Para uma Pobre e Coitada

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Meus filhos nunca gozaram de um privilégio que eu tive: nascer pobre.

O grito do pobre sobe até Deus, mas não chega aos ouvidos do homem.

Sou rico? Todos estão prontos a dar-me a própria pele; / sou pobre? Ninguém me quer dar nem uma moeda.

Para os vaidosos tudo será vaidade, para os pobres de espírito tudo será pobre.

A sabedoria é geralmente reputada como pobre, porque não se podem ver os seus tesouros.

Considero a piedade do rico para com o pobre injuriosa e contrária à fraternidade humana.

A vida é pobre demais para não ser também imortal.

O mais rico dos homens é o poupado, o mais pobre o avarento.

Entre o grande homem e o pobre homem, há o homem para servir de ponte.

Ser pobre é um estado de espírito.

Todos os homens que se aborrecem num planeta passam a sua pobre vida a procurar outro.

Não há vergonha nenhuma em se ser pobre, mas é deveras incómodo.

Embora a avareza impeça um homem de se tornar necessariamente pobre, geralmente torna-o demasiado timorato para enriquecer.

Humildade não é ser pobre, é ser digno.

Na medida em que aumentam seus poderes, o homem se torna cada vez mais pobre.

Culpo minha pobre e velha mãe e meu magro e triste pai, por me jogarem na vida e ousadamente me colocarem o nome de Raul. Eis-me!
Culpo ao meu próprio escárnio de repetir três vezes o mesmo erro, se é que qualquer um desses três tenham a mesma lucidez dilacerante do que é a dor do absurdo do ser.
Nada é mais que um nada mergulhado no oceano de uma dor de chibata chamada Deus! Que este tenha o meu perdão.
Só peço que um raio de amor venha do espaço, e blind as três para que a escuridão da santa divina ignorância lhes vedem a visão do apocalipse, amém!

Ninguém é pobre quando ama.

Você é o brinquedo caro e eu sou a criança pobre.

A terra tão rica
e – ó almas inertes! –
o povo tão pobre...
Ninguém que proteste! (...)

Tenho medo de revelar de quanto preciso e de como sou pobre.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Pertencer.

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