Poeira
Eu desabei
Não me restava mais nada a fazer
Como nos filmes, assisti os destroços, a poeira e tudo que eu tinha caindo por terra
Em câmera lenta, sentindo cada lágrima misturada ao suor
Só que não havia multidão
Eu estava sozinha
E ali eu entendi de uma vez
Que as mãos que tanto me acolheram
Eu as rejeitei
E apenas ficaram as minhas
Para reconstruir tudo sozinha
''O tempo é eterno, o universo é infinito, mas você é apenas uma poeira nesse mundo em que está perdido.''
Filho do deserto
Eu sou o árabe, filho do deserto,
Já comi poeira nessa árdua caminhada,
Estive longe e hoje estou perto,
Gratidão,ao lembrar da fria madrugada.
Durante o dia,sob um sol escaldante,
E as noites, eram longas e geladas,
Com um sofrimento frio e degradante,
Estava eu e minha consciência de mãos dadas.
Vivia em constante preocupação,
Com as insistências do vil inimigo,
Eu,embrenhado naquela solidão,
Procurando ajuda ou apenas um abrigo.
No deserto impera a lei do forte,
Onde bestas feras vivem à torturar,
A vida,briga com a morte,
E os pesadelos, conflitam com o sonhar.
No deserto há muito medo,
Há também a sonhada alegria,
Um grande e eterno segredo,
Envolto numa eterna magia.
No deserto também se purifica,
Há encontros e desencontros,
Onde a alma se sacrifica,
Em um duro e demorado confronto.
Deserto do aprimoramento,
Deserto dos bravos e dos fortes,
Onde há dor e também o sofrimento,
Tem nascimento e também morte.
Lourival Alves
Sob a poeira do tempo, jaz imóvel tudo que outrora reluzia, imponente. Lembranças esparsas ao vento, epopeias submersas na lama do esquecimento. Quantas batalhas, derrotas e vitórias, espargidas ao vento. Agora, sozinho no obrigatório isolamento social e familiar, meu lamento é por tudo que deixei de fazer. Imperdoável adiamento. A locomotiva ficará imóvel, os vagões permanecerão estacionados, mas os trilhos continuarão por muitas décadas.
(Juares de Marcos Jardim - Santo André / São Paulo - SP)
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
Antes das estrelas nascerem, elas são apenas poeira e gás, e só depois de se tornarem fortes, densas e fundirem seus elementos, elas se tornam estrelas.
É o mesmo que você precisa fazer com você, você precisa se fortalecer antes, você vai precisar se chocar com os seus próprios medos, vencer barreiras, se esbarrar com problemas e traumas do passado, passar por um processo de transformação, e, assim, a superação de todos esses elementos te fará mais forte, fortalecendo o seu coração.
É tanta descoberta, trabalho, dedicação e energia envolvida nesse processo que você passará a brilhar como uma estrela que finalmente estará se tornando uma — a estrela torna-se tal qual o que realmente é e o que nasceu para se tornar.
Somos
Todos
Estrelas
Perdidas
No céu
Não Vou Mais Lavar os Pratos
Não vou mais lavar os pratos.
Nem vou limpar a poeira dos móveis.
Sinto muito. Comecei a ler. Abri outro dia um livro
e uma semana depois decidi.
Não levo mais o lixo para a lixeira. Nem arrumo
a bagunça das folhas que caem no quintal.
Sinto muito.
Depois de ler percebi
a estética dos pratos, a estética dos traços, a ética,
A estática.
Olho minhas mãos quando mudam a página
dos livros, mãos bem mais macias que antes
e sinto que posso começar a ser a todo instante.
Sinto.
Qualquer coisa.
Não vou mais lavar. Nem levar. Seus tapetes
para lavar a seco. Tenho os olhos rasos d’água.
Sinto muito. Agora que comecei a ler quero entender.
O porquê, por quê? e o porquê.
Existem coisas. Eu li, e li, e li. Eu até sorri.
E deixei o feijão queimar...
Olha que feijão sempre demora para ficar pronto.
Considere que os tempos são outros...
Ah,
esqueci de dizer. Não vou mais.
Resolvi ficar um tempo comigo.
Resolvi ler sobre o que se passa conosco.
Você nem me espere. Você nem me chame. Não vou.
De tudo o que jamais li, de tudo o que jamais entendi,
você foi o que passou
Passou do limite, passou da medida,
passou do alfabeto.
Desalfabetizou.
Não vou mais lavar as coisas
e encobrir a verdadeira sujeira.
Nem limpar a poeira
e espalhar o pó daqui para lá e de lá pra cá.
Desinfetarei minhas mãos e não tocarei suas partes móveis.
Não tocarei no álcool.
Depois de tantos anos alfabetizada, aprendi a ler.
Depois de tanto tempo juntos, aprendi a separar
meu tênis do seu sapato,
minha gaveta das suas gravatas,
meu perfume do seu cheiro.
Minha tela da sua moldura.
Sendo assim, não lavo mais nada, e olho a sujeira
no fundo do copo.
Sempre chega o momento
de sacudir,
de investir,
de traduzir.
Não lavo mais pratos.
Li a assinatura da minha lei áurea
escrita em negro maiúsculo,
em letras tamanho 18, espaço duplo.
Aboli.
Não lavo mais os pratos
Quero travessas de prata,
Cozinha de luxo,
e joias de ouro. Legítimas.
Está decretada a lei áurea.
Somos um grão de poeira num tempo que se esgota a cada momento e nada podemos fazer senão aproveita-lo.
AOS TOMBOS
Balngo-bango, maribondo
na carreira eu me arrombo
sobre poeira e aos tombos
na fumaça me escondo.
Eu vou por ai aos pombos
em ditongo, orangotango
dança o tango no losango
cozinhando ao fogo brando.
Se não dê, parto pro cano
espatifando os tímpanos
vou seguindo assim os planos
como faço com os anos?
Antonio Montes
Me encontrar
Ora todos os dias a manhã se repete,
Relevo como o vento a poeira soprar.
Leal vou seguindo o caminho a andar,
Andando sem ninguém a acompanhar
No frio ou no calor, vou a todo vapor.
Dia e noite sempre a recordar que
O mundo não posso dominar.
Juro muitas coisas
Uma delas é me encontrar
Numa noite sombria com alguém a
Intrigar, um refrexo no espelho
Orgulhoso a me deixar
Rumo a nova fronteira com alguém a me salvar desse mundo maligno que só quer me sulgar...
(Acerca de Giordano Bruno)
...As cinzas de seu corpo se espalharam pela poeira dos séculos, mas seu espírito original, dedicado e inquiridor permanece vivo, pulsante em nossa memória como exemplo de renovação, renascimento."
Sabe aquele raio do sol que vem riscando o chão e fazendo poeira no ar?! Aquela sombra do tempo, aquele pensamento que paira entre ideias e parece até um luz automática. Somente comparativa momentânea de como é bom lembrar de você, do seu sumo importante ar existencial, dessa aurora que vem junto ao primeiro raio de luz diariamente e vai sedendo ao adormecer do crepúsculo. Não são vogais, nem mesmo junções entre frases e parágrafos que definiria um pensamento humano, um ar de extrema mudança de pensamentos, o que talvez fosse escolhido como sensato resultado entre mundos neuropsiquicos, seria a vontade de existir sobre sonhos, desejos e liberdade. Sobre minha mera fantasia em pró da tua existência, imagens formadas na cabeça, assemelhando-te aos 5 elementos naturais e as 7 maravilhas terrestres. Desejo somente conspirações boas a teu favor, ao respeito que devoto na existência humana e em minha nude viagem mental.
No castelo feito dos nossos mais puros sonhos, devemos limpar a poeira do tempo, abrir as cortinas da alma e a varanda do coração e deixar entrar os raios de esperança para continuar alimentando a grandeza da alma!
Levanta sacode a poeira e dá a volta por cima,porque Deus te trouxe aqui para viver ,aprender,amar e servir.
QUEM SOMOS
Quem somos? Poeira
Despidos
Singelos hora primeira
No equilíbrio divididos
No querer o poder
Revestidos
De variedade no viver
Da semelhança providos
Porém,
No ir além, a nós permitidos
O mal e o bem
Façam as escolhas!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro, 2017
Cerrado goiano
Meu Império de Poeira
- - -
Deixo-a conhecer do que eu sou feito
E aviso para não tocar em nada
Ela diz que vai voltar
E eu sei que é mentira
Mesmo se ela quisesse
Eu não deixaria
Eu ouviria ela me chamar do outro lado da muralha
Eu veria as pedras destruindo meus monumentos
Veria seu exército chegando com fogo
ordenaria que protegessem o portão a qualquer custo
e assistiria meus homens sangrarem até a morte
E quando ela finalmente invadisse meu império
Ela veria que é tudo feito de poeira
Mas eu ficaria feliz
Pois ela achou que havia algo.
Sustentação.
A seca traz sofrimento
acaba com nosso chão
a poeira sobe no vento
não nasce o trigo do pão
o sertanejo sem alimento
sai em busca do sustento
bem distante do sertão.
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