Pequena Menina dos Olhos Castanhos
Eu não gosto que me olhe diretamente nos olhos e ela faz muito isso
Eu não sei se a amo, sei que quero estar perto dela, olhar pra ela, sentir o cheiro dela e ouvi-la, contar como foi meu dia e perguntar como foi o dela.
Me encanto com o sorriso dela, com a suavidade da mão dela
Do jeito que ela fala, do jeito que ela encara a vida. Me encanto com a voz dela, com o caminhar dela e toda delicadeza dos pés dela.
É incrível como minha camiseta fica bem nela, como sempre tem o tom de ser mais velha, pareço um menino do lado dela.
Impossível não olhar pra ela, quando ela passa os cores ficam vivas do lado dela.
Ela é o melhor de mim, e pra ela é melhor assim
Muitas vezes, com olhos marejados, supliquei tua presença
E o vento, trazendo um segredo teu, sussurrou
Confidenciando bem baixinho:
Fica tranquilo
Porque te amo, meu menino!
Com os olhos marejados, fito a incerteza dos fatos, a insustentabilidade de atos que não cometi.
Miro a falha que nunca aconteceu, mas assola a inconsistência de algo irreal.
Atraco-me, desfaço-me...
Pois a palavra dita me consome e me aflige, corroe-me a alma que, com mãos trêmulas,
versa sentidos opostos do que sentia outrora.
Na linha sutil
Onde o mar e o céu se avizinham e se enamoram
É onde a cor dos teus olhos faz morada.
E mesmo que o rochedo longínquo, ao largo, me pareça hostil.
Essa dureza se desfez com o poder do teu sorriso.
Me vi cativo por opção.
E assim fui aos poucos me desfazendo, me libertando e me permitindo;
Através das profundezas de teus olhos e da candura de teu sorriso, fui me largando à deriva.
Num ato rápido, me joguei ao mar e senti o beijo teu.
Omissão
Proibiu as suas palavras de me visitarem,
teus olhos de me enxergarem,
teus ouvidos de me escutarem.
Improvisou outra voz mísera
que descarinhosamente negou,
escondendo de mim o que vivias.
As promessas não falam por mim
e já trouxe o amanhã para o hoje
confessando que pela compleição débil o destino errou.
Desisto de lutar pela faculdade de perceber.
Prendi a palavra,
fechei os olhos.
O que há mais de existir?
Um mundo desbotado e sem pessoas,
uma ave que não voa
nada mais de mim..., nada!
Voo
Se alçares voo
Deverá ser para chegares o mais alto dos ares
Para ver com outros olhos os mares.
E sonhares.
Mesmo que esteja longe a terra
Não tenhas medo da queda
Que um dia estará por vir.
Se não conseguires pousar
Então permaneça na correnteza quente dos ares
Com as asas paradas
E irás a outros lugares
Sem te cansares.
A vista de cima é das mais belas
É lúdica, é singela.
E quando conseguires um bom pouso
Pousa suave
Outros voos assim
São seculares.
Prostração
Os teus olhos estão vermelhos.
E por que choras?
Perdeste o teu amor?
Já refletiste porque perdeste?
Achou que tiveste dado tudo de ti
Mas não foi o suficiente?
Agarraste no inútil pensamento
Que o concebido
Já era teu?
Agora achas que ao trocar as fotografias dos porta-retratos
Trará as forças para esquecer?
Olhará para ele
O quê verás?
Não será a nova foto que irá entrar pelas retinas de teus olhos
É a que já está registrada nos teus neurônios.
E todo o enxoval que te acompanha
Terás de queimar ou quebrar?
Faça todas as tuas cenas por agora
Destroçando tudo o que é material.
Estás a te sentir mais leve?
Mas não imaginas que em breve
Tudo que colocares na tona
Irás desaparecer nos rios de Goa
Levados ao mar.
Com o tempo e o oceano revolto
Devolverá os pertences
Devastados nas areias das praias.
Em todas elas encontrarás os pedaços
E toda a fantasia recomeçará.
Não, não é bem assim que te livrarás.
Acho que perdeste o senso
Não poderás reduzir a cinzas as memórias
De tudo o que te fez sonhar.
Vanglória
A vaidade é pura soberba
Quando para outros olhos é impelida
Não existirá clemência
Para tamanha arrogância destemida.
A que destino levará tamanha ostentação?
Aos desejos e não para as necessidades
Ao submundo negando a autenticidade
Sem critérios profundos
Perdendo a liberdade.
Toque
Um hangout ao alcance de um clique
Um contato na lista que os olhos não piscam
Uma vontade de falar que desequilibra
Um medo generalizado de dar o grito
E assim se sacrifica
Enche o raio do saco e
Desliga.
Ilusão da beleza
Teus olhos claros
irradiam o brilho da tanzanita
de enlouquecedora beleza
enquanto, matem-se vestida
enrolada no tecido negro
nessa burca bendita
acolhedora dos defeitos.
És mais feia que uma nuvem carregada
na maturidade à trovoada.
Essa sua crença deve ser mantida
num mando que a proteja
capaz de submeter ao desejo
quem gosta do seu azul cortejo
ludibriado em segredo.
Pira
Pirado pela pira, suspira
Olhos fitos na pira
Deslumbrado, alucinado
pelo brilho da pira, pira
nem a pira na verga
verga o caipira
desvairado, deu o pira.
Sutil artesã
Este livro que com os olhos abraço
vagando entre linhas e espaços
me comoveu ao encontrar uma fotografia
apreciei um rosto
não sei bem se plebeu ou nobre
não me interessou
o que me encantou
estava atrás, o encosto
a almofada colorida
amarela, cor de ouro
com florzinhas de vergel amanhecido
O meu peito de orgulho, inflou
era ela
a almofada resguardada, sem desgaste, impávida
ela, tão distante, tão antiga e tão bela
que cosi e talhei por puro gosto.
O peso do medo
Dizem que há sombras na esquina,
sussurros frios na neblina,
olhos que espreitam na escuridão,
mãos que apertam sem compaixão.
Tranque as portas, feche o peito,
dobrem-se ao fardo do preceito.
Há sempre um monstro à espreita,
um castigo para a alma imperfeita.
No deserto, a voz bradou:
“O mar se abre a quem rezou!”
E os que duvidam, sem piedade,
são tragados pela tempestade.
Na fogueira, a chama dança,
queima o corpo, apaga a esperança.
A fé impõe o seu decreto:
“Negue-me e prove do inferno certo.”
Coroas brilham, aço brande,
o medo cresce e nunca expande.
Pois só se vê o que convém,
quem dita a lei nos faz refém.
Um novo rosto, um novo nome,
sempre há um lobo em meio ao homem.
Ora justiça, ora nação,
ora inimigo, ora oração.
E assim seguimos, sem acerto,
livres no corpo, presos por dentro.
Grades que o tempo não desmancha,
o medo pesa... e nos amansa.
Jabuticaba
Teus olhos, duas jabuticabas,
Negros, brilhantes, hipnotizantes.
Desde que te vi, tudo mudou,
E ao teu lado, o mundo fazia sentido.
Risos, conversas, fumaça no ar,
O tempo voava na nossa brisa.
Mas enquanto eu me apaixonava,
Você só me via como um guia.
Me declarei, falei sem medo,
Mas cê sumiu, me deixou no vazio.
Hoje fumo sozinho na madrugada,
E nada mais tem o mesmo brilho.
Ah, menina dos olhos de jabuticaba…
Depois de você, tudo é cinza.
Tu que emprestas Tua luz
aos olhos da Esfinge
Ilumina minha escuridão
para que eu possa caminhar para dentro de mim
e sempre reconhecer -Te
em todos os seres
eu habitante de Tua argila acesa
Meu guardião
Lembro de seus olhos, sorriso, jeito de falar e até mesmo a forma que fumava seu cigarro, os pensamentos não machucam mais, desejo-lhe a mais imensa felicidade.
Os olhos um mar "vítreo"/
Onde se mergulha em olhares/
Despido de pura timidez/
Nadando loucas braçadas/
Até alcançar a ilha do coração!
Os olhos é rodovia de duas mãos,
que levam ao coração.
Nesta Rodovia são transportadas,
as verdades e as mentiras...
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