O Homem que Nao se Contenta com pouco
Sob o esmaecer das luzes diárias, entre o declínio do sol e um pouco antes da ascensão do luar e de total escuridão, ali está ela, linda, admirável e surpreendente penumbra, a qual meu “lado sombrio” contempla e admira, uma espécie de retorno a mim mesmo, como diria Carl Gustav Jung (1875-1961) talvez ao que foi negado, reprimido ou ainda permanece desconhecido. Instintos que insisto em controlar. Um esconderijo, que mesmo reprimido ele volta a se manifestar.
Longe de mim usar desse momento que tanto me fascina para uma total depressão, mas com total respeito e amor por cada parte que aqui dentro se criou.
Acordei meio anestesiado e talvez um pouco desajeitado, mas com imensa vontade de acertar... Eé lutando, muita das vezes errando que vou aprendendo, qual o meu verdadeiro lugar e onde devo estar!
Daqui a pouco saio do aconchego do Iracema para viver novas experiências; quem tem compromisso comunitário vive o processo natural segundo suas convicções filosóficas.
Uma vida, tão pouco é
que com o pouco tempo
vivemos sem tempo
para que um dia podermos
desfrutar de um bom tempo
que na verdade é um momento
depois de muito tempo chegou
e se foi em pouco tempo
vendemos nosso tempo
compramos tempo
e no final do nosso tempo
levamos conosco
breves momentos
Quando mais jovem era pouco apegado as coisas, pessoas, memórias. O torpor da juventude às vezes nos permite certas ignorâncias. Nada era digno de ser lembrado, nem todo mundo era tão especial assim. As coisas mudavam rápido demais e não havia tempo para me conectar a elas, e acho que nem mesmo queria me conectar a algo. Pelo menos não me lembro de questões como essas brincarem com meus pensamentos. Quando se é jovem o tempo parece quase infinito. Não lhe faltarão coisas ou pessoas. Quem tinha tempo para o apego na época em que nada era estático. A voz outrora fina, mal equalizada.
E cresci completamente alheio, mas se engana quem acha que assim fiquei. O sentimento que tenho ao notar que cresci é o medo, o medo do fim, por que o fracasso é o destino final de todas as coisas.
Percebi esse novo apego em casa, sozinho. Na bagunça do meu quarto encontrei tantas coisas, eu em todas elas. No simples ato de dobrar minhas roupas desenterrava memórias. Como no dia em que encontrei minha melhor amiga na praça, usava essa mesma camisa listrada. Por um breve momento senti seu cheiro, escutei o barulho da sua risada e por mais que houvesse tantas outras roupas como aquela, a minha seria única no mundo.
Com o tempo, sobretudo nos últimos meses, venho descobrindo que não há problema algum no apego, muito pelo contrário, encontrei grandes preciosidades depois que me aceitei apegado. Quando se envelhece e o tempo já não soa infinito, percebe-se que a história das coisas é o que as torna especial. Então, se não há a que se apegar, é porque não houve o quê viver!
"Persista um pouco mais. Muitas vezes, a gente alcança nossos objetivos e ultrapassa a meta nos últimos dias do mês."
Já trabalhei muito para ver o meu resultado através dos outros, hoje trabalho pouco, e me sinto mais feliz em ver o resultado dos outros através de mim.
O nosso mundinho particular, com todas as coisas que gostamos, vai se desfazendo pouco a pouco. De repente, a gente olha para trás e não vê quase nada, nem os anos 80 nem os 90, nem o Chico Anísio, nem o Jô Soares, e nem mesmo o que éramos, nem mesmo os nossos pais. A gente vai morrendo aos poucos, sem perceber.
Amor e respeito é o que eu peso para o dia nesse momento, um pouco de reflexão... Já que nos falta sentimentos;
Que possamos encontrar a paz, sermos mais humanos e buscarmos evoluir ainda mais;
Falar com Deus para iluminar o que não mais brilha, mas para acalentar a quem me empresta a atenção um maravilhoso BOM DIA!
DE TUDO UM POUCO
Sou um pouco de tudo
Um pouco do nada
O que aparece
Estou à disposição.
Do barulho me isolo
No sussurro me esmoreço
No silencio me encontro
Na música um seresteiro.
Das joias um garimpeiro
Da família um entusiasta
Na dança um folião
No mar um marinheiro.
Na casa sou acolhido
Pelos filhos eu padeço
Com a esposa eu renasço
No amor sempre um começo.
UM POUCO DO QUE SENTI
Muitos anos eu já vivi
E pouco da vida aprendi
De criança tudo já esqueci
Da adolescência apenas o que perdi.
Hoje com 6.5 anos me conscientizei
E nada, nada ignorei
Pensamento nas palavras soltas ao vento
E no peito a dor com sentimento.
Tenho cicatrizes do passado
E ferida ainda não curadas
Passo o tempo me iludindo
Achando que tudo fosse ajustar.
Em ter amigos atencioso comigo
E também com outro qualquer
Seria como ver o sol nascer
E se pôr ao entardecer.
Quando somente um lado,
aceita o passado do outro,
é pouco provável que essa relação
vá para frente.
Cheguei a entender como os animais agem, andei com eles e aprendi pouco a pouco como deveria me comportar.
Tirei a máscara e voltei para o Laboratório do Inferno.
O mundo, nós, eu, ligações comigo atrações no postigo, que alto ficou e abre tão pouco, no topo de um banco, empoleirado, o menino tentava ver o futuro. Não via, mas sentia um ardente formigueiro que o dirigia aos esses, cortando dicas, regras quem sabe a atenção de quem não ouvia, e por aí passou, caiu, surgiu melancolia, sem abelhas ovelhas bactérias e nada lia.
O mundo está cheio de pessoas falando muito do pouco que entendem sobre quase nada para outras que quase nada entendem do pouco que ouvem sobre o muito que existe para aprender. E acaba ficando tudo aparentemente bem!
Prefiro-me assim…
Sinto-me ridiculamente ingênua
- isso é bom!
Um pouco inebriante, talvez
e reconforta-me saber que estou num berço esplêndido
numa pureza de sentidos
preparada para acolher o novo e a novidade
ao mesmo tempo que tenho algo de mim.
Não sou pura nem mesmo pureza
mas reconheço-me como abençoada
pelo dom da ingenuidade!
Uma ingenuidade pulsante e bela
que sempre faz-me crer de novo
e de novo
e de novo
em algo e em alguém que mostra-se disponível para encantar-me.
Ser ingênua também torna-me confiante.
Não apenas nos outros, mas principalmente em mim…
Os que enganam (e os que querem enganar)
são os verdadeiros e ridículos tolos
Eu? Eu sou ingênua
Apenas ingênua e confiante demais
para temer os que me querem mal…
