Nunca Diga que Ama uma Pessoa

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Amar de verdade é esquecer um pouquinho de si mesmo. Se você já se esqueceu num cantinho como uma criança de rua, carente por causa do amor, não se culpe. Você só mostrou, ainda que seja difícil mostrar alguma coisa nesse mundo de aparências, falsidades e medos, que você tem coragem para amar. Parabéns, mas chega. Se não houver troca, chega, porque amar sozinho é solitário demais, abandono demais, e você está nessa vida para evoluir, não para sofrer.

Sentou-se para descansar e em breve fazia de conta que ela era uma mulher azul porque o crepúsculo mais tarde talvez fosse azul, faz de conta que fiava com fios de ouro as sensações, faz de conta que a infância era hoje e prateada de brinquedos, faz de conta que uma veia não se abrira e faz de conta que dela não estava em silêncio alvíssimo escorrendo sangue escarlate, e que ela não estivesse pálida de morte mas isso fazia de conta que estava mesmo de verdade, precisava no meio do faz de conta falar a verdade de pedra opaca para que contrastasse com o faz de conta verde-cintilante, faz de conta que amava e era amada, faz de conta que não precisava morrer de saudade, faz de conta que estava deitada na palma transparente da mão de Deus, não Lóri mas o seu nome secreto que ela por enquanto ainda não podia usufruir, faz de conta que vivia e não que estivesse morrendo pois viver afinal não passava de se aproximar cada vez mais da morte, faz de conta que ela não ficava de braços caídos de perplexidade quando os fios de ouro que fiava se embaraçavam e ela não sabia desfazer o fino fio frio, faz de conta que ela era sábia bastante para desfazer os nós de corda de marinheiro que lhe atavam os pulsos, faz de conta que tinha um cesto de pérolas só para olhar a cor da lua pois ela era lunar, faz de conta que ela fechasse os olhos e seres amados surgissem quando abrisse os olhos úmidos de gratidão, faz de conta que tudo o que tinha não era faz de conta, faz de conta que se descontraía o peito e uma luz douradíssima e leve a guiava por uma floresta de açudes mudos e de tranquilas mortalidades, faz de conta que ela não era lunar, faz de conta que ela não estava chorando por dentro – pois agora mansamente, embora de olhos secos, o coração estava molhado; ela saíra agora da voracidade de viver. Lembrou-se de escrever a Ulisses contando o que se passara, mas nada se passara dizível em palavras escritas ou faladas, era bom aquele sistema que Ulisses inventara: o que não soubesse ou não pudesse dizer, escreveria e lhe daria o papel mudamente – mas dessa vez não havia sequer o que contar.

Clarice Lispector
Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Uma mulher não deve sequer olhar
para um homem que não é capaz
de fazer o mínimo para estar ao seu lado.

Quem sabe apenas sua parte sobre uma questão, nada sabe sobre ela.

A foto é literalmente uma emanação do referente. De um corpo real, que estava lá, partiram radiações que vêm me atingir, a mim, que estou aqui; pouco importa a duração da transmissão; a foto do ser desaparecido vem me tocar como os raios retardados de uma estrela. Uma espécie de vínculo umbilical liga a meu olhar o corpo da coisa fotografada: a luz, embora impalpável, é aqui um meio carnal, uma pele que partilho com aquele ou aquela que foi fotografado.

Tem uma coisa que ninguém sabe: Meu coração vai continuar sendo dele, mesmo que o tempo passe.

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito do amor da sua vida.

Ponha uma pedra pesada em cima dos julgamentos de quem não se importa contigo e siga em paz o teu caminho. Deus te fez em beleza, obra prima de Suas Mãos. Diante disto, o que mais importa? Ser feliz, em paz, em gratidão, em harmonia... e surdo... a tudo que não constrói.

sou uma mulher mais ou menos
abandonada
um pouco me dou o direito
um pouco aconteceu assim

às vezes cansa ser independente
hoje me sustente não me deixe me alimente
quero alguém para pentear meus cabelos

sou uma mulher mais ou menos maltratada
um pouco por descuido
um pouco por querer
gosto da impressão esfomeada
às vezes cansa ser milionária
quero sair das páginas dos jornais
hoje me adote me faça um carinho deboche
me ponha no colo e abotoe minha blusa
me faça dormir e sonhar com o mocinho

sou uma mulher mais ou menos alucinada
um pouco foi o acaso
um pouco é exagero
hoje me expulse se irrite me bata
diga abracadabra e me faça sumir
às vezes cansa ser louca demais
mas gosto do medo que sentem
de se envolver com uma mulher assim
hoje quero alguém mais ou menos
apaixonado por mim

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Poesia Reunida. Porto Alegre: L&PM, 1999.

Uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim.

Caio Fernando Abreu
Cartas: Caio Fernando Abreu. Florianópolis: HB, 2016.

A neve cai. Há uma mulher nua no meu quarto. Os olhos pousados na carpete cor de vinho. Tem dezoito anos. E os seus cabelos são lisos. Não fala o idioma de Montreal. Não se quer sentar. Não parece ter a pele arrepiada. Ficamos os dois a ouvir a tempestade.

Uma criança só pode aprender quando se nutre, come, e não quando está cheia de parasitas.

É uma resposta simples pra uma pergunta simples: Você vem?

É preciso rebolar para atrair uma multidão. Se eu só ficasse lá parado, cantando, sem me mexer, as pessoas diriam que poderiam ficar em casa, ouvindo os meus discos. É preciso montar um show para as pessoas.

Elvis Presley

Nota: Em entrevista

Preciso olhar para uma caveira num anel, se tenho uma no rosto?

O que te deixa vulgar não é uma roupa curta. Vulgar é ter o cérebro do tamanho de um shorts e achar isso bonito.

Ele, a quem eu nada podia dar senão minha sinceridade, ele passou a ser uma acusação de minha pobreza.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Os grandes amigos.

...Mais

E, então, você sabe como tocar uma mulher?...
Sabe como ela gosta de ser tocada?
Tem alguma ideia do quanto ela anseia
que você à toque do jeito que ela sempre quis,
do jeito que ela sempre sonhou?...

Diga-me, você já sentiu a alma dela ardendo
enquanto você à olhava?
Percebeu naquele gesto contido
o calor e a doçura de seus mais íntimos sentimentos?
Você percebeu como ela ama quando você traz ela pra perto,
e lhe beija a boca como se fosse o último beijo?

Você vai tocá-la do jeito que ela deseja?
Vai tocá-la do jeito que ela merece?...
Enfim... Você sabe como tocar uma mulher?...

Eu o amo. Não porque ele é bonito ou porque é rico. Preferia que não fosse nem uma coisa nem outra. Assim o abismo entre nós seria um pouquinho menor… Porque ele ainda seria a pessoa mais adorável, altruísta, inteligente e decente que já conheci. É evidente que eu o amo. É tão difícil entender isso?

As pessoas fazem um grande estardalhaço sobre o amor pessoal. Não precisa se uma coisa tão grande. Igual a viver - as pessoas fazem um grande estardalhaço sobre isso também.

Andy Warhol
WARHOL, A., The Philosophy of Andy Warhol: (From A to B and Back Again), 1975

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