O Amor Nao Morre apenas Adormece
A Cruz e o Silêncio
Na tarde que se deita sobre o mundo,
o silêncio pesa mais que a pedra do sepulcro.
Há um homem suspenso entre o céu e a terra,
e o seu corpo é a ponte entre o abismo e o eterno.
Sexta-feira, dia sem cor,
em que o sangue se torna verbo
e o madeiro, altar de um sacrifício antigo
como o tempo que nos escapa dos dedos.
Não é a dor que nos salva —
é o amor que aceita a dor
sem exigir resposta,
sem exigir justiça.
Cristo não grita contra os pregos,
não amaldiçoa os que o erguem ao vento:
olha-os como quem compreende
que só o amor cego pode ver o mundo claro.
E morre, não como quem perde,
mas como quem entrega.
Entrega-se ao Pai,
entrega-se ao silêncio,
entrega-se a nós.
A cruz, então, já não é castigo,
mas espelho:
e nele vemos o que somos
quando deixamos de fingir.
Na Sexta-feira Santa,
não se celebra a morte,
mas a entrega.
Não se chora o fim,
mas o princípio escondido na última palavra:
“Está consumado.”
E o mundo, suspenso com Ele,
aguarda o terceiro dia
em que a pedra será rolada
e o silêncio se fará luz.
Entre a desordem do mundo e a lucidez do delírio, habita-me uma inquietude serena — feita de silêncios abissais e epifanias tardias. Sou vestígio de estrela em queda, mas insisto em reacender o cosmo dentro do peito.
Vivemos a vida em passos apressados, carregando no peito heranças que nem sempre reconhecemos — marcas invisíveis de gerações passadas, hábitos, crenças, medos e desejos que se perpetuam em silêncio. A cada dia, repetimos padrões, trilhamos caminhos que muitas vezes não escolhemos de forma consciente. Alimentamos egos e vaidades, como se fossem combustíveis indispensáveis, quando na verdade são apenas máscaras que nos afastam da essência.
Estamos, quase sempre, adormecidos dentro de nós mesmos. Agimos, reagimos, buscamos... mas buscamos o quê? Reconhecimento? Controle? Segurança? Esquecemos que a única realidade que temos é o agora. Não o que passou, nem o que ainda não chegou. A vida acontece no instante presente — sutil, frágil, mas real.
Refletir sobre a vida é, antes de tudo, um chamado ao despertar. É perceber que existe beleza no simples, no silêncio, no abraço, no olhar sincero. É se libertar, pouco a pouco, das ilusões que nos impedem de viver com leveza e verdade. Quando deixamos de lado o ruído do ego, começamos a escutar a voz da alma — e ela nos convida a viver o que realmente importa: o amor, a presença, o instante.
“O pensamento é a centelha invisível que habita a consciência — intocável, imaterial, e ainda assim, capaz de moldar a realidade com a força do que sonhamos, tememos e acreditamos.”
Nina Lee Magalhães
Fracasso: Um professor dando aula pra um aluno. Se pegar o aprendizado é show, do contrário vai repetir de ano.
Perfeito!
"A saudade é como a água: na medida certa, nutre; em excesso ou falta, machuca. O amor, porém, é o rio onde os sonhos se banham sem medo."
"Talvez nos encontremos novamente, mas será como olhar para um espelho quebrado. Os pedaços refletirão fragmentos de quem fomos, mas a imagem completa nunca mais será a mesma. O tempo nos transforma, nos molda e nos reescreve. E embora possamos encontrar novamente os mesmos caminhos, nunca mais seremos os mesmos."
A florada de outono.
Ah! Aquela flor, dentre todas foi a mais especial, com um aroma sem igual.
Quando não vejo ela dentre todas as outras, sinto um diferencial, diferencial que eu chamaria de algo sem igual, como uma coisa que me deixa passando mal, que, ao mesmo tempo faz-me sentir um líquido lacrimal.
Lembro-me de seu rosto perto do meu, de seus braços me aquecendo como uma mãe acaricia sua vida. Quando ela se foi, senti-me num breu e ao momento que fui percebendo dei-me conta que nada passou de uma lembrança atrevida.
Se fosse para eu descrever ela, diria que seria uma margarida, como daquelas que não vemos em qualquer lugar, afinal, ela carrega aquele aroma sem igual, lembrando-me sempre que quando não a vejo, dói me a ferida.
Neste momento, estou a lembrar-me deste grande amor, que por não tê-la dito o que eu sentia, deixei a ir. Quando me lembro do que deixei acontecer, só consigo sentir dor, porque afinal de contas, não é todo dia que perdemos uma flor que estava por florescer, essa flor só pode receber um nome, Amor.
Oração da noite - Ele vive!
Neste dia de luz e vida, celebramos com alegria a Tua ressurreição!
Tu venceste a morte, abriste para nós as portas da eternidade
e nos deste um novo sentido para viver.
Renova em nossos corações a fé,
fortalece nossa esperança,
e ensina-nos a viver como testemunhas do Teu amor.
Que a alegria da Tua vitória nos acompanhe hoje e sempre,
e que saibamos levar ao mundo a certeza de que Tu vives!
Amém.
Nova semana, nova vida
Após a luz do Domingo de Páscoa, iniciamos uma nova semana com o coração renovado.
A ressurreição de Jesus não foi o fim de uma história foi o começo de uma vida nova. E assim também é para nós: cada segunda-feira, cada novo dia, é uma oportunidade de recomeçar, de viver com mais fé, mais amor e mais propósito.
Que nesta semana, você se lembre de que a esperança venceu, que a luz superou as trevas, e que nada é impossível para quem crê.
Caminhe com coragem. Ame com intensidade. Viva com gratidão.
Porque Ele vive e isso muda tudo.
Feliz semana!
FRAQUEZA (soneto)
Se de novo à minha porta bater a ilusão
sorrateira, repetitiva, para o meu amor
hei de dizer-lhe toda a minha decepção
e o meu furor, como um gládio vingador
Já não instiga o fascínio da imaginação
cândida, pois outrora, sagaz foi a dor
dilacerante, fatiando a minha emoção
agora letarga, tal uma desfalecida flor
Mas, ai! há sussurro leve pela janela
d’alma, suspirando que nunca é tarde
pávido, enfrento-a, isto tudo é balela!
Oscilo... Vacilo... E sôfrego... perdido,
afrouxo ao coração como um covarde.
Pois amor pro amar nunca é esquecido.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 abril, 2025, 17’34” – Araguari, MG
