Noites Traiçoeiras
Noites serenas,
poesia cantada à capela.
Desejo entoado em mantras
que ecoam no ventre das trevas.
Sorriso apagado.
Um momento de autoflagelo.
É o espelho da alma exaltando
as escaras de um mundo ébrio.
Alvorada. Desvairado disco.
Mais um equilibrista caminhando
na luz e na escuridão.
Eu não resisto ao seu olhar de mistério, meu desejo grita, se liga, eu levo a sério!
O nosso universo, esse nosso elo, nossa dimensão, nosso mundo paralelo!
Se o nascer do Sol de novas possibilidades for sedutor o suficiente para te guiar por caminhos incertos e tortuosos, descanse ao pôr do sol do discernimento, por noites precisas, aprecie a reflexão da lua cheia de planos. E, ao raiar do novo dia, em uma lua nova da reorganização do trajeto planejado, trace a exemplo do navegador GPS, nova rota, e siga até a plenitude almejada.
E não perca tempo neste trajeto se perguntando aonde se perdeu? Ou quão estúpida(o) foi ao deixar se levar por emoções ínfimas.
Lembre-se, que na escola da vida, somos aprendizes.
E caminhos incertos, tortos ou retos, são lições que precisamos recapitular neste aprendizado.
E neste sentido, sigo reprogrAmando, sem arrependimento, sem lamento e sem tormento.
Sigo sabendo que todo caminho tem volta. Mesmo que na volta não encontraremos a bagagem que deixamos. E que se perde sem volta, o conteúdo da confiança e cumplicidade, do afeto, desejo e respeito.
Dias pesados
Noites de tormenta
Sorriso forçado
Sou levada pelo tempo.
Onde me perdi?
A areia que pesa meus passos
não é a mesma que massageava os meus pés.
O vento que embaraça meus cabelos
não é o mesmo que acariciava a minha pele.
Não vejo nada!
Tudo é vazio e deserto.
Senhor, onde foi que me perdi?
Pó De Estrelas!
Eram
em noites
estreladas assim...
Que eu buscava
pó de estrelas,
para dourar os
meus sonhos.
Gostava de vê-los
brilhando como um
céu aqui na terra!
Das noites mal dormidas
Dos dias mal vividos
Das chances que desperdicei contigo
Dos sorrisos que poderia ter tido
Confesso que tenho tentado ao extremo lutar contra esses pensamentos estúpidos que habitam no meu cérebro.
Você não sabe, moço, mas há uma grande tempestade de paranoias em minha cabeça, que eu teimo em fazer de companhia durante minhas noites vazias.
Há momentos que me canso desse marasmo barato que chamo de coração. Sei lá, talvez seria melhor se eu não colocasse essa pitada de sentimentos.
Não quero justificar meus erros. Sou uma pecadora. E por mais que eu tente explicar, só eu sei realmente quem sou. Não sou santa e muito menos vítima.
Observo com cautela as pessoas, o mundo, tudo, mas de nada falo. Me calo, mesmo quando proferem palavras contra mim, mesmo tendo uma resposta na ponta da língua e pronta para ser lançada.
Eu só preciso me livrar de mim, deixar de ser a boba, a tola e a quem sempre deixa ser decepcionada.
E todas as noites, homens e mulheres, teimam em entrar no porão da alma,
onde só há quinquilharia: promessas vencidas, confiança quebrada e magoas empoeiradas.
As noites não servem para ficarmos dormindos e sonhando e sim ficar contente por mas um dia de vitòria e se não for acreditar que no de amanhã serà.
Que o nosso sol interior possa sempre estar brilhando e nos aquecendo, mesmo nas noites frias e sombrias
Você pode chorar suas tristezas todas as noites, mas jamais deixá las derrubar teu sorriso de todas as manhãs.
Despedida
Quando já não estiver aqui
e acaso alguém perguntar...
Diga-lhe...
Que deixei a vida
me levar por outros caminhos...
Sem sequer me preocupar
aonde chegar. E se por acaso
alguém que goste de mim...
Insistir, diga:
Com muito carinho, daquele
jeitinho que eu fui embora para não vê
chorar quem decerto todas
as noites por ti clama.
E nesta despedida meu grito
paira no ar para jamais machucar
quem realmente me ama.
Este luto que carrego nas sombras do meu coração, não cansa de chorar, nem de sofrer, mas este silêncio vazio me acalma nas noites de sábado...
VAGA IDOSO, FILA PREFERENCIAL
Quando é que se sente velho?
Quando se pára de sonhar
A noite passa a ser dia
No dia as horas são vazias
Os remédios já são tantos
Comparações te entristecem
A memória desobedece
O humor já será um espanto
Os amigos serão mais raros
Os interesses mais estranhos
Então é hora de mudar !!
Virar o jogo de repente
Viver a vida plenamente
Conquistar nova jovelhitude
Olha para frente, que tem gente
Abraçar suas conquistas
Ser velho, mas feliz e contente.
Ainda que a vida insista em me vestir de mortalha,
rasguei as minhas vestes mortuárias.
O fantasma que impiedosamente me perseguia,
Transformei-o em camarada.
Não mais fico encolhida nos cantos da casa,
Não mais calo o grito que me sufocava...
Grito todos os gritos que calava.
As minhas noites escuras transformei-as em claro dia,
São de júbilo as minhas antigas noites de agonia.
Beijo a boca que ansiava,
Deixei de ser carne, hoje, sou navalha:
Escrevo!
Nossa existência é dada pelo tempo. Se por um instante eliminássemos tudo o que nos controla e todas as marcações de tempo existentes. O que aconteceria ?. Vamos imaginar além. Se não existissem números, nem dias e nem noites, minutos, horas, meses ou anos. Se não pudéssemos medir o tempo. O que sobraria ?. É difícil nos situarmos sem o auxilio de um relógio, sem uma cronologia. Mas se nada disso existisse a única coisa que sobraria seria esse exato instante, o que chamamos de "agora". Sendo assim o passado seria agora e o futuro também. Nossas memórias tão vivas em nossa mente acabaram de acontecer. Nem passado, nem futuro. Apenas consciência.
Em noites de insônia não fico olhando para o teto. Pego a caneta e o papel e expando meu dialeto. Sou esperto, durmo de olho aberto, com atenção nas atitudes de quem se acha esperto.
