Noite Escura
Está uma maldita noite escura.
Não sei se é sonho ou é real, mas eu sinto você aqui.
Onde fica a sua mente enquanto penso em você?
Aonde você está enquanto eu não estou?
Um anjo não cai duas vezes no mesmo lugar.
Se você me perder não me encontrará de novo e se eu te esquecer talvez eu me perca de mim.
Portanto, continue aqui.
Eu sou todo seu esta noite.
” Em uma noite escura onde não havia uma situação adequada para algo tão inexplicável, coincidência ou algo motivado pelo destino inimaginável.
Nos seus olhos vejo verdade, nos seus lábios sinceridade, no coração uma ferida e situações parecidas, alguém que luta pela vida e traz alegria com seu jeito que pouco conheço, mas em quem reconheço que está a ganhar o meu coração. Então entrego ao destino e confio na emoção em permitir novamente viver e intensamente me envolver, em um sentimento que transmite alegria com paz para o meu ser.”
Chama da Esperança
Na vastidão da noite escura,
uma luz de esperança reluz,
Nas sombras que a lua procura,
a chama do sonho seduz.
Luzes é Sombra
Assim como o sussurro do suspiro,
Em uma noite escura,
A lua me inspira,
Nas asas dos sonhos, alço voo, rumo à realidade dura.
No início, o encontro foi como uma faísca em uma noite escura, uma conexão instantânea, tão poderosa que os dois se perderam na intensidade do momento. Ele e ela se tornaram viciados um no outro desde aquela primeira ligação, uma dependência tão forte que parecia transcender qualquer explicação lógica. Como o vício em crack, eles se encontravam ansiando pela presença um do outro, cada segundo longe se transformando em uma tortura insuportável. Cada conexão, cada palavra compartilhada, era como uma dose de felicidade, alimentando a chama da paixão que queimava dentro deles. E quando estavam separados, a fissura se tornava quase insuportável, uma sensação de vazio que só podia ser preenchida quando estavam juntos novamente. Como dois ímãs irresistivelmente atraídos um pelo outro, eles sabiam que seus destinos estavam entrelaçados de uma maneira que nenhuma energia negativa poderia quebrar.
Hoje eu vou fazer barulho pela madrugada
Rasgar a noite escura como um lampião
Vou fazer seresta na sua calçada
Eu vou fazer misérias com seu coração
Se o dia é claro ou a noite escura,
Se a tempestade quiser me afogar,
Ainda assim, minha alma proclama:
Santo és Tu, vem me guiar!
" ESCURA "
Foi longa, de minh'alma, a noite escura
a caminhar sem rumo, no deserto,
sem ver um horizonte ali por perto
que desse-me, pra todo o mal, a cura!
De sombras, caminhei, todo coberto
sem mais sentir em mim calor, ternura,
e fui me adoecendo em desventura
sem mais saber o que era errado ou certo.
Tremenda escuridão… Noites sem fim…
Não via mais uma esperança, enfim!
Deixei-me amedrontar por tal engodo…
E, d’alma, a noite escura fez-me ver
que não havia nada o que temer…
Comigo estavas, Tu, o tempo todo!
Lá tinha
pernilongos
noite escura
um certo frio
lá tinha também
vento fresco
estrelas no céu
boa companhia e cobertor
lá tinha
latinhas
e um fogo para esquentar coisas
que só o coração pode explicar...
OS ABUTRES
Voluptuavam e voavam em rasantes de dia,
Como morcegos errantes na noite escura...
Pareciam falos sem testículos por companhia,
A poisarem no largo da minha freguesia,
Como aviões sem asas ou abreviatura.
Tinham enfiadas roupas de boa cagança.
Aquela tentação de pelo hábito conquistar
O que o monge não conseguiu na esperança
De querer despi-lo, para um bom defecar.
Purguem-se, dejetem rijo ou de soltura, vilanagem!
Ó abutres ceguinhos, cofres podres com dinheiro,
Prefiro uma tosca foto do demónio sem imagem,
Que sentir o execrável perfume do vosso cheiro!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 30-07-2023)
NA NOITE
Era noite escura,
Tudo invitava ao descanso,
Até o rugido do mar era manso,
Convidando ao remanso.
Nisto, o chiar de pneus no asfalto,
Como um grito alto
Na noite serena e pura
Toda silêncio de negrura.
Gritos e bebedeiras loucas na noite.
Músicas tolas debitadas às paletes,
Que mais pareciam um açoite
Nos ouvidos, como foguetes
Estourando nas retretes.
Era uma discoteca na estrada,
Urros de animais grotescos,
No rebentar de fluidos
Dos possuídos
De duas patas quixotescos.
E a noite ia avançando
A chorar pelo seu descanso,
Já em maré de balanço.
Lembrou-se então,
Com emoção,
Dos tempos
De outros tempos,
Que era a dona do serão.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 31-10-2023)
