Nao tenho o Direito de Magoar Ninguem

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Ninguem é tão sábio que não tenha algo pra aprender e nem tão tolo que não tenha algo pra ensinar

Fresta

Em meus momentos escuros
Em que em mim não há ninguém,
E tudo é névoas e muros
Quanto a vida dá ou tem,

Se, um instante, erguendo a fronte
De onde em mim sou aterrado,
Vejo o longínquo horizonte
Cheio de sol posto ou nado

Revivo, existo, conheço,
E, ainda que seja ilusão
O exterior em que me esqueço,
Nada mais quero nem peço.
Entrego-lhe o coração.

Se sou estrela, foi o público que me fez estrela, não o estúdio nem ninguém em particular, mas o público.

Ninguém poderá jamais aperfeiçoar-se,
se não tiver o mundo como mestre.
A experiência se adquire na prática.

Ninguém vai ao Pai se não for levado por mim.

Essa noite eu quero ir mais além, eu não devo nada pra ninguém. Vamos dar um tempo pra nós dois que a saudade vem melhor depois...

Não, não quero mais gostar de ninguém porque dói. Não suporto mais nenhuma morte de ninguém que me é caro.
Meu mundo é feito de pessoas que são as minhas - e eu não posso perdê-las sem me perder.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica As dores da sobrevivência: sérgio porto.

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Que a arte me aponte uma resposta mesmo que ela mesma não saiba
E que ninguém a tente complicar, pois é preciso simplicidade pra fazê-la florescer

Não devemos lutar contra a opinião de ninguém, mas pensar que, caso tentemos dissuadi-lo de todos os absurdos em que acredita, chegaremos à idade de Matusalém sem ter terminado.

Não falo pelo outros, só falo por mim. Ninguém vai-me dizer o que sentir.

Sempre só. Eu vivo procurando alguém que sofra como eu também, mas não consigo achar ninguém.

Mas nunca persigas, não atrapalhes, não desconsideres, não menosprezes e nem prejudiques ninguém, porque sofrer é muito diferente de fazer sofrer e a dívida é sempre uma carga dolorosa para quem a contraiu.

Nunca viram ninguém triste?
Por que não me deixam em paz?
As guerras são tão tristes,
E não tem nada demais!

Ninguém gosta de ser metido a besta ou a moralista. Eu também não gosto. No entanto, já não era a mesma coisa, nem em meu coração, nem em meu espírito. Quando uma antiga amizade não se refaz por completo, é na cabeça que a gente sente mais. Mas de que servem estas palavras? A coisa toda era muito mais complicada do que eu pude imaginar e jamais conseguirei explicá-la direito.

Já não me preocupo se eu não sei por que, às vezes o que eu vejo quase ninguém vê, eu sei que você sabe quase sem querer que eu quero o mesmo que você...

Deus, me ajuda, eu procuro em todo lugar e não acho ninguém para amar.

Não quero mais mudar ou fantasiar ninguém. Quer saber, deixa o mundo ser como é.

Enquanto você não for o suficiente pra si mesma, ninguém também poderá te completar.

Não tenho certeza de nada, mas a visão das estrelas me faz sonhar.

Vincent van Gogh

Nota: Trecho de carta para Theo van Gogh, escrita em 9 de julho de 1888.

Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore (?) e até a flor,
eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
como se o meu ser participasse de todos os homens,
incompletamente de cada (?),
por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço.

Fernando Pessoa
Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação. Lisboa: Ática. 1966. p. 93