Nós dois

Para conseguir a amizade de uma pessoa digna é preciso desenvolvermos em nós mesmos as qualidades que naquela admiramos.

Se matamos uma pessoa somos assassinos. Se matamos milhões de homens, celebram-nos como heróis.

A nossa maior glória não reside no fato de nunca cairmos, mas sim em levantarmo-nos sempre depois de cada queda.

Para quê preocuparmo-nos com a morte? A vida tem tantos problemas que temos de resolver primeiro.

Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito.

Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.

Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem.

Esta consciência, que faz de todos nós covardes.

O destino baralha as cartas, e nós jogamos.

A felicidade de um amigo deleita-nos. Enriquece-nos. Não nos tira nada. Caso a amizade sofra com isso, é porque não existe.

A alegria que se tem em pensar e aprender faz-nos pensar e aprender ainda mais.

Não se odeia quando pouco se preza, odeia-se só o que está à nossa altura ou é superior a nós.

Amar é cansar-se de estar só: é uma covardia portanto, e uma traição a nós próprios (importa soberanamente que não amemos).

Concedei-nos, Senhor, serenidade necessária, para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para distinguirmos umas das outras.

A infelicidade tem isto de bom: faz-nos conhecer os verdadeiros amigos.

Todos nós nascemos originais e morremos cópias.

Todas as paixões nos levam a cometer erros, mas o amor faz-nos cometer os mais ridículos.

Seja como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas.

O passado e o futuro parecem-nos sempre melhores; o presente, sempre pior.

Para o trabalho que gostamos, levantamo-nos cedo e fazêmo-lo com alegria.