Pessoas Boas Dormem bem
Ele dormiu.
Recebeu flores tão lindas e perfumadas como nunca em sua vida.
Deem flores para que possamos acordar com elas.
QUERO
Quero ser o sonho que te faz bem...
Que te faz dormir e sonhar.
Eu quero ser sua poetisa a cantar
as melodias mais profundas
das sereias no fundo do mar.
Deixa-me cantar!
Sou também jardineira das flores
E posso uma semente lançar...
As sementes dos amores.
E pintar um jardim tão perfeito
Que não haverá outro jeito
a não ser amar, amar, amar...
Nas profundezas do mar,
ou no mais simples leito.
CANÇÃO DO AMADO
Era madrugada e ela dormia languidamente
sobre o lençol de cetim.
Sonhou que havia alguém batendo à porta querendo entrar, havia barulhos de mãos na maçaneta.
(Oh, quem seria àquela hora?!)
Era o amado que a chamava para um passeio no jardim,
e lhe trouxera cestas de figos, flores e perfumes...
Mas ela estava cansada!
A luminosidade do lençol de cetim a convidava, dizendo:
- Não abra! É muito tarde!
Eis que o amado saiu com frio e o corpo molhado d’orvalho, às ruas cobertas de folhagens e pétalas que a chuva fizera cair...
Ao longe ainda ouviam-se os passos cansados do amado
e um perfume de flor ficara na maçaneta.
Sentiu saudades! Era dele o perfume.
Saiu correndo descalça e com roupas de dormir.
Havia homens maus nas ruas que a açoitara.
Ela dizia: - Estou atrás do meu amado...
Acaso não o vistes? Ainda há pouco quis estar comigo!
Deixem-me ir!
Mas os homens responderam com escárnio:
- Você não tem amado algum!
Se tivesse, o perfume dele estaria em seu corpo,
porém, agora estará em nossas mãos, será prisioneira
até que seu amado venha buscá-la! Pode dormir!
Agora não mais sobre o lençol de cetim,
mas na calçada suja, molhada.
Corpo ferido, sonhando com o amado e com as flores
que lhe deixara.
(Reeleitura do Cap. 03 de Cantares de Salomão em forma de poesia.)
Apaguei as luzes
Desliguei a TV
Viajei
Dormi
Sonhei
Reencontrei meu filho
Ainda pequeno
Era energia
Energia pura
Nos abraçamos
Com muito amor
A paz chegou
Plena, tão plena!
Acordei
Com ele no meu coração
Forever
Um dos problemas da cama de casal, é você dormir junto com o seu "conje" e um dia ele morrer dormindo, e você passar a noite inteirinha ao lado de um cadáver gelado, sem saber. Isso aconteceu com uma amiga minha. Isso deve ser simplesmente aterrorizante. Sem falar nos roncos, na tosse, na mexeção, na TV ligada, que pertubam o sono da gente. E aquele vai e vem sem fim pro banheiro, que não deixa a gente dormir. Isso me parece mais história de terror do que de amor. Por mim, já teriam dado um fim nesse negócio de cama de casal. A cama pode até ser grande, mas não precisa ser de casal, não. O que tem que ser dividido é o respeito e o amor, não a cama. Não sei por quê, mas hoje eu tô com um óóódio dessa cama. Acho que fiquei traumatizada, sei lá.
E quantas noites eu fui dormir pensando em me afastar de você? Quantas vezes coloquei a cabeça no travesseiro e pensei em desistir de nós? Já perdi as contas… E por mais que eu pense essas coisas, sempre que o dia amanhece eu quero te encontrar, porque apesar de tudo, você faz meu dia mais feliz, faz de mim uma pessoa melhor, até você de mal faz bem pra mim.
"Existem os que dormem em quaisquer circunstâncias, mesmo em meio às batalhas ou cenários devastados. Gente estranha que parece ser de outra espécie."
(As Pessoas lá de Fora. Editora Longarina, 2018)
Durante a madrugada eu acordo, sinto que meu braço esquerdo está meio dormente e vejo que ela dormiu no aconchego do meu peito e prendeu meu braço. Quando tento move-lo um pouco, sem atrapalha-la, para ficar mais confortável para mim, ela, sem acordar, ajusta mais seu rosto entre meu peito e meu braço, joga sua perna esquerda sobre a minha direita e passa seu braço por cima da minha barriga me abraçando ainda mais calorosamente. Um sorriso que com palavras não consigo expressar o sentimento que flui pelo meu coração se desenha em meu rosto. A fraca luz de led azul da mesa onde meu computador está, ilumina a linda pele morena de seu doce rosto e eu reparo em cada sutil e delicado detalhe dos traços que compõe minha amada. Seus olhos fechados, levemente puxados, semelhantes a uma japonesa, perdidos em um mundo de sonhos que em mil anos eu não imaginaria. Seus cabelos negros jogados entre o travesseiro branco e o colchão azul claro da cama, sua respiração calma e tranquila está no mesmo ritmo da minha e nesse momento eu me toco de que meu coração bate calmo, meus pensamentos ruins e preocupações do dia a dia se vão; e eu percebo que naquele momento, naquele instante da madrugada, não existe lugar no mundo que eu queria estar mais do que ali. Ali era perfeito e ali eu peguei no sono novamente
É Meia Noite!...
evangelista da silva
Um amontoado de gente dorme, roncando brutalmente, enquanto tantos outros bichos tramam
Acordados, loucuras de como devorar animais inocentes na construção do ódio.
Assim, na noite turva e silente ouço o galo a cantar a saudade da galinha que trepa.
E eu, como que louco, acordado observo a marcha desequilibrada do homem.
Vivo nestes instantes de contemplação e medo diante a vida que se vive
Assombradamente neste Brasil esquizofrênico e obsessor.
Aproxima-se a meia noite em meio a um silêncio tumular.
É hora de os mortos passearem pelas vias promiscuidas das cidades.
E tantos outros obsessores na carne acompanham a tropa.
Uma tropa uníssona em desconsertar o mundo na desordem e violência.
Saem confusos e desoladamente à busca e procura de sangramento.
Nesta hora órfã e piedosamente só eu vou-me confuso viajando a pensar...
É madrugada e durante as madrugadas a morte é mais cruel.
Nas madrugadas tudo parece desigual e sem cor. Incolor!...
Todos estão mortos por certo e talvez. Só eu vivo a observar
A solidão mergulhada nas trevas aguardando o amanhecer...
(evangelista da silva)
Santo Antônio de Jesus, 24 de julho de 2018.
Às 24h...
Sei que é meio tarde
Em vez de dormir
Estou aqui abraçando a melancolia
Nesta noite de tempestade
Com mais ventania do que gotas de chuva
E dentro de mim
Eu só vejo o fim de alguém
Que um dia tentou evoluir
Mas descobriu sua grande insignificância
Acho que vou dormir tarde
Para falar a verdade não quero dormir
Não quero acordar
Só quero sei lá
Talvez abandonar o meu eu
Sair dessa realidade medíocre
Destruir esse ser de dentro pra fora
E depois ir embora
Acendam-se as velas!
Alumía a candeeia!
Aí dormiam elas
Numa casa da aldeia.
A luz faltou
Não sei o que fazer,
Preocupado estou.
Mas vamos escrever!
Caneta, papel e imaginção
À luz da vela reunídos.
Oh, que satisfação!
Despertai os meus sentidos!
Sentidos despertados,
Pela alma da chama,
Transparecem no papel
Através de quem ama.
Que te digo eu?!
A cera derrete pelo tempo vão.
O que me alegra é somente o teu...
O teu coração no meu coração!
"À luz das velas" - Guilherme Pereira (19.12.2019)
Paudalho 31 de agosto de 1929, é meia noite de uma quinta-feira chuvosa. Não consigo dormir.
Aqui subsiste o silêncio da noite e vezes outras uma solitária coruja aproveita e entoa seu canto.
E claro, os ponteiros de um arcaico relógio de parede que a cada minuto parece martelar minh'alma.
O som é gritante.
Aqui estou, pés no chão, cabelos nevados, rosto enrugado, pele encarquilhada, coração desguarnecido, olhos inudados. Tudo em mim é uma lembrança obstinada.
Lembro dos anos mas incríveis da vida, quando conheci o extremo da felicidade e o amor puro e tão bonito. Lembro-me a última vez que estivemos juntos, era pra ser uma tarde prodigiosa, e até foi nos primeiros momentos. Pude assistir cada folha do outono que caia no chão, lembro de cada toque, de cada beijo, dos abraços, do amor declarado, até do silêncio que que iniciou em seguida e perdurou até hoje. Quando questionada sobre o término nunca soube dizer. Acabou. Partiu pra sempre e sempre busquei respostas.
Nada mudou em mim, como o fogo aceso em brasas vivas, assim é tudo que sinto.
Todas as noites eu tenho vivido o extremo da saudade, tenho sentido o salgado e amargo de cada lágrima que cai.
Cada uma tem sua lembrança.
Estou monótona e parada em um universo nostálgico, cheia de palavras pra escrever mas tudo se resume em uma saudade constante, amarga e desalegre.
Hoje resolvi escrever sobre nós, e antes de expor em letras, vírgulas e ponto final toda dor, eu lembrei dos bons momentos e singelamente sorri, embora, esse sorriso logo se encobriu.
Porque quando juntei as letras nas verdades absolutas, em uma triste realidade transmudei de repente e me tornei desolada.
E cada lágrima que cai nessa folha é de uma lembrança guardada, lembrada e respeitada.
Tá tudo bagunçado, o cabelo, a vida e o velho coração. Que ainda que não pulse com todo vigor de antes deseja na mesma intensidade de outrora.
Um amontoado de emoções e cicatrizes que as vezes respiro profundamente pra ter certeza que estou viva. E acredite, estou. Amar é ser escravo do desejo é ser acorrentado a ele e viver em súplicas quando tudo no final desanda.
Desamo o destino, quando lembro que nossas vontade são coincidiram. Destino cruel, em tantas vezes assassino, mata aos poucos e faz de nós o que bem quer. No fundo somos contadores de histórias, de tudo que passou por nós, nos marcou e seguiu apressadamente.
O dia está amanhecendo, consigo ver da janela a mudança de cor, a despedida da lua, o sol acenando e agosto partindo pra sempre.
Alguém bate na porta do quarto é minha enfermeira em minutos preciso fazer medicações, nebulização e mais medicações.
Pra hoje não quero muito se não um dia tranquilo, na janela que da acesso ao horizonte.
Continuarei fingindo felicidade porque ninguém vai conseguir entender o que sinto se não conheceu um amor de ve
Tantas noites
Tantas noites se passaram, e ainda tem algumas que vou dormir chorando
O que você fez comigo, você me quebrou
Há algo errado comigo, eu não era assim
No quê você me transformou?
Me sinto tão fraca, ainda lembro da noite em que eu sabia que era o fim
Doeu mais do quê poderia suportar
Ainda me machuca, sabe, lembrar de você e do nosso fim
O que me apavora, é o nunca mais
Nunca mais te ver, nunca mais te beijar e te abraçar
Isso dói demais
Lembro como se fosse ontem, você me falando pra parar de chorar, que eu estava exagerando
Mas eu sabia que TUDO tinha acabado
Eu morri naquele dia, só que eu continuava respirando
Eu não entendia e ainda não entendo, como você não sentia nada
Eu estava, e ainda estou sofrendo
Como que você consegue viver, depois de nós?
Como você desligou o que sentia por mim e se foi?
Me diga, tô tão cansada de sentir
Isso é muito cansativo, levantar todos os dias, sabendo que nunca vai voltar
Voltar ao que éramos
Voltar a pertencer a algum lugar, amar
18 de Junho de 2020
Fechar os olhos , descansar a retina , mesmo sem dormir pode aliviar o cansaço ...
Já não digo o mesmo de sonhar acordado ... a realidade me coloca os pés no chão .
Mesmo assim , com os pés no chão ...sonhar é possível e necessário !
Eu sou a terra, e na terra há muita coisa boa mais que dormir com uma mulher, fomos ensinados assim, muitos afirmam ser impossível viver a verdadeira felicidade, ainda não encontrei alguém tão estúpido até ao ponto de afirmar para se mesmo que não quer ser feliz na terra.
Me lembro bem daquela manhã de domingo,
dormimos no quarto sua irmã, mas não me entendam mal, não aconteceu nada, ou pelo menos não me lembro, mas lembro do seu bilhete dizendo “volto logo” e meu coração dispara só de pensar o quanto eu estava feliz, esse logo chegou e como um anjo você apareceu, camisa branca, abriu a porta do quarto e eu os meus olhos, não sei quem chegou primeiro, se foram os raios de sol vindo de algum lugar da casa ou o seu rosto angelical me sorrindo, na verdade acho que foi um empate, vocês entraram juntos, pareciam uma coisa só. Você me deu bom dia, eu não respondi, não com palavras, eu apenas abri um sorriso te convidando pra chegar mais perto, e você se aproximou, parecia adivinhar, as vezes achava que você lia meus pensamentos ou os controlavam. Cada passo que você dava até mim eu me inclinava pra você, por fim lá estava você entre minhas pernas, de pés na minha frente, me olhando de cima como um Deus, e nesse momento eu parecia ler seu pensamento, “abra os botões da minha camisa” eu ouvi e obedeci, cada botão que eu abria era como se um mundo novo se abrisse pra mim, então eu os abrir e explorei. Hoje sou só um viajante cansado que perdeu suas terras, escrevo da minha cama, sem sol, sem botões, sem você.
