O Poeta e o Passarinho
Legado
Os poemas sempre ficam
São guardamos na emoção
Quem escreve os ratificam
No entendimento do coração
Quem os lê se transformam
E viram parte da narração...
É bom atravessar o fogo da aflição, pois nenhum herói da resistência é formado nas águas cômodas da falsa paz!
Observar a natureza e negar a existência de Seu Criador equivale a acreditar que as lindas melodias não tenham sido originadas de uma prévia alma compositora!
Insistir numa relação fracassada é tentar inutilmente aquecer o coração com um cobertor menor do que seu frio!
CIDADE SORRISO
Em minha memória, uma saudade
Dos tempos de outrora, um aviso
Daqui fui, aqui voltarei, realidade
Uma mineira cidade, cidade sorriso
Onde sempre fui, territorialidade
De minha alma, aqui sou indiviso...
Neste um universo, versa a beleza
Gente de minha história, de contos
Em um recital duma incrível pureza
Poesia nas velhas cadeiras, pontos
Seresteiros cheios de doce certeza
Nada ali é pequeno. São confrontos!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Quando eu conheci Jesus e lhe permiti reinar em mim, notei que todas as minhas filosofias eram sombras e simples afluentes, enquanto Ele era sol unido ao mar, aguardando-me de braços abertos!
Durante muito tempo escondi as minhas lágrimas. Hoje, mais maduro, percebo que de nenhuma delas devo me envergonhar!
Eu particularmente expresso respeito e admiração pela genialidade alheia, mantendo minha obsessão por originalidade!
As lacunas deixadas pela ausência da ética no caráter humano, serão sempre preenchidas por condenáveis inspirações!
Quando a tristeza tenta me arrancar de mim, eu recorro à liberdade do isolamento...e lá me reencontro!
Os olhos de quem ama nada veem além da predileção do coração. Assim também será impossível amar a Deus e ao mundo ao mesmo tempo!
Velha Lágrima
Solidão. Que mágoa na aurora!
Senso ao vento, paira pelos ares
Em suspiros, lágrima que chora
De antigos e buliçosos pesares.
Pulsa uma dor, deveras se sente
É tal tristura que no peito diviso
Versos, que de teu verso ausente
Vazios poéticos do teu doce sorriso.
Ah! Por que tu assim fizesses
Meu eu dum eterno teu escravo
Se outras eram minhas preces
E com o descaso fez conchavo?
Por que então ainda insiste
Nesta trama tão alvoroçada
Como quem ama, assim, triste
E com a alma fria e calada?
Se clamo ao infinito celeste
Por um olhar manso e sensível
Por que é que não me disseste
Palavras ao coração inteligível?
Se terrível, era a dor impiedosa
Me livra desta coroa de espinho
Se bom é ter-te em verso e prosa.
Por que deserto é o nosso ninho?
Porém, melhor a outra figura
De ter a sofreça em segredo
Do que conhecer a tal ventura
E deixá-la ao leu tão cedo...
Assim, então pouco a mim seria
Em pranto a face, de sua partida
Antes os desafetos que nos alivia
Do que fuçar na aberta ferida...
Tem pena de mim! Tem pena
Desta velha lágrima. Caridade!
A paixão não me é tão pequena,
Secará. Pois tanta é a saudade...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
