paralelo isso aconteceu.

Quero muitas coisas, algumas a longo prazo, outras a curto prazo, algumas vezes não saem conforme o esperado, mas sempre tenho um plano B, e se o plano B falhar... o alfabeto é extenso.

Encontre alguém que te aceite como você é, mesmo você não sabendo nada de física quântica, química avançada e até mesmo, que você tenha dificuldade em matemática básica. Encontre alguém que diga mais "eu te amo" do que "você precisa emagrecer". Encontre alguém que te queira sempre por perto, até mesmo quando está longe. Alguém que queira ser seu ombro amigo quando você precisa. Encontre alguém que goste de olhar suas fotos antigas e ver o quanto você mudou e dar risada. Encontre alguém que queira compartilhar de momentos simples. Alguém que não queira parecer o que não é. Encontre alguém que acredite em você, acredite em seus sonhos, alguém que te apoie. Encontre alguém que saiba que não existe perfeição, e que ache bonitinho seus olhinhos pequenos, seus dedinhos tortos, seu nariz Romano. Encontre alguém que dê risada quando você faz careta, que não te prive de tentar fazer rir. Alguém que aceite que todos um dia envelhecerão, e que com você não será diferente. Encontre alguém te faça sentir bem, confiante e segura. Enfim, encontre alguém que não ame por aparências e, acima de tudo, alguém que te complete por inteiro e não pela metade.

A vida é igual um livro. Só depois de ter lido é que sabemos o que encerra. E nós quando estamos no fim da vida é que sabemos como a nossa vida decorreu. A minha, até aqui, tem sido preta. Preta é a minha pele. Preto é o lugar onde eu moro.

Carolina Maria de Jesus
Quarto de despejo. São Paulo: Ática, 2014.

É quatro horas. Eu já fiz almoço – hoje foi almoço. Tinha arroz, feijão e repolho e linguiça. Quando eu faço quatro pratos penso que sou alguém. Quando vejo meus filhos comendo arroz e feijão, o alimento que não está no alcance do favelado, fico sorrindo à toa. Como se eu estivesse assistindo um espetáculo deslumbrante.

⁠O branco é que diz que é superior. Mas que superioridade apresenta o branco? Se o negro bebe pinga, o branco bebe. A enfermidade que atinge o preto, atinge o branco. Se o branco sente fome, o negro também. A natureza não seleciona ninguém.

Carolina Maria de Jesus
Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014.

Não consigo descrever o
Meu amor por voce ,
Eu te amo demais
Como eu amo meus pais .
Voce parece o meu coração
De tanto amor do tamanho de um pão.
Te -amo meu amor,
Voce é cheiroso como
Uma flor .
Voce é muito feliz ,
Do tamanho de um país !

É verdadeiro dizer que os melhores homens já estão casados. Precisamente, são melhores porque estão casados e um casamento seriamente vivido lapida um bom caráter. Também entra nessa conta o esforço de uma esposa que paciente, sofrida, e amorosamente se empenhou no projeto de melhorar a si e ao homem que está consigo.

Tentar roubar o marido de alguém não é apenas safadeza, é um esforço de extrema burrice para rapidamente destruir dentro de um homem o que se leva anos para edificar.

Como saber se esta bem,
Sendo que quem me ver,
Com um sorriso, não imagina,
O que realmente esta acontecendo.

VIDA SEM SENTIDO...

Meche comigo fazendo bagunçar
as coisas,
Que estão sendo organizadas,
Dentro da minha cabeça,
Uma voz que não para de falar,
Ate tampo meus ouvidos,
Mas nada dela se calar.

VIDA SEM SENTIDO...

De madrugada ouvindo o som
do luar,
Tentando arrumar um jeito pra sonhar,
Com você eu sonho,
Com as estrelas eu danço,
Simplesmente tentando superar meus
danos.

VIDA SEM SENTIDO...

Que me faz chorar
E a meia noite acordar,
Pensando em você eu vou me deitar,
Esperando o som da meia noite ecoar,
Um sorriso falso vai se estampar.

VIDA SEM SENTIDO...

Pensando em você
Me acalmo de jeito,
Querendo saber o sabor do teu beijo.

VIDA SEM SENTIDO...

Ouvindo o barulho do orvalho soar,
Eu simplesmente começo a cantar.

VIDA SEM SENTIDO...

Meus planos dando errado,
O jeito é recomeçar,
Metendo o louco, pra poder escapar,
Me afastando de todos,
Pra poder melhorar.

VIDA SEM SENTIDO...

Dizendo ¨EU TE AMO¨ em vão
Trazendo a ilusão,
Sofro na depressão,
Sou tão forte por fora
E tão confusa por dentro
Minha mente é calma
E meu coração barulhento.

VIDA SEM SENTIDO...

Aos poucos vou morrendo,
Querendo sair correndo
Dessa depressão que esta me
prendendo,
E que aos poucos me mata por dentro.

VIDA SEM SENTIDO...

Mesmo com coisas ruins pra falar,
Continuo simplesmente vivendo,
E no mesmo tempo
Estou morrendo por dentro.

Silencio
Em silencio te chamo
Em silencio me engano
Em silencio te espero
Em silencio te quero
As vezes até quebro o silencio falando de vc...
Para desabafar o quanto quero estar contigo...
Mas oque eu quero:
É ver você chegar
E ser verdadeiro
Não ter que esperar pois vc não vai partir afinal esta no meu coração...
Quero dizer o quanto você é importante...
E por fim quebrar todo o silencio com um beijo meu.

Desconhecido

Sei que não te conheço,
Nem você a mim.
Algumas pessoas até arriscam,
Dizem coisas para melhor entendê-lo.
NÃO sei...
Se um dia talvez...
Tomasse coragem e falasse com você...
Até quem sabe viria a compreender,
Quem és de verdade.
E só então neste momento
Poderia dizer:
O quanto te quero
E se te espero...
É por que...
Não sei dizer...
Quem sabe com o tempo
Hei de compreender.

Quando estiver pronto para amar

O dia em que você
Estiver realmente
A procura de alguém para amar
Pode vir atrás de mim
Mas enquanto pensar em assim
Deixe-me viver a sua espera
Por que não suporto mais sofrer tais desilusões ao seu lado
Só espero que quando você
Estiver pronto para amar
E descobrir que gosta realmente de mim
Não seja tarde demais
Por que apesar de te amar hoje
Não me entregarei à solidão
Enquanto você não me descobre
Procuro quem preencha meu coração.

Hoje não quero me retocar.

Hoje não quero me retocar, vou nesses traços secos borrados, marcas, odor na minha pele e o frio pelando meu corpo. Deixo que as águas invadam meu rosto, cortantes e que tire de mim meu ar de desgosto. Meu rosto se desfez em contraluz, virou pó. Não sei se é pra ficar exultante, mas enfim cansei dos meus desencontros, do meu descaminho, caí do berço e entreguei os pontos. Arranquei um nó engasgado no pescoço. Irresponsavelmente escrevi e nada entendi. Desatinei.

Carne.

Corpo, calor, suspiros. Lábios, falas, fomes. Desejo, desejo, desejo. Pele, suor, carne. Dentes, unhas, bocas. Desejo, desejo, desejo. Mãos, braços, pernas. Infinitos, pés, encontros. Desejo, desejo, desejo. Segredo, perfume, chão. Ato, olhares, tato, vontade. Desejo, desejo e desejo. Era só o que ela sabia proferir...

Alguns cigarros a menos, algumas fome a mais.

Abandonei meus maiores vícios, quanta saudade. Acho que esse conto termina por aqui. Estou a escrever poemas livres e brancos, sem rima, sem métrica, vendo fotos antigas da época que ainda nos completávamos e que juntos estávamos nas imaginações mais delirantes. Indubitavelmente, irreversivelmente, inconfundivelmente ele. Eu ainda o amo, é como ter que explicar o inexplicável. Eu o amo e ponto. É fato, é carne, é gesto, é fome. Para esquecê-lo precisava de um gesto mais ríspido para que eu pudesse detestá-lo ou temê-lo, mas não queria. Após abandonar o cigarro, abrir mão de Pedro, desistir de mim, Hellen, morri.
Pego o telefone e ele nem sequer me liga para me avisar de uma improvável volta, então eu ligo. Ele desliga. Eu ligo, ele desliga. Eu ligo, ele desliga. Eu ligo...
- Alô?!
- Oi... -... Um suspiro...
- Ainda te amo.
- Também. - Lágrima de alegria corre involuntariamente sobre meu rosto. Viver tudo de novo?... Acendi outro cigarro.

Tonificar.

Amo-te no vazio,
No sigilo do sem fim.
Invisível, árduo, absorvente.

Amo-te mais tarde.
Hoje, morrendo de saudades.

Amo-te no odiar,
No olhar, no sentir, no tocar.

Amo-te agora, subentendido.
Amo-te no mortificar,
Mas odeio-te no amar.

Enrubescer-se.

Despertei enjoada, nada queria, nem ao menos o gosto que pode ter tocar-se um corpo masculino por nada, só por afeto. O aperto na boca do estômago. Perdi a esperteza, confiei nos versos de amor de um comprador qualquer. Seria assim ter homem depois de lidado a chama qye arde, desgasta e cessa? Saudade dos dedos que tramavam meus fios de cabelo, conhecendo a suavidade, restaurando aos poucos o saber do carinho que já havia perdido. Que bom seria encostar-me e dormir, dormir, quiçá sonhar, quem sabe. Sinto-me agoniada; cegueira. Quero respirar e deixar no ar um eco. Sem teatros, quero sentir fomes de amores, de desejos, de calores, encarnados, novamente.