Pálida

Cerca de 167 frases e pensamentos: Pálida

A SERENATA

Uma noite de lua pálida e gerânios
ele viria com boca e mãos incríveis
tocar flauta no jardim.
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobro
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
— só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?

À diferença do Sol, que é brilhante e quente, a Lua que é pálida, inconstante e fria. No entanto, pela sua iluminação podemos ver sombras até então desconhecidas.
Ao passo que à luz do Sol, tudo se destaca, sob o brilho pálido da Lua, tudo se dissolve, oferecendo-nos uma nova experiência de nós mesmos e do nosso mundo.

Cansei da frase polida / por anjos da cara pálida (...) / agora eu quero a pedrada / chuva de pedras palavras / distribuindo pauladas.

A pálida luz da manhã de Inverno,

A pálida luz da manhã de Inverno,
O cais e a razão
Não dão mais esperança, nem uma esperança sequer,
Ao meu coração.
O que tem que ser
Será, quer eu queira que seja ou que não.
No rumor do cais, no bulício do rio
Na rua a acordar
Não há mais sossego, nem um vazio sequer,
Para o meu esperar.
O que tem que não ser
Algures será, se o pensei; tudo mais é sonhar.

Fernando Pessoa
Livro Poesias Inéditas (1919-1930)

SONHANDO

Na praia deserta que a lua branqueia
Que mimo! Que rosa, que filha de Deus!
Tão pálida - ao vê-la meu ser devaneia,
Sufoco nos lábios os hálitos meus!
Não corras na areia,
Não corras assim!
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!

A praia é tão longe! E a onda bravia
As roupas de goza te molha de escuma
De noite - aos serenos - a areia é tão fria,
Tão úmido o vento que os ares perfuma!
És tão doentia!
Não corras assim!
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!

A brisa teus negros cabelos soltou,
O orvalho da face te esfria o suor;
Teus seios palpitam - a brisa os roçou,
Beijou-os, suspira, desmaia de amor!
Teu pé tropeçou...
Não corras assim!
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!

E o pálido mimo da minha paixão
Num longo soluço tremeu e parou,
Sentou-se na praia, sozinha no chão,
A mão regelada no colo pousou!
Que tens, coração?
Que tremes assim?
Cansaste, donzela?
Tem pena de mim!

Deitou-se na areia que a vaga molhou.
Imóvel e branca na praia dormia;
Mas nem os seus olhos o sono fechou
E nem o seu colo de neve tremia...
O seio gelou?...
Não durmas assim!
Ó pálida fria,
Tem pena de mim!

Dormia: — na fronte que níveo suar...
Que mão regelada no lânguido peito...
Não era mais alvo seu leito do mar,
Não era mais frio seu gélido leito!
Nem um ressonar...
Não durmas assim...
Ó pálida fria,
Tem pena de mim!

Aqui no meu peito vem antes sonhar
Nos longos suspiros do meu coração:
Eu quero em meus lábios teu seio aquentar,
Teu colo, essas faces, e a gélida mão...
Não durmas no mar!
Não durmas assim.
Estátua sem vida,
Tem pena de mim!

E a vaga crescia seu corpo banhando,
As cândidas formas movendo de leve!
E eu vi-a suave nas águas boiando
Com soltos cabelos nas roupas de neve!
Nas vagas sonhando
Não durmas assim...
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!

E a imagem da virgem nas águas do mar
Brilhava tão branca no límpido véu...
Nem mais transparente luzia o luar
No ambiente sem nuvens da noite do céu!
Nas águas do mar
Não durmas assim...
Não morras, donzela,
Espera por mim!

⁠"Algumas pessoas são pálidas, umas são brilhantes, outras são coloridas, ja eu sou chato."

Inserida por sadicacarvalho

III
Ao fim do dia, a tarde já esmorecia e acendia
o lampejo de pálidas estrelas dispersas no ar
ele olhou-se e às feridas no corpo combalido
mas não se quedou, em reação galgou com fé
o alto do monte onde fazia-se outrora sacrifícios
ajoelhou-se diante da claridade e elevou a alma
assim obtendo cura, mas não por haver pedido
e sim porque humilde proclamou a si: nada sou!

Nas casas pintadas
de tintas pálidas agoniadas
Pessoas agoniadas
pálidas de alma
padecem

Padecem por um povo sem vontade
por um programa de televisão
de fácil digestão
pouca cultura
pouca vida
muita sobrevivência

Me contentei com meu sorriso
na sacada
o fumo na mão
e a noção de que estou conseguindo
largar tudo
das camisas passadas
à calças de veludo

Sou pouco
sou simples
febril
hostil
mas valente pelo que quis
Grosseiro com o que não quero

Quero minha vida, vida
Quero ser grande, pai
Quero ser meu, mãe
Quero ser nós, felicidade.

Inserida por kevinmartins6

tudo e nada

:::
mansa flor, de atitudes pálidas, sombras altivas, medrosas pétalas…

mansa flor, de caule magro, folhas grossas, perfume de maça…

mansa flor, de cálice longo, cores mortas, nenhum pólen.

mansa flor, escondida, dentro da sua mão.
:::

Inserida por sorayaruffo

Flores murchas

Desmaiadas na vida
Pálidas desabrochadas
As cores de partida
As pétalas cansadas
Ainda com viço
Afadigadas
De perfume postiço
E as forças exiladas
Feitiço
Da existência traçadas
Do fado mortiço
De inevitáveis jornadas
Perfazendo o curso
Revoadas
Incurso
Flores murchas, encantadas!

Inserida por LucianoSpagnol

SALMO

Cantar a mudez
Das horas inválidas,
Colorindo a tez
Das noites tão pálidas.
Cantar o vazio
Das coisas perdidas,
Do ser doentio
Curando as feridas.
E cantar o agora,
O amanhã também -
Cantar revigora
E à alma faz bem.
Quem canta afugenta
Agruras e dor
E faz da tormenta
Um salmo de amor.

Inserida por RMCardoso

A mosca e a mortalha

Em puro mármore deitou-se suavemente
colocando suas mãos pálidas por entre a mortalha
se fez um radioso brilho exuberante em volta da rosa
luminosa e delicada, que escondida, brilhava mais
que a luz debaixo das rendas bordadas
o silêncio veio ao encontro da mosca
que o tempo todo a rodeava e naquela intensa e clara luz
flutuava, porem lentamente se apagava
ao apagar-se inteiramente, o radioso brilho ali presente
despediu-se, e a mosca com a visão ofuscada, adentrou
por debaixo das rendas bordadas, pousando na rosa desabrochada
desesperada, tentava encontrar aquela luz, que subitamente se dispersara
convencida de assim tê-la perdido, se pôs a chorar
deixando cair uma lágrima quadriculada
e na sinfonia póstuma que ali se anunciava, a pequena mosca então sorriu, ao ver as chamas das velas enfileiradas
e assim, deitada ao perfume da bela rosa
ambas adormeceram iluminadas.

Inserida por kreturiano

Cara pálidas! Esse ensinamento do índio, fala do encontro de um caminho com o coração, de experimentar uma trilha que nos transcenda e, nos toque no centro do nosso ser. Fazê-lo é encontrar um caminho de prática que permite viver no mundo plenamente à partir do nosso coração. E somente o caminhante pode saber qual é o caminho do coração. Ninguém pode definir pra nós qual deveria ser o nosso caminho, pelo contrário, devemos deixar que o mistério e a beleza dessa pergunta ressoem dentro do nosso ser. Então em qualquer lugar dentro de nós, surgirá a resposta e a compreensão vai aflorar. Se aquietarmos e ouvirmos profundamente, mesmo que por um só momento, saberemos se estamos seguindo um caminho com o coração.

Quando lhe perguntamos sobre o nosso caminho atual, precisamos observar os valores pelos quais escolhemos viver. Onde empregamos o nosso tempo, nossa força, a nossa criatividade, o nosso amor? Precisamos olhar nossa vida sem sentimentalismo, exageros ou idealismo. Aquilo que estamos escolhendo reflete aquilo que estamos valorizando mais profundamente.



Eu fiz essa 'meditação com coração' e reflexionei profundamente sobre algumas vivências minhas. Uma experiência especial ficou marcada: Nas duas últimas semanas em que minha mãe fez a passagem, ela houvera caído no banheiro e foi hospitalizada. Então eu passei a tarde toda no hospital e comecei cantar músicas animadas pra ela, como ela era musicista acompanhava toda sorridente. Quando médico chegou, elogiou muito a alegria das cantantes. E eu disse para o médico que ela era a melhor mãe do mundo, ela chorou e disse que eu era a melhor filha do mundo. Ao terminar essa meditação, eu pude acessar a bondade presente naquele ato de 'cantar' que contagiou nós duas. Era verdadeiramente o 'caminho do coração'.

Esse 'caminho do coração' é para ser aplicado e questionado cotidianamente, construindo a maturidade espiritual. Deve tornar-se uma chave sonora para acordar o ser adormecido mentalmente, pois o coração é intuitivo, dizem que é um caminho femenino, por isso ele tem uma leveza e uma suavidade impar.


Para Dom Juan Matus, sempre há dois caminhos: o caminho do ego e do self; da simplicidade e a complexidade; da fragmentação e da inteireza; da confusão e da harmonia; da sombra e da luz; do bem e do mal. Hás caminhos que gastamos energias infinitas e outros são levíssimos.



Para Roberto Crema, nenhum está errado, todo caminho leva a algum lugar, pois as experiências vividas são elementos basilares para a maturidade. Mas, somente um tem o coração, esse é o segredo.

Confúcio ensinava 'vá onde está o seu coração'. Siga em frente, não crie obstáculos para chegar ao seu coração, admitido que a bondade e o amor genuino podem brilhar livremente a partir de nosso coração. Permitindo que o sabor a bondade impregne nossa vida.

Inserida por andys2

Prefiro pensar que recomeços não se fazem possíveis sem as ferrugens pálidas de uma difícil escolha. Que este hoje, não me imponha o abrigo passivo de uma dúvida. Que me diga o tempo no mais breve ou distante amanhã da lúcida e refulgida coragem que tive.

Inserida por luverlymenezes

LÂMINAS DO SILÊNCIO

Indiscerníveis conceitos,
Vagas, pálidas palavras
E inválidas ideias,
Tudo, tudo se dissolve
Na ressonância do nada...

Diante da irreverência,
O uivo do não consenso
E a exiguidade de senso,
Sanciono a indiferença
E exibo o desprezo
Nas lâminas do silêncio!

Inserida por RMCardoso

Reencarnação.

O tempo não parou
Mas consigo ver ainda
Pálidas pegadas
Que deixei pela vida
Não marquei caminho
Para não voltar
Vivi, envelheci
Chorei, amei
Sem arrepender
Não sei se faria igual
Tudo de novo
Mais viver?
Sim!
Viveria novamente.

BCP 22/01/2017

Inserida por BCPRADO

Pálidas e sem graça elas deixam tudo cinza, qual a graça de um dia frio sem resquícios de saudade?

Inserida por Camila_A

⁠⁠Os sonhos do poeta se escondem entre as pálidas linhas do caderno,
em cada palavra registrada repousa soberano o sentimento do mundo.

Valnia Véras

Inserida por Valnia

⁠Flores Murchas

Desmaiadas na vida
Pálidas desabrochadas
As cores de partida
As pétalas cansadas
Ainda com viço
Afadigadas...

Murchas flores
Flores murchas
Tristes louvores
Versadas...

De perfume postiço
E as forças exiladas
Feitiço
Da existência traçadas
Do fado mortiço
De inevitáveis jornadas

Murchas flores
Flores murchas
Tristes louvores
Desenganadas...
Perfazendo o curso
Revoadas
Incurso...

Flores murchas
Murchas flores
Tristes louvores
Encantadas!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 dezembro, 2022, 18’52” – Araguari, MG
Versão musical para o poema “Flores Murchas”

Inserida por LucianoSpagnol

As folhas secas cansadas elaboram a dor na cor pálidas seu pigmentos abandonaram na envergadura do tempo
Quero agarra a verdade e colocá-la entre seus olhos no fundo da alma mais como?
E mesmo assim se o livre-arbítrio da escolha você não será minha; há escolha tudo dela

Ando sobre o loops temporais caminho na combustão do sol me ergo no nascimentos das estrondosas supernovas ( estrelas ) e tudo se resume nas escolhas de cada um
Se a proteção sou eu por que não posso fundir-la a mim?
Por que os sonhos vem da bolha dos cosmos?

Amada ousar me uma vez mais conheço seus olhos e sinto o que você vê sem como desejas a paz nas partículas do ouro
mas conheço o tempo e ele me aceita vem comigo sobre as nuvens

Por Charlanes Oliveira Santos ( Charles )

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