O Mundo Inteiro Nao Vale o meu Lar

Aonde poderia refugiar-me, se não tivesse os queridos dias da minha juventude?

Pois bem, que é que o autor coloca nos seus livros? O que ele não é e gostaria de ser, como nos sonhos. Os livros são desejos recalcados, atos falhos.

O trabalho não é uma maldição, mas a labuta é.

A fatalidade não é senão aquilo que nós queremos.

Os ricos pretendem não se admirar com nada, e reconhecem, à primeira vista, numa obra bela o defeito que os dispensará da admiração, um sentimento vulgar.

Não sabes qual dos teus próximos influi mais em ti, mas seguramente não é aquele que tens mais perto e vês e ouves amiúde.

Como ao bem ocupado não há virtude que lhe falte, ao ocioso não há vício que não o acompanhe.

Quando não se tem imaginação morrer é pouca coisa, quando se tem, morrer é demasiado.

Conserva-se por muito tempo o primeiro amante, quando não se toma um segundo.

Todos esses caprichos filosóficos, a que se chamam deveres, não têm qualquer relação com a natureza.

Espírito é realidade dominada. O que se afasta da realidade não é espírito.

Aquele que apenas pensa nos deveres a cumprir quando lhos recordam, não é digno da menor estima.

Escrever é a única profissão em que ninguém é considerado ridículo se não ganhar dinheiro.

Um banco é um lugar que te empresta dinheiro se conseguires provar que não necessitas dele.

O espírito condena tudo o que não inveja.

Não há ofensa que não perdoamos, depois de nos termos vingado.

Não há coragem triste.

O homem: um milímetro acima do macaco quando não é um centímetro abaixo do porco.

Os mortos desconhecidos não viveram nunca.

O ignorante não é apenas um lastro, mas um perigo da embarcação social.