Pensadores Alemães
Quanto embotamento é necessário para considerar o nascimento e a morte como nossos eventos mais extraordinários, quando a mais simples lógica demonstra o exato contrário?
Ninguém duvida da existência do bem e do mal. Já a grafia com iniciais maiúsculas denota uma notória desassociação de responsabilidades.
A razão última de cada coisa e de todas as coisas nos é tão obviamente inacessível, que automaticamente passa a não nos interessar.
Quando o enguiço da máquina beira a cronicidade, é trivial surgirem vozes bem intencionadas questionando se a roda deveria mesmo ser redonda.
O bolo da felicidade se compõe de uma massa chamada "necessidades comuns" e de uma cobertura chamada "inutilidades individuais".
Prática consciente de injustiça, em si, não existe. O que existe é conceito de justiça que privilegia a si.
Todos nascemos com o direito à felicidade. Porém, menos indivíduos nascem com a capacidade de serem felizes, e menos indivíduos ainda encontram a oportunidade de serem felizes. O direito, a capacidade e a oportunidade, as três coisas juntas, é algo que presumIvelmente só acontece para uma minoria de indivíduos, e certamente não por todo o tempo. Temos aqui uma das mais básicas leis naturais da vida, verificada em suas mais diversas formas, e somente uma miserável e cega esperança humana para supor que seríamos exceção.
É insensato buscar o máximo em infindáveis coisas. No geral, exceder o suficiente aqui é causar o insuficiente ali.
Só deveríamos lançar mão da razão uma vez estando (honestamente) esgotada a possibilidade de observação.
A única coisa que pode dar significado positivo à vida é desempenhar algum trabalho mais cativante que o cansaço e as distrações. O resto é consequência ou insignificância.
