O Poeta e o Passarinho
Retrica e um app tão da hora que tirei uma foto comendo Miojo , mandei um efeito que virou Lasanha Mlk :v
OS MEUS VERSOS
Os meus versos não são meus!
São um fio delgadinho,
Mais fino que o fino linho,
Da inteligência de Deus!
Sou o espelho unicamente:
Colho a imagem fulgurante
de estrela, de sol ardente,
Milhões de léguas distante.
Como, no búzio, cantando
Vem o mar, seu cavo grito
Anda talvez silabando
Em mim a voz do Infinito.
A frágil haste do trigo
Vibrou ao passar o vento;
Sucede o mesmo comigo.
Sacode-me o pensamento.
Ando, às vezes, distraído
E a ideia sorrateira
Vem-me achar de que maneira!...
E quando os meus versos traço
E os assino, como autor,
Reconheço que não passo
De receptor-transmissor.
Surge na várzea rasteira
Seara em verde lençol;
E cresce e fica altaneira
E quem a ergueu foi o Sol.
Até ao fundo covil
Do coração mais lapuz
Chega o hálito de Abril,
Vai uma réstia de luz.
O que somos, nesta vida,
Nós o devemos a Alguém
E passamos, de corrida,
Do além para o Além.
Viseu, Março 1948
Solidão que passeia na alma
Divagando em minha alma esta a solidão,
Povoando os meus pensamentos esta você,
Que também é a dona do meu coração...
Como posso ser um,
Se a dor da minha alma é não te encontrar,
Ainda te esperando e sem me encontrar de jeito algum...
Esta solidão que me consome dia e noite é algo monstruoso,
Me faz seguir caminhos solitários,
Logo estou a me transformar em um ser penumbroso...
Noites sem dormir e dias sonhando acordado,
O medo de quando eu morrer você não esteja aqui,
Vivo sendo pela saudade todos os dias assombrado...
O que acalenta um pouca a minh’alma,
É a descoberta das rimas em meus versos,
Tiro a saudade e falo de amor, mostrando o poder das palavras...
Flanando agora em meus versos vem esta solidão,
Queria apenas fazer uns versos de amor,
Para aquela que longe está, e que é a dona do meu coração...
Por: Igor Barros
Mesmo se você for embora, eu vou te esperar, o mundo ainda tem muito a nos mostrar e eu quero estar com você para poder olhar.
Criança: Transforma um graveto em espada e quer salvar o mundo. Adulto: Transforma a realidade em martírio e se enforca com sua arrogância.
De que adianta eu insistir, se você não sentir?
Estamos assim,eu solitário,e você sozinha...
Tú és do tipo complicada e perfeitinha,
perfeita para chamar de minha...
Pense bem,quem sabe o poeta analfabeto
seja para você o cara certo,
aquele que pergunta todos os porquês
só pra te fazer feliz, da maneira que ele sempre quis..
A plenitude dos tempos, é a aurora e a quietude que se estende por todo o amahecer, do qual se agrava a cada rosto uma expressão diferente, assim entende-se como o poeta da vida nos ensina a crer
Despido de tudo, volto a mim.
Não trago malas, saudades ou angústias.
Depois de tanto que lutei para não fazer isto,
hoje cá estou.
Sem nada nas mãos.
Sem dores e amores.
Abro as portas da lembrança
E vejo, sem gosto, velhos móveis empoeirados.
Uma mesa ainda preparada para a ceia.
Um quadro com um rosto que insiste ser meu.
Na janela, cortinas amareladas se levantam com o vento.
E eu não sei se jogo o que restou ao vento ou corro atrás dele.
Ao centro de tudo, como uma assombração,
Um relógio badala.
Sem piedade, Sem rancor, sem medo.
Diante de tantas coisas antigas, ele, como uma maldição nunca para.
Entretanto, nunca limpa toda sujeira ao seu redor.
Lembro-me por que parti. Envolto por tudo, parto.
A Adélia Prado
A poesia me abandonou aos prantos.
A deixei no trem da saudade.
O mesmo que a trouxe até mim.
A caminho da estação, falou-me das flores
E como tão penas pedras me dizem das coisas.
As flores não eram mais flores,
Nem as pedras só pedras.
Foi formando dentro de mim
um vocábulo vazio
Que só a mim cabia a ela saber.
E me abandonando,
a poesia me fez poeta.
A Marcuo Feijó
Teus pés miúdos mal tocam o chão.
Tu vês as dores como quem mais nada enxerga.
Choras e deixa de observar a pétula
E achas que a vida não é mais que uma triste canção.
Deixa para trás toda a cidade,
Olha para os montes distantes
E quando teu espírito alcançar este horizonte,
Verás que as paixões não são mais que uma saudade.
Ciranda
O tempo me prega peças
Tal como me estende a vida.
Corre quando o procuro
E passa quando descanso.
Na rua ouço seus passos...
Miúdos...
Que passa de casa...
Em casa...
Risadas!
O tempo me prega peças
E quando sonho que ele aperta a cigarra.
E nessa ciranda das horas,
Os ponteiros me espetam,
Como o levantar das aves.
Asclepias umbellata
Não são os arranjos - são os detalhes.
É a distância da raiz até a planta.
É assistir o cair de cada folha
E pesar por cada vez que o vento balança.
Manter-se firme pelas vezes que o tempo voa.
E matar a saudade até onde o caule alcança.
Poesia dos títulos
Busquei do mundo
A explicação das coisas.
Se as flores, as nuvens,
Os bichos e os homens
Diriam de alguma forma quem sou.
As flores disseram que eu era vegetal.
Que eu brotava,
Criava raízes,
Depois secava, enrugado,
Mas deixando no ventre da terra tantas outras sementes
As nuvens reclamaram
Que eu criei deuses
E agora com eles,
os céus teriam que dividir.
Os bichos fugiram.
Cheguei então aos homens
Para perguntar-lhes
Sobre a fuga dos bichos.
O homem me olhou e friamente respondeu:
Por que tu és homem.
Desde então eu sou flor, nuvem, bicho...
Me sinto semente sempre que brota medo em mim.
Não sei bem quando larguei essa coisa de ser homem.
Mas sei que tem gente que nem saudade tem de ser humano.
Prefiro semente a ser mente.
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