O Dificil Facilitador do Verbo Ouvir
CONJECTURAS SOBRE AMOR E PERDÃO
O maior erro do ser humano é conjugar o verbo amar no passado, e acreditar que reatar um relacionamento é sinônimo de retrocesso na vida.
Perdoar não significa assumir uma fraqueza ou dependência, e sim admitir que não é impassível!
Passamos a vida em busca da felicidade que na maioria das vezes está bem perto, na simplicidade de momentos que deixamos passar por acreditar em paixões idealizadas.
Perde-se tempo em curvas escorregadias que não levam a lugar algum, esse tempo é cobrado pela sombra da inquisitória solidão, espraia-se o orgulho... E lá se vai o tempo, e mais tempo, até perceber que a mais pura ignorância é considerar-se autossuficiente por medo de viver uma frustração.
É nesse momento que devemos deixar de lado a carapaça, levando em conta tudo que aprendemos com doridas quedas, nos vestir de humildade e abraçar com todas as forças aquela que pode ser a última oportunidade de compreender a importante missão do amor.
Amar é um verbo que deveria ser conjugado apenas na primeira pessoa do plural. Mas é sempre singular e nada recíproco.
É com esgar de esfomeado que me ponho a saborear vorazmente o verbo. A carne minha que do escrever depende. Do viver insólito, do morrer mais insólito ainda. O que era não mais é, o que será talvez já seja. Eu não sei. Nunca vi. Se vivo, amo. Se amo, desfaço. Se desfaço, refaço uma vez mais e assim, amo novamente. O ciclo de minha vida é acíclico. Mutante, mutável. Amável, entrementes. Ouço o risco do lápis no papel, dançando ao compasso de minhas mãos gélidas, deixando palavras vulneráveis, passiveis de serem apagadas. Que se apaguem. A mesma fome do verbo que me fustiga agora é a mesma que me fará escrever tudo de novo, viver tudo de novo, e ainda assim, viver tudo diferente.
SEMENTES ESTRELARES
Somos tal quais fragmentadas estrelas
Evoluindo eternamente
Do verbo ao espírito
Do fogo ao corpo
Do caos ao Amor
Somos criaturas sagradas
Vivificadas pelo Amor de Deus
Ardendo em dúvida,
perdendo o foco por vez
para no final reconhecer
o bem do amor e da vida
Diante de tanto Amor Divino
figimos ser já adultos
Mas sempre seremos crianças
numa ciranda,
entre o ser e o Eterno
Aprendemos a andar
a sobreviver
a sonhar
a amar
a voar ...
Estamos aprendendo a aceitar
a verdade que nunca poderá ser provada
por aqueles que buscam fórmulas mirabolantes
para transcrever o Amor Divino
Jesus provou, e não precisou utilizar dos conhecimentos humanos
Ele por si foi a prova que Deus olha pelos filhinhos
Estamos crescendo mas não para virar adultos
Mas sim para sermos eternas crianças nos braços do Criador
Eu vou sempre
acreditar no verso.
O verso é assim,
transige o verbo.
Você é o verbo do verso que
há em mim:
amor.
... Vivemos num inconstante estado, não há veracidade nas auto-definicões utilizando o verbo Ser...
O POETA E O VERBO AMAR...
O amor que a poesia ilustra
O poeta é o figurante do verbo amar
Um dia foi bater à porta do céu
Conversar com Criador
Por favor, Senhor
Tire a venda dos olhos de gente feia
Com aparência de bonita
Abra a porta da felicidade, retirando as lágrimas dos olhos de quem grita
São pequenos sussurros que ecoam do outro lado do mundo
Sente a palidez dos rostos desfigurados
Seria este o amor que o poeta escreve?
Ou a perda de um amado
Fugitivo que se esconde num recanto feito um pássaro alado...
O poeta vislumbra o belo
O amado, o esfomeado, o desesperado, o alucinado...
Sem esquecer que há o luar, sem amar
Há vida, sem sentido
Há repouso, sem sono
Uma lição que vem dos firmamentos...
Em forma de bênção ou de assossego...
O poeta conjuga o verbo amar
Em que ama o abstrato
Sem toques e mágicas
Vem d’alma este Amor
Nas entrelinhas que escreve.
Sente que há amor em cada linha escrita
Um amor perfumado
Que exala entre seus dedos e da própria vida
Este é dom mais sublime que há
Amar, amando o Amor que há de ser eterno...
Nas linhas que o lápis dança a valsa do escritor...
Conjuntado o verbo em busca do Amor...
Onde iremos?
A vida é feita,
De sorrisos e asneiras,
É conjugada,
No verbo presente,
Mas nunca foi presenteada,
Onde podemos ver é dádiva,
Onde andamos é direito de orgulho,
Os que moram colhem frutos,
E os que partem deixam lágrimas,
Nosso refúgio e fortaleza,
Esta na beirada preste a se jogar,
Uma dor a saciar,
Eu sou meu refugio e minha fortaleza,
Nos iremos para onde fomos reservados,
É o destino,
Nao podemos muda-lo.