Óbvio
Transcender o óbvio, o trivial e o normal é um ato de amor-próprio. Isso é tão subjetivo quanto o ar que respiramos e os caminhos que escolhemos seguir.
Em primeira instância costumamos perceber o óbvio na outra pessoa. Notamos a beleza física, o quanto os olhos são azuis, ou pretos. O ofato se atenta ao perfume 212 que exala pelos poros.
Em segunda instância, observamos a constância da alma, a serenidade e a verdade.
O que naquele primeiro momento parecia importante vai perdendo a relevância e o que mais interessa é o que se é, onde só quem enxerga além, consegue ver .
Nildinha Freitas
Está na cara!
Mas o óbvio... É muito, mas é muito difícil de enxergar.
Assim pensa o mundo carente de uma boa visão.
Não sou a favor da autonomia do Banco Central porque quem governa um país, por óbvio, são os governos, eleitos democraticamente pelo povo, não os bancos...
Eu acho curioso saber que o guarda-chuva não guarda chuvas. E é óbvio que eu não estou falando de proteção, mas de gratidão pela perfeição da chuva.
O óbvio é como um daqueles dias de trevas em que dialogamos com uma árvore para compreensão óbvia da árvore.
O orgulho tenta ofuscar o óbvio, mas não consegue porque o que é real tem mais valor que o fingimento.
Nem todos conseguem perceber o óbvio de escolher o correto e fazer o bem, nós seguimos em frente nos livrando das consequências dos perversos.
Um dia a pequena criança viu a nuvem e nela quis voar. Como doida pulava e obvio- jamais alcançaria . Resolveu formar com elas mil imagens que surgiam de sua fértil imaginação. Lá na amplidão azul mesclada de branco apareciam então mil carneirinhos, flores, dragões, barcos e monstros sem braços ...Depois esquecia de tudo e voltava a atenção aos pássaros que em revoadas passavam sobre sua cabeça no imenso jardim ou trilhas por onde andava. Com eles queria voar também e lógico não era possível, resolveu então vestir asas imaginárias e aos solavancos, descia rampas de gramados, achando-se uma sabiá. Até que rolou por uma ribanceira e feriu-se muito. Não desanimou, seus pés não se contentavam em andar apenas sobre o chão e vestiu asas de borboleta. Pelos prados sem fim, voava e ruflava, indo de flor em flor. Sabia todos os perfumes e texturas delas, mas um dia uma vespa predadora a quis pegar, ela perdeu uma das asas e caiu. Nunca mais voou e aos poucos morreu no jardim que amava. Não se deu por vencida, largou a fantasia de borboleta e virou vespa. Como essa, voava sem receio, apavorando borboletas, até que veio um pássaro e a comeu. A garotinha resolveu ser um pássaro e foi voando pertinho das nuvens e ali conseguiu por um instante tocá-las. Imaginou junto à nuvenzinha uma varinha de condão e como fada do faz de conta virou poeta para sempre.
Pela " amor " de alguém, um rio amazonas de lagrimas será secado, isso é obvio o que você não pode fazer é desperdiçar uma lagrima pela perda de seu amor próprio.
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