Poema Borboleta
Muito satisfatório poder experimentar neste momento um sentimento verdadeiramente grato através dos meus olhos exultantes por estarem admirando a tua graciosidade delicada, radiante sob os raios de sol, um calor que aquece alma com um divino e necessário amor.
Primor tão evidente que faz eu ver agora em ti a liberdade e o encanto de uma linda borboleta da noite que está numa ocasião atípica, iluminada pela luz do dia, assim, a sua natureza rica está recebendo um justo destaque que nem uma arte expressiva com a oportuna notoriedade.
É rara a satisfação desta minha visão poética de muita espontaneidade, a qual claramente não consigo evitar diante da tua imagem, cuja beleza conquista por ser peculiar, expressando vida e verdade com a essência de quem sabe amar demasiadamente a simplicidade.
— Não entendi. — disse Tobias surpreso — Você disse que esse dia nunca chegou, mas você é uma borboleta, você conseguiu.
— Sim, eu consegui, mas não foi porque deixei de ter medo, eu nunca deixei de ter. Eu tomei uma atitude, mesmo estando com medo. E sempre que bato as asas, sinto medo, sempre que vou para um caminho que não conheço, sinto medo. Porém, aceitei o medo, fiz dele um aliado, que me acompanha e faz-me ser prudente, que me ajuda a não me arriscar sem necessidade, que me faz ser mais responsável. — explicou Eva — Eu entendi que é normal ter medo. Todos sentem medo, Tobias. Mas o medo não pode tornar-se uma prisão.
Alan Alves Borges
Livro A Jornada de Tobias
— Tobias, chore o quanto precisar, chorar faz bem, mas depois enxugue as lágrimas e levante a cabeça. — consolou Eva — Não se culpe por se sentir perdido. Muitos já se sentiram ou se sentirão assim um dia. E há algo de bom em sentir-se assim.
— E o que pode haver de bom em se sentir perdido? — questionou Tobias.
— A maioria dos seres vivem perdidos pelo mundo, mas não sabem que estão perdidos. Perceber que está perdido, é o primeiro passo para buscar se encontrar. — disse Eva.
Alan Alves Borges
Livro A Jornada de Tobias
METAMORFOSE
Sem despertar nenhuma admiração
uma lagarta na sua carcaça,
é cativa desta situação,
cresce no exílio… o tempo não passa.
Nova manhã… num sussurro sonolento,
rompe o casulo… emerge fascinante
em borboleta. Nas asas do vento,
corta o ar com seu manto azul cintilante.
A borboleta com graça e magia,
Ao passar pelo aperto do casulo,
da sua história fez uma poesia.
1.º lugar no Concurso Literário da Academia de Letras dos Campos Gerais.
A vida é um beija-flor que beija a flor do tempo.
A vida é uma abelha que bebe o mel do tempo.
A vida é uma borboleta que se transforma com o tempo.
E ainda que a vida, nalgumas vezes, seja um purgante para o tempo,
é remédio necessário que cura o tempo da vida.
Sentado, observo:
indiferentes, passam todos,
e ela ali, lúgubre...
Das leivas úmidas esvoaça
Sobre as calçadas pisoteadas,
Ela voa em fuga,
As cores se misturam
No predomínio do azul,
Timidamente pousa,
Sem ruflar,
Apenas silêncio...
Não há movimento,
É o último voo,
E aquela que fora casulo, e voou belamente,
Agora se despede da vida,
Apenas curta, curta o seu voo...
HUMILDE E GLORIOSA
Uma criaturinha impressionante
De vida curta, acaba de nascer.
Não é tão linda ou tão exuberante,
Um simples ovo em lagarta se viu tecer.
Muito trabalho terá que realizar
Para na fase adulta poder chegar
E uma linda borboleta se tornar!
Cria reservas para se manter,
Para o período em que vai crescer,
Trabalho duro, começo difícil,
Humilde será seu ofício,
Mas um futuro glorioso a esperar
Tão real que mal pode se aguentar.
Até que chega o momento
Ficar 40 dias em um confinamento,
Em uma folha se dependurar,
Se vestir de crisálida, uma roupa especial,
E agora apenas precisa aguardar
Por uma nova vida sem igual!
Metamorfose completa: finalmente chegou o dia!
Está pronta para poder voar,
Sai do casulo, com bela e nova fisionomia,
Com quatro asas para mostrar,
Delicadas e lindas de se olhar!
Cada escama pintada, uma por uma à mão,
Por alguém habilidoso, que tem precisão.
Seu minúsculo corpo,
Com cabeça, tórax e abdômen,
Um projeto maravilhoso,
Perplexidade causa no homem!
Mas seu trabalho está apenas no começo,
Pela polinização, deve ter muito apreço,
Terá que visitar muitas flores,
Com seus pés sentir seus sabores
E com suas antenas, seus odores.
Uma borboleta é muito sagaz.
Para que ninguém venha atrás
Os outros tenta confundir,
Para dos perigos poder fugir.
Às vezes se veste de flor,
Encantando e enfeitando jardins.
Mesmo que, depois de alguns meses,
A sua vida termine, sua beleza nunca terá fim!
Hoje eu acordei sentindo uma paz tão intensa...e vou confessar, que achei estranho...é...porque tinha bastante tempo, que eu acordava sentindo um mal estar incômodo...
Hoje eu acordei e me senti leve...bem disposta...animada com o dia que começava...numa vontade incontrolável de viver...é...porque tinha bastante tempo, que eu acordava sentindo um peso imenso...desanimada com o dia que começava...com a vida que seguia...
Hoje eu acordei...e me alegrei ...ao lembrar o sonho que eu tive...que eu era uma borboleta muito colorida...e eu/borboleta/colorida/leve/livre/linda/saudável/feliz...voava bem renitente em um jardim todo florido...é...porque tinha bastante tempo, que eu acordava e chorava...pelo pesadelo que eu tinha e vivia...dias e noites...
Hoje eu acordei e me dei conta que me libertei...que realmente eu me transformei...após vários anos de prisão em um casulo...após tantos longos anos me arrastando...eu finalmente consegui vencer o medo...me libertar da prisão que durante tanto tempo me manteve doente... triste...pesada...sem cor...sem brilho...sem enxergar...sem acreditar...que eu tenho asas...que eu sei e posso voar...e foi isso que eu fiz hoje...assim que acordei...voei...e olha, gostei tanto de voar...de sentir o vento no meu rosto...balançando meus cabelos...me deliciei em tocar e sentir o cheirinho suave e delicioso das flores... da terra...o calorzinho do sol...aconchegando meu corpo...a maravilha do azul do céu...enchendo meus olhos de uma beleza tão celestial...em constatar a imensidão dessa vida que está aí...me convidando para transbordar minha alegria...para ecoar minhas gargalhadas...para viver...diante de tudo isso...me senti tão plena...transbordante...de mim...
É...hoje eu acordei...e me lembrei que estou viva...e lembrar disso...me fez novamente ter muita...mas muita mesmo...vontade de viver...
A lagarta disse à todos que romperia o casulo, que haveria transformação. Todos riram dela, menos a borboleta.
(Poemas para tomar café)
Tenho me esforçado para não crescer,
mas a vida vai nos empurrando,
e quando nos damos conta, engolimos o presente
e vomitamos um futuro conveniente, morno, sem graça.
Não se enganem, meus amigos:
a vida é uma fanfarrona, uma sem vergonha,
louca de pedra!
Nessa luta, que travamos com ela,
essa que chamamos de vida,
poucos saem vitoriosos.
Em todos os hospitais tem pacientes terminais nesse momento
se arrependendo de ter perdido tempo
fazendo o que os outros esperavam.
Eu não quero ser um deles.
Vou dormir agora, com uma lagarta no meu coração.
Uma lagarta bem grande que não para de se mexer.
a você da carranca,
a minha careta!
não vê que atravanca,
essa agulheta?
sai da tamanca,
não se meta!
deixa de banca,
encosta a escopeta!
basta! se manca!
larga a vareta!
língua franca
é uma roleta
que fere e arranca
a sua faceta
chega! destranca a gaveta
libera a borboleta!
DEPOIS DAS ONZE
Marli Caldeira Melris
Depois das onze
Que nos beijamos
Estaremos á sós
Grudadinhos
Como unha e carne
A flor e o caule
A garagem e o carro
A vassoura e o cabo
Depois das onze
Que a lança empina
Reage e dar pinotes
Procura uma fenda
Quer entrar e sair
Fazer estripulias
Pular de alegrias
Dar e ganhar prazer!
Depois das onze (...).
Silva Manuel
09:48
Silva Manuel
Depois das onze (...).
Que horas tão esperadas e nada!
Mas sempre haverá umas
depois das onze,
é metal que reluz,
é ouro, cobre, é bronze.
Depois das onze,
a lança tão almejada,
levanta a ponta já inchada,
lateja,
e solta jatos de realização,
mas, o dono, a mão,
já cansados,
buscam o leito vazio pra descansar,
sua luta, sua glória,
afinal o corpo vencido pede paz,
que ficar a sós,
debaixo do seu dia sempre,
a sós.
Depois das onze...
Existencialismo
O tempo não passa no tic-tac dos relógios:
o tempo passa é no tec-tec da borboleta voejando,
no tic-tic dos olhares que damos a nossa amada
No resto, o tempo foge de nós...
Se Eu não fosse
brisa seria,
afagaria flores
abraçaria seus perfumes
e borboletas encantaria.
Já estrela não seria,
sentiria muito calor!
Onde ia caçar sombra?
Simples e belas são as borboletas
Não importa se vermelhas, brancas ou violetas
De que importa a cor? O diferente é fascinante
Com sua beleza extasiante.
Passei a vida inteira procurando ...
Revirando cada cantinho...
Buscando um ovo
Ou um ninho ...
Enfrentei ventos e tempestades
Apenas um sentimento de coragem
Que fazia um rumo a percorrer
Sem saber ....de viver ou morrer.
E após toda peregrinação
Escutava ao longe uma canção
Que sai do fundo de um coração
Quase parado
Triste e amargurado.
E se pois a me dizer.
Sei o que procura ...
Não leve a mal minha loucura.
Ouça o que me faz sofrer
Eu andei em tua estrada.
Finalmente achei a morada
Do amor...
Sim!!! Aquele ovo e aquele ninho
Nasceu um lindo canarinho
Foi se emplumando de mansinho.
Criou asas e voou.
E agora vou rastejar com as lagartas
Vou me embrenhar naquelas matas
E quem sabe na minha sorte obsoleta.
Encontre uma linda borboleta.
Que me leve junto pra voar.
Esse pequeno mundo
Em meu pequeno mundo
Vivo na maior alegria
Brinco com meus amigos
Aqui nao falta harmonia
Era uma feia lagarta
Quando no casulo entrei
E quando sai de lá
Em borboleta me transformei
Um inseto nojento
Comia folha sem parar
Ainda bem que mudei
E agora posso voar
Voar com minhas asas
Com cores de aquarela
Agora irei mostrar a todos
As mais lindas cores da Terra
Em meu mundo
vivo muito feliz
Aqui posso realizar
Tudo o que eu sempre quis
Meu mundo é mais que casa
mais que um simples lugar
É onde eu nasci
E comecei a sonhar
Das flores,o perfume
Do mundo,o prazer
Dos sonhos,a realidade
Eda vida,a experi~encia de viver
Em uma simples passagem
Encontrei a felicidade
Como tantas outras borboletas
Irei seguir uma nova viagem
Ao meu irmão
Quando revemos nossa casa, agora,
andamos encantados pelos cômodos,
ficamos longo tempo no jardim
onde – meninos levados – brincávamos.
E de todos os outros esplendores
que pelo mundo afora conquistamos,
nenhum mais nos alegra nem agrada
quando o sino da igreja faz-se ouvir.
Calados repisamos velhas trilhas
cruzando o verde terreno da infância:
e elas no coração tornam-se vivas,
grandes e estranhas, como um belo conto.
Mas tudo o que estaria à nossa espera
já não há de ter mais o puro brilho
de outrora – quando, ainda rapazolas
no jardim caçávamos borboletas.
Eu sinto falta de você
De como você era e não do que se tornou
Então amor, por favor
Vamos voltar no tempo
Quando nosso amor era simples
Quando seu sorriso me fazia rir
E as borboletas dançavam no meu estômago toda vez que te via.
Sinto falta desse amor, mas agora, ele se foi.
Ela estava no canteiro, de repente desapareceu.
Eis que ontem a encontro caminhando com seu casulo.
Hoje, descubro que escolheu outro lugar para sua metamorfose.
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