Paixao Perdida
Clamor da Alma a Adonai
Adonai,
Olho para dentro e me pergunto: quem sou eu?
Perdida, clamo por socorro,
esperando o sopro do Teu auxílio.
Anseio viver o verdadeiro sentido
desta breve passagem na terra.
Faço o que posso, mas às vezes
sinto que não fiz nada.
Os dias pesam como sombras longas.
Preciso da Tua mão que transforma,
pois minha realidade me aprisiona.
Conto os anos, contando forças para partir.
Ninguém vê a dor que carrego,
nem o labirinto onde me perco em mim mesma.
Nem eu sei explicar, nem compreender.
Às vezes, pareço viver apenas em sonho,
dormindo e acordando,
e o fardo cresce a cada amanhecer.
Sinto-me pequena e impotente,
mas Tu, Senhor Onipotente, és meu refúgio.
Sou um grão de areia no corpo que carrego.
Meu coração apertado,
minha mente um eco vazio,
ou um barulho que turva os sentidos.
Toma-me em Tuas mãos, modela-me,faz de mim o vaso que Sonhaste.
Ouve o choro contido da minha alma,assustada, retraída, sedenta do Teu socorro.
Neste vasto mundo, sou uma estranha,deslocada, sem lugar a pertencer.
Meu desejo é voar para as nuvens,
além do alcance, na imensidão do universo.
Na Tua glória descansarei,
No Teu abrigo repousarei,
E na Tua plenitude me encontrarei.
Com toda minha alma,
Ruthyanne
O Encantamento
A princípio, ele pensou que ela fosse Ariadne — uma ninfa perdida entre os mitos e as constelações. Pensou que sua mente fosse um milagre oculto dos deuses, uma peça rara entre os destroços do caos. Via nela o brilho do improvável, como se cada gesto carregasse um segredo antigo.
Mas com o passar dos dias, ela foi se revelando... comum.
Pessoa binária — presa na contemplação medíocre entre o sim e o não, entre o bem e o mal. Uma alma regida por manuais. Uma mulher como tantas.
E ainda assim, ele a desejava.
Não por aquilo que ela era, mas por aquilo que ele imaginava que poderia ser, se ela aceitasse se lançar com ele ao vazio. Ele queria a vertigem. Queria sair do chão com ela, voar — não sobre nuvens, mas sobre abismos. Queria perder-se e, no fundo da queda, encontrá-la.
Ele era um homem subterrâneo.
Habitava no silêncio, na contramão do tempo. Carregava na alma uma solidão antiga, quase mineral. Tinha feito do abismo seu ateliê, seu altar e sua casa. E nela enxergava a possibilidade de dança, de salvação, de ruína bela.
Queria levá-la para esse mundo, onde a arte não tem preço e os gestos não pedem permissão. Queria que ela ouvisse o som da vertigem, o canto obscuro que move os artistas quando amam.
Mas ela tinha sonhos —
Sonhos com raízes, não com asas.
Queria se casar, ter filhos, construir uma casa com varanda e cortinas. Queria um homem estável, domingos tranquilos e filhos com nomes decididos muito antes de nascerem.
— E se não houver futuro? — ele perguntou, numa madrugada em que ela falava de imóveis e certidões.
— Então a gente inventa um — ela disse, sorrindo como quem jamais compreendeu a pergunta.
Ela não o entendia.
Achava bonito o que ele dizia, como quem acha bonita a chuva ou a música triste — mas não desejava se molhar, nem chorar.
Ele queria que ela rasgasse o destino e ardessse com ele num fogo sem nome. Mas ela dizia:
— Você precisa crescer.
E ele sentia que era exatamente o oposto: precisava desaprender.
No fim, ela partiu.
E ele ficou — com a ausência dela, com a vertigem não vivida, e com a verdade que o tempo traz como um veneno lento:
não era ela quem havia sido pequena —
era ele quem havia sonhado grande demais.
Há quem queira me deixar louca
Primeiro ache minha sanidade
Perdida em alguma esquina
Bebendo com o juízo
Se eu pudesse voltar pros meus primeiros erros, eu abraçaria aquela versão perdida de mim e diria: vai passar... e você vai se tornar alguém incrível.
Diano,
Desde que você se foi, em 2016, parece que uma parte de mim ficou vazia, perdida. Não passa um dia sem que eu sinta sua falta, sem que eu pense em tudo que vivemos e no quanto você foi — e sempre será — o amor da minha vida.
Você me entendia como ninguém. Às vezes, acho que só você me entendia de verdade… só você conseguia me enxergar por inteiro, além de tudo, sem julgamentos, sem máscaras. Perto de você, eu podia ser quem eu realmente era.
Sinto tanta falta dos seus conselhos, do seu jeito único de me acalmar, da sua presença… Tem dias que eu só queria poder sonhar com você, nem que fosse por um segundo, só pra ouvir a sua voz de novo, pra sentir aquela força e aquele carinho que só você sabia me dar.
Você falava tanto do escuro, do onze e vinte… essas coisas ficaram marcadas em mim, como tatuagens invisíveis que nunca vão sair. O escuro agora é diferente, é mais frio, porque você não tá aqui…
Diano, meu melhor amigo, meu amor eterno, minha saudade infinita… você vai ser sempre lembrado, sempre amado, sempre presente na minha vida, mesmo que de outro jeito.
Até o dia em que a gente se encontre de novo, e você possa me aconselhar, rir comigo e me abraçar como antes.
Te amo pra sempre.
Minha vida está perdida
Já nem sei pra onde eu devo caminhar
E o meu tempo, eu sei, é pouco
É preciso, amor, lhe encontrar
O Clamor da Alma Perdida
A humanidade perece por falta de conhecimento. Nós nos iludimos com este mundo, nos afastamos de Ti, Senhor, por causa de prazeres efêmeros e desejos carnais. Preferimos viver nossas vontades, nossos próprios anseios.
Oh, Senhor, ajuda-nos a ver o Teu caminho! Ajuda-nos a seguir Tua vontade, que em nossa vida se faça o Teu querer, e em nosso coração, o Teu propósito. Que possamos, como Paulo, dizer: "Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim." Que assim se faça a Tua vontade.
O Quebra-Cabeça da Vida: Buscando a Peça Perdida
Em algum ponto entre o primeiro suspiro e o último olhar, nos tornamos viajantes de uma estrada que ninguém desenhou. Carregamos nomes, memórias e sonhos, sem nunca saber ao certo se somos aquilo que imaginamos ou apenas o reflexo do que nos disseram ser.
O tempo nos veste com a ilusão da permanência, mas tudo o que tocamos escapa entre os dedos, como água que nunca se prende. Corremos atrás de certezas, sem perceber que a vida é feita de perguntas. Construímos histórias e as chamamos de vida, sem questionar se, talvez, tudo seja apenas um teatro onde representamos no palco da existência.
Somos um instante dentro do infinito, uma faísca breve na vastidão da existência. E, ainda assim, acreditamos que somos o centro, que somos unidade. Mas talvez sejamos apenas peças de um quebra-cabeça, tentando montar uma peça única para voltar ao universo que nos observa e nos espera, sem pressa.
Amanheceu, e mais uma vez o sono não veio. Fiquei ali, olhando para o teto, perdida nos meus próprios pensamentos, tentando entender o que está acontecendo. Mas não há resposta, não há nada... Apenas um vazio que se espalha dentro de mim. As lágrimas caem, mas nem elas parecem carregar sentimento. É estranho sentir tanto e, ao mesmo tempo, não sentir nada.
Eu estou perdida, me vejo procurando você em todos os lugares.
Seus olhos, sorriso, seu cheiro…
Mas acontece, que esse jeito encantador só você tem, único de ver a vida, de me fazer sorrir e me sentir em casa.
Você é aquela calmaria, após a tempestade.
É aquele docinho, após o remedio amargo.
É aquele abraço apertado, após um dia cansativo.
Você é serenidade. Você é a calmaria.
Carta aberta aos meus filhos,
Vocês não sabem, mas;
- Chorei no banheiro, porque me senti perdida, sem rumo e preocupada com vocês;
- Deixei de comer muitas vezes, para que depois não faltasse comida para vocês;
- Todas as vezes que vocês fazem escolhas erradas, meu coração queima, eu choro e eu não posso fazer nada a não ser orar;
- Oro todos os dias para vocês, peço proteção, prosperidade e maturidade nas suas escolhas;
- Peço para que vocês tenham consciência de qualquer maldição familiar, e oro para que a história não se repita;
- Sei que algumas escolhas ou atitudes são somente uma fase, vocês estão crescendo;
- Oro para que as escolhas e atitudes ruins passem logo, e que vocês cresçam como ser humano e como Homens;
Sinto que vocês são grandes, e estão no caminho da evolução;
Tenho a impressão que vocês não se importam com a tristeza, e a aflição que as suas escolhas ruins causam no meu coração;
Mas a minha parte já fiz, e ainda na medida do possível faço;
Queria que vocês sentissem o meu coração, quando fico triste com as suas escolhas ruins;
Mas quem sou eu para se indignar ou ficar triste?
Sou aquela que carregou vocês nove meses no ventre;
Sou aquela que na maternidade se entregou, mergulhada em um conjunto de sensações, sentimentos, emoções e desespero;
Sou aquela que quando vocês eram pequenos, lutei sozinha como uma leoa para defender o meu ninho;
Sou aquela que chorou, sorriu, gritou, amamentou, sofreu, alimentou e cuidou;
Sou aquela que errou e acertou;
Eu sou apenas um ser humano, uma Mulher, uma mãe!
Perdida nos devaneios da vida, a solidão doe na alma, o peito chora e coração já não bate mais tão forte. Um dia , uma batalha, as vezes vence as vezes perde, mas segue pois o percurso é longo e a palavra desistir não existe no meu dicionário.
Perdida
Você realmente quer saber como me sinto?
Tudo bem, eu vou te contar.
Sinto como se eu não fosse nada. Acordo toda manhã para me sentir igual ao dia anterior. Estou exausta, estou perdida. Estou lutando com a vida.
Me sinto facilmente substituível e sempre deixada de lado, sinto como se nunca fosse a primeira escolha de ninguém. Porque eu sou sempre a segunda opção? Todos têm alguém que escolheriam antes de mim. Finalmente aceitei que não sou a pessoa favorita de ninguém.
Sinto como se tudo o que eu amo, simplesmente perco, seja uma pessoa ou um objeto. Às vezes me pergunto se eu realmente sou tão ruim, eu nunca estou feliz, sempre finjo, parece que acabo irritando as pessoas ao ponto de enjoarem e me substituírem. Parece que sempre às decepciono, cometo erros, sinto que realmente há algo de errado comigo, eu tento o meu máximo, mas nunca é o suficiente, eu não tenho ninguém e quando tenho eles sempre vão embora, me sinto um fracasso;
Me sinto como há 9 anos atrás, sentada embaixo do chuveiro no box de um apartamento vazio, sem ter para onde ir, sem querer ir e sem saber ir.
"E se eu estiver perdida..."
Talvez estar perdida não seja o fim, mas o início.
O início de uma travessia silenciosa entre quem eu era e quem estou me tornando.
Nem sempre o caminho é claro — mas às vezes, o que parece desorientação é só o convite da alma para desacelerar.
Para ouvir. Sentir.
E reaprender a confiar em mim.
É desconfortável não saber.
Mas é nesse não saber que mora a potência do recomeço.
Talvez o meu caminho agora não seja uma estrada reta.
Talvez seja um campo aberto, onde eu mesma vou plantar as pegadas.
E se eu estiver perdida…
Que seja no meio de mim mesma, me reencontrando.
Com amor, com verdade, com paciência.
Porque às vezes, o que parece caos é só a vida me ensinando a nascer de novo.
tempo e com os erros:
**Vidro Quebrado**
Nossa alma, como vidro sem direção,
Perdida na busca de um novo chão,
O tempo passa, e mal se nota,
Que o cristal da vida se despedaça, e aflora a dor na rota.
Caminhamos, sem saber,
Errando em passos, sem entender,
Os erros se acumulam, como cristais quebrados,
E o coração, por vezes, fica marcado.
Cada falha é uma rachadura,
Na estrutura da nossa alma, que se mistura
Com a dor e a saudade de quem fomos,
Mas a vida, em sua curva, nunca perdoa os gritos mudos.
O vidro da alma, em sua fragilidade,
Reflete a beleza e a crueldade,
Do amor, da perda, do passo incerto,
Onde o coração ainda busca um porto aberto.
E o que sobra depois do impacto,
São cacos que brilham, mas ao mesmo ato,
Mostram a dor e a superação,
De um ser humano que vive em reconstrução.
Ela não está perdida.
Ela vai ao ritmo certo, há passos leves há procura do melhor caminho para chegar no destino ainda não percorrido, mas já marcado.
Às vezes, acredito que somos todos apenas fragmentos de uma história de outras existências, perdidas no tempo.
O Mistério da Chave Perdida
João adorava explorar o sótão da casa da avó. Entre caixas empoeiradas e móveis antigos, ele encontrou uma chave dourada com detalhes misteriosos. Curioso, começou a procurar pelo que aquela chave poderia abrir.
Perguntou à avó, mas ela apenas sorriu e disse:
— Algumas respostas só aparecem para quem sabe observar.
João passou dias explorando a casa até que, ao limpar uma gaveta antiga, encontrou um pequeno baú de madeira. Seu coração acelerou. Com as mãos trêmulas, encaixou a chave na fechadura e, com um leve clique, o baú se abriu. Dentro, havia cartas antigas e uma foto da avó ainda jovem.
Ele olhou para ela, surpreso, e a avó explicou:
— São lembranças de um tempo especial. Algumas chaves não abrem apenas baús, mas também memórias.
João sorriu, entendendo que, às vezes, o maior tesouro são as histórias que carregamos.
Carregue consigo toda determinação possível, encontre a esperança perdida no mais íntimo do teu ser, acorde cada sonho adormecido, planeje para hoje sua vida e mire com fé, no horizonte que brilha a tua frente e seja feliz.
(Profª Lourdes Duarte
