Os Inocentes de uma Guerra
Em um mundo tão maquiado quanto o nosso não existe espaço para grandes verdades. Deixe suas fragilidades para o escuro do seu quarto ou quem sabe para um ombro sincero e de fato amigo, que goste de você. Para os demais, finja que você é feliz. Não tem pão? Coma bolo! Nossa! Maria Antonieta nunca esteve tão em voga como na atualidade. Você acha espantoso estarmos na era da depressão? Pois é, estamos afundando abraçados nesse sintoma coletivo, nessa praga, nesse câncer social, e sabe por quê? Porque nesse mundo, meu querido, não dá para ser diferente, é preciso se enquadrar. Nasceu com a cor errada? Azar o teu! Não tem o carro das argolinhas, que peninha... É baixinho, usa óculos, nunca foi o tal? Pergunte o que fazer ao Herbert Vianna, ele sacou muitas dessas coisas faz tempo. Melhor, leia Sêneca, Spinoza, Plutarco, repense a sua vida. Sempre existem duas opções, portanto escolha. Vai fingir ser o que você não é ou vai optar por você? Uma coisa eu garanto: Você vai pagar um alto preço de uma forma ou de outra, seja para aparentar o que você não é ou para bancar aquilo que você de fato é! Porque eu prefiro a segunda opção? Porque os que optam pela primeira já morreram faz tempo, só não descobriram isso ainda. Talvez já seja tarde para muitos ou como diria o nosso querido Guimarães Rosa, alguns já foram abatidos pela indigência intelectual. Game over.
Lígia Guerra
"(...) Disfarcei, respirei fundo, recobrei a serenidade como num piscar. Nessas horas, não importam as coisas que me amedrontam, nem os colos que me faltam. Visto uma armadura de não-sei-o-quê, engulo o tremor e calo a minha ingenuidade. Aperto você junto ao meu corpo como se quisesse voltar a colocá-lo dentro de mim. Sou seu porto-seguro porque assim tem que ser. Foi então que eu, pequena e uma só, cresci mais uma vez para acolher você com a força de um mundo."
É que a vida me mostrou que não vale a pena sofrer por ninguém, que não vale a pena chorar por ninguém , alias sofrimento é psicológico e nada dura pra sempre !
UM dia procurando uma solução para os problemas da vida, percebi que o maior o problema e ter que viver!!!
O que eu aprendi sobre o amor, filho, é que ele é feito de faltas e presenças. E que nenhuma das duas pode faltar. Aprendi que o amor é feito de liberdade. É como ter, todos os dias, muitas outras opções. E ainda assim fazer a mesma livre escolha.
São segredos bem guardados, verdades nunca antes ditas. São realidade e fantasia, são inalcansaveis poesias. São sonhos imposiveis.
O que seria?
O que seria dos olhos
se não podesem ver,
das mãos se não
podesem tocar
e dos ouvidos se
não podesem ouvir?
O que seria dos cheiros
se não podesemos senti-los?
O que seria dos espelhos se
não refletissem?
O que seria do sol
se não brilhase?
O que seria so céu
se não relampejase?
O que seria do musico
se não tocasse?
O que seria da bailarina
se não bailase?
O que seria so cantor
se não cantasse,
e do passáro se não voasse?
O que seria do dia
sem a noite,
do mar sem as estrelas?
O que seria da morte
sem a vida,
da chegada sem
a partida,sem despedida?
Então pergunto o que sera
de mim?
O que sera do amanha?
E se não amanhecer?
O que acontecera?
E se não acontecer?
E como vai ser?
Bem o que tiver que ser... sera!
Loucura!
A louca vontade de sumir
morrer desaparecer,
loucura: leve sentimento
no qual eu mergulho,
afundo e me orgulho
louca? eu? sim, e dai?
sabe as pessoas se escondem
se esquecem se apagam
deixam de ser elas mesmas
pra serem o que os outros querem
ou pensam eu nao vou seguir a maré
nao vou ser mais uma na multidão
sou original, sou unica, to aqui pra viver!
Viver e enlouquecer loucamente!
A reciprocidade é uma via de mão de dupla, independente do que seja dado e recebido. Assim sendo não pode funcionar como Um peso e duas medidas! É bom saber disso.
É, você conseguiu! Eu não vou mais bater na sua porta, não vou mais implorar por uma chance... verdadeiramente eu cansei! E nem dê risada, supondo que estou triste, pois quando digo que cansei, não é porque eu cansei de te procurar, de te encontrar. Eu cansei foi de VOCÊ; Eu cansei do teu olhar, da tua voz, do seu sorriso, do teu jeito! Eu não preciso mais do seu dó, da tua pena.. eu não quero mais saber de você. Ninguém morre de amor, acredite. Tenho uma vida pra viver. E pode ter certeza que você não estará presente nela, nem de passagem. Eu não vou viver de memórias, lembranças e significados. A minha vida é o agora.. eu não quero saber de absolutamente nada que tenha existido você. Não foi fácil, mas eu consegui. Te esqueci. E você? Me perdeu!
Desde pequena eu amo escrever à noite, nessa hora entro em contato com muitas emoções que no decorrer do dia não pude me dar ao luxo de aprofundar, vasculhar... A tristeza é uma delas. À noite, com o seu silêncio quase perturbador, posso ouvi-la melhor. É como se a tristeza pudesse me acariciar com mais intimidade, sem pudores. Refiro-me aqui não a tristeza vulgar das coisas que nos perturbam, dos problemas cotidianos, mas da tristeza criativa. Aquela que sussurra a inspiração quase gemida aos ouvidos, a tristeza criativa dos poetas. Parece insano gostar dela enquanto tantos a repudiam, mas o fato é que de alguma forma ela me invade com as suas inspirações. Em momentos assim posso sentir saudades do que perdi e daquilo que nunca tive, mas que em meus sonhos foram verdades vividas... Posso sentir, quase tocar a tristeza romântica que me inebria com promessas vãs... Uma tristeza amável, amiga, que me permite entender melhor a dor do mundo, a solidão das pessoas e a ouvir os sons da Terra que se move sob meus pés. É uma tristeza que só à noite me permite abraçar e entender. Coisa de maluco? Provavelmente, mas como criar sem um toque de insanidade? Como reinventar sem quebrar o convencional? Em uma sociedade que idolatra uma alegria forçada em outdoors, porque não brindar a tristeza em forma de poesia? Por que negar um sentimento que também nos ensina a sermos melhores, menos soberbos e mais intimistas? Um brinde à noite! Um brinde ao seu silêncio! Um brinde a tudo aquilo que aprendemos entre os nossos risos e as nossas tristezas, a tudo que nos constrói!
- Lígia Guerra -
“Aprendi que o amor é feito de liberdade,
é como ter todos os dias outras opções,
e ainda sim fazer a mesma escolha.”
"O que ela quer é falar de amor. Fazer cafuné, comprar presente, reservar hotel pra viagem, olhar estrela sem ter o que dizer. Quer tomar vinho e olhar nos olhos. Ela quer poder soprar o que mora dentro, o que não cabe, que voa inocente e suicida... (...). Quer cor e som, lembrança de ontem, sorriso no canto da boca. Ela quer dar bandeira. Quer a alegria besta de quem não tem juízo. O que ela quer é tão simples. Só que ela não é desse mundo."