Para o nosso Filho Fruto da nossa Uniao

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Quanto mais estudamos mais descobrimos a nossa ignorância.

Como a nossa fragilidade o concebe e o pratica, o amor é um sentimento essencialmente incômodo. Mal dois olhares se trocam e duas mãos se enlaçam, vem logo a tragédia das suspeitas, dos ciúmes, das zangas, das recriminações, estragar momentos que deviam ser os mais belos, os mais alegres, os mais despreocupados da vida.

Há injúrias que temos de ignorar para não comprometermos a nossa honra.

Há atos humanos que, considerados isoladamente, são impregnados pela nossa sensibilidade valorativa com as cores mais deslumbrantes, mas que, pelas consequências a que dão origem, acabam fundindo-se na cinzenta infinidade do historicamente indiferentente, ou que antes, como geralmente sucede, entrecruzando-se com outros eventos do destino histórico, acabam mudando tanto na dimensão como na natureza do seu sentido, até tornar-se irreconhecíveis.

Nossa pátria é onde nos sentimos bem.

Acabamos sempre por desprezar os que são com demasiada facilidade da nossa opinião.

Nossa tristeza é uma energia que liberamos para curar. A tristeza é dolorosa. Tentamos evitá-la. Na verdade, descarregar a tristeza libera a energia envolvida em nossa dor emocional. Contê-la é congelar a dor dentro de nós. O slogan terapêutico é que o sofrimento é o 'sentimento cicatrizante'.

O romance é a chave dos quartos secretos da nossa casa.

A nossa imaginação gera fantasmas que nos espantam durante toda a nossa vida.

Cada um de nós tem um fogo no coração para alguma coisa. É nossa meta na vida encontrá-lo e mantê-lo aceso

De duas ou mais dores simultâneas, a nossa atenção escolhe uma e quase esquece as outras. Na ruína do nosso tempo, vê se escolhes o mais importante dela. Evitarás assim o ridículo de chorar a perda de um alfinete numa casa que te ardeu. E a História olhar-te-á com simpatia - talvez vá mesmo para a cama contigo.

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Escrever, Bertrand, 2001

O riso é a fraqueza, a corrupção, a insipidez da nossa carne.

Sem as ilusões da nossa imaginação, o capital da felicidade humana seria muito diminuto e limitado.

Embora possamos ser sábios do saber alheio, sensatos só poderíamos sê-lo graças à nossa própria sensatez.

A nossa verdadeira nacionalidade é a humanidade.

A alegria é a nossa evasão do tempo.

Na verdade, aqueles suplícios que dizem existir
no profundo Inferno, estão todos aqui, nas nossas vidas.

O desejo de conhecimento, como a sede de riqueza, está sempre a aumentar com a nossa aquisição dele.

A felicidade consiste principalmente em acomodar-nos com a nossa sorte.

Palavras não existem
fora da nossa voz as
palavras não assistem
palavras somos nós

(A doença, Poemas Reunidos, Publicações Dom Quixote, 1999)