Os Velhos Carlos Drummond de Andrade

⁠Lembranças da época de menino.

De pequeno queria um equino.

Seu desejo era visto passageiro.

Mas adulto apaixonou no arreio.

Cresceu sem viver oque amava.

Mas a paixão ele amamentava.

Já velho conheceu um amigo.

Este para ele muito querido.

Empático chamou e lhe ofereceu.

Um cavalo que agora seu.

Disse para que possa começar.

E aquela criança passou a chorar.

O envelhecido voltou ao passado.

A seu amigo disse obrigado.

O desejo de coração ardente.

Agora podia seguir em frente.

Aquela criança eu pude voltar.

E adiante seguirei a sonhar.

⁠Couro que foi preparado com gratidão.

Fibra que foi moldada com harmonização.

Aço que foi transformado com beleza.

Produto esbelto e de digna natureza.

Feita pela mão da maior paixão.

Ele disse ser seleiro por profissão.

Digno o homem que a criou.

Que nas minhas mãos me encantou.

Quando nesta peça decidi me subir.

Meu coração e alma pude sentir.

Bendito seja estes que amados seleiros.

Que nos dão luz como cavaleiros.

⁠No silêncio está a consciência, a consciência é eternidade, a eternidade é o Agora.

⁠Nem a mente, nem o corpo, nem o espírito anseiam por teoria ou conhecimento, mas sim por experiências reais.

⁠Só o exemplo é necessário, mais nada.
Os atos dizem!

- Como um faisão ao voar
Como um faisão ao voar;
Eu levo minha vida;
Bela e Exótica;⁠
Ao me calar;
Faço com que o restante cale-se;
As lágrimas de um faisão;
Onde estou?;
Senão;
no coração.

⁠Não consigo entender as estrelas do céu à noite.

⁠Eu não aguento
Eu lembro de um tempo
Onde eu não chorava
E acreditava no Para Sempre
Agora meu coração está queimando
Para iluminar uma noite
Estrelada.
A cada palavra que sai da tua boca
Me machuca
Como a ponta da lança
Que arde
Me perfura
Você deveria ter deixado do jeito que está
Do jeito que está
De uma forma ou de outra
Me machucará.
Porquê me ignoraste no momento em que mais precisei de ti.
Não estou desapontado por ter me traído
Mas por nunca mais poder voltar a acreditar em ti.
A ti me tento, para voltar a lhe amar
Mas o amor é o subjetivo
Eu amo, logo existo.
Meu último sentimento me fez sentir que nunca acreditaria de novo;
Mas quando a ti me machucou;
Eu senti algo diferente;
Logo me isolei;
Fui para as montanhas;
Meditei;
E assim decidi;
Tu é o pó de pólvora que incendeia meu coração a desejar mais por ti que nunca.

⁠O ódio é a praga que todos abominam quando convém.

⁠Minha vida é esperar dos outros o que não tenho.

⁠Tolerância na felicidade, vigia na tristeza e precaver-se na espera.

⁠Nós nos beijamos, a todo instante, na margem do rio de Nostradamus.

⁠É muito difícil lutar contra uma má reputação;
Tente ao máximo lutar para não tê-la, faça o que der para obter uma reputação de um tolo, mas a mente de um sábio.

⁠Procure me amar quando mais necessito, pois eu sou egocêntrico no amor e na solidão.

⁠Humano Demasiado Humano
O Humano
Quando é Machucado
Observa com solidão
Que ele é machucado por outro Humano.
É preciso ver além
Outros veem além do além
Mas o verdadeiro além
Está em olhar os verdadeiros pobres
Eles são a fonte de toda a felicidade no céu
Na terra
Nos mares e oceanos.
Os Humanos são demasiadamente Humanos
Pois veem o além na futilidade
Eles veem o forte no fraco
O velho no novo
E o idoso como um tosco.
Eu repito neste verso
Humano
Demasio
Humano.

⁠Toda lenda tem seus mitos, ora queremos ser perfeitos e imunes aos defeitos da vida.

⁠Psicopatia se têm cura, a abstenção do ser e a escolha.

⁠É necessário muitas vezes ter-se o inferno da vida, vivê-la um segundo mais é infinitamente difícil.

⁠Os prazeres da vida podem ser cruéis no papel, mas são infinitamente melhores quando invertemos os valores.

⁠É necessário grandiosidade para que nós nos auto assuma-se os erros da vida e com toda a certeza, cem por cento não alcançaram este fator.