O Mundo Inteiro Nao Vale o meu Lar

Os grandes pensamentos não necessitam apenas de asas, mas também de algum veículo para aterrisar.

Há pessoas que estão sempre atribuindo às circunstâncias aquilo que são. Não acredito nas circunstâncias. As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram as circunstâncias de que precisam e, se não as encontram, as criam.

Não é sempre a mesma coisa ser um bom homem e ser um bom cidadão.

Há uma espécie de reciprocidade entre a necessidade e o objecto que a satisfará. Não penso em beber; mas este copo ao meu alcance dá-me sede. Tenho sede e imagino o copo de água delicioso.

Não há mal que não possa ser útil a alguém.

Quando um amigo está em uma situação difícil, não o aborreça perguntando se há algo que você possa fazer. Pense em algo apropriado e faça.

Não se descobrem novas terras sem se largar da vista a costa durante muito tempo.

O artista deve gostar da vida e mostrar-nos que ela é bonita. Se não fosse ele, duvidaríamos disso.

A genialidade, bem como a santidade, não se herda.

Um pessimista é uma pessoa que tem sempre razão mas não tira qualquer prazer desse fato, enquanto um otimista é aquele que imagina que o futuro é incerto.

Quem está em toda a parte, não está em parte alguma.

A autoridade não se consegue sem prestígio, nem o prestígio sem distanciamento.

O homem que não tem vida interior é escravo de seus arredores.

A SOMBRA SOU EU

A minha sombra sou eu,
ela não me segue,
eu estou na minha sombra
e não vou em mim.
Sombra de mim que recebo luz,
sombra atrelada ao que eu nasci,
distância imutável de minha sombra a mim,
toco-me e não me atinjo,
só sei dó que seria
se de minha sombra chegasse a mim.
Passa-se tudo em seguir-me
e finjo que sou eu que sigo,
finjo que sou eu que vou
e que não me persigo.
Faço por confundir a minha sombra comigo:
estou sempre às portas da vida,
sempre lá, sempre às portas de mim!

O amor-próprio dos tolos desculpa o das pessoas inteligentes, mas não o justifica.

Não é verdade que a morte é / o pior de todos os males; / é um alívio para os mortais / que estão cansados de sofrer.

O virtuoso não serve a música. Serve-se dela.

Aqueles que não precisam de trabalhar chamam o trabalho de virtude para enganar quem trabalha.

Não se pode pedir ao artista mais do que ele pode dar, nem ao crítico mais do que ele pode ver.

Existem pais estranhos, dos quais a vida inteira não parece ocupada senão em preparar razões para os filhos se consolarem pela morte deles.