Não quero Alguém que Tenha outro Alguém
Vemos sempre no outro um avesso de nós mesmos. Sendo assim, o que vale para mim é tão somente o 'meu direito'.
Nenhum deles é melhor que o outro
Tenho quatro animais de estimação, uns são carentes demais, outros precisam de atenção, um se sente sozinho no mundo, outro é tão fofo que você ama de primeira. Abri meu coração para os pets, chorei sua dor, desabafei em sua causa, fiz o bem a mim mesma e a eles (mais a mim).
Eu não fico atrelando sentimentos aos atos mais banais de dois gatos e dois cachorros, meu amor é forte, calmo, maduro, talvez o amor não devesse ser assim tão protetor, tão incondicional, talvez você esteja coberto de razão quando se tem animais a gente fica mais equilibrada, vê tudo com naturalidade, perde o limite das forças.
É impossível entender as mulheres que amam bichos, eles vêm em primeiro lugar, a gente fica de cara boa só por eles existirem, mesmo eu que já fiz de tudo nessa vida, eles não nos roubam a feminilidade, não faz nosso coração doer, não devasta nossa vida e nem se preocupam com a cor das suas unhas.
Eu quero um homem que os trate bem, os respeitem, um homem que não fica com fisionomia tensa toda vez que um deles chega perto, não me venha olhar meu bichos com ar de superioridade que tanto me irrita, não me venha com julgamentos que preciso de pets porque sou solteira e sem família.
Nada de cochichar que minha casa tem muitos pelos, nada de olhar a casa com aquele olhar inquisidor de poderia ser mais clean, não volto atrás, quando se ama de verdade não se volta atrás.
Meu bichos não são robotizado ou estereotipados, são agradáveis em quaisquer circunstâncias, quando saio de casa sempre me deparo com a falta de noticias que acaba sendo um sinal de que nada grave aconteceu e que eles estão bem.
Deslembro da era antes de bichos, não sinto culpa em tê-los adotados por mais que alguns pretendentes queiram que eu escolha entre eles e os bichinhos, nada era tão bom sem eles, também não tenho arrependimento algum, aliás no topo da minha lista de exigências está um homem que ama e respeita os animais.
Que várias pessoas me ouçam, eu odeio aquele carinha de “odeio gatos, amo cachorros”, odeio aquelas atitudes que a pessoa já vai pedindo perdão porque detesta animais, odeio ouvir as entrelinhas de que meus bichos não são meus filhos, que os dou mais atenção que eles merecem.
Coitada! Nunca está satisfeita, adotou um, depois o segundo, levou o terceiro para casa e agora com quatro, é o que dizem alguns, outros dizendo que curo minhas amarguras com bichos. Eu me sinto tão bem resolvida para ouvir esses discursos que associam amar pets com carência. Discordo, mas fazer o quê, cada um pensa como quer, eu que não vou gastar meu precioso tempo explicando sentimentos. Aliás como disse aí em cima sou uma moça muito equilibrada.
Tenho mil reclamações e queixas de como é complicado viver com pets, são xixis e cocôs fora do lugar, são passeios diários matutinos e vespertinos quando às vezes estamos sem um pingo de vontade, brigas entre eles, mas nunca reavaliei minhas escolhas porque o amor que sinto por ele faz com que eu supere suas imperfeições e eu supero a minha preguiça em amá-los de vez em quando.
Sou mãe de bichos nos moldes tradicionais, eles não tem roupinhas no calor infernal de minha cidade seria um sacrilégio, eles não usam frufrus, a criação é na base da ração, carinho, amor, caixa de areia e higienização, hora do banho é hora de careta, eu fico até descrente, pois um dos meus gatinhos ama banho.
Com eles os dias não são todos iguais, preciso sair correndo para comprar a ração que acabou, preciso ensiná-los a ficar de boca fechada para não incomodar os vizinhos, sei adivinhar pensamentos do que eles querem e necessitam, astral murcho com eles não existe mais. Tudo preenche, tudo se resolve.
O saguão do prédio fica cheio de crianças apinhadas para acariciá-los, perco preciosos minutos conversando com estranhos que elogiam meus dois cachorros sem raça definida, não há um único dia que eu não pense ou me preocupe com eles, para mim eles estão sempre bonitos, são sempre simpáticos e cada dia isso me atrai.
Os bichinhos nos ajudam a enfrentar sofrimentos e tentar manter nossa vida de pé, são bem-apessoados em serem ombros amigos, cabe a eles sentir que não estamos bem quando ninguém notou, cabe a eles me acordar com miados e latidos quando a preguiça nos dominou. Todos têm lugares únicos em meu coração e não há preferência.
Quando olhamos além de nossas janelas nos deparamos com tantas situações difíceis vividas pelas pessoas. Então refletimos sobre nossas vidas e percebemos que temos muito além do que realmente precisamos, que somos felizes e que devemos somente agradecer!
#obrigadaDeus
#eusoufeliz
Somos viciados em dar respostas e soluções!
Respostas e soluções...
Para as angústias do outro
Para os relacionamentos do outro
Para os sentimentos do outro
Para as dores do outro...
Soluções que nem sempre
Os servem
Os cabem
Os calçam os pés
Talvez a melhor solução, a melhor resposta seja o silêncio e a tentativa de buscar ouvir esse outro, desabitado de nossas pré concepções e desnudo das histórias que “nos servem”.
O outro é o outro! Os caminhos que caminham são diferentes dos nossos...
Não sabemos o que nos espera do outro lado do oceano!
Mas a decisão é nossa, ficar apenas olhando ou cruzar os mares para descobrir?
Da um passo de FÉ!
Essencialmente distorcido
Olho para o outro e vejo nele aquilo que essencialmente sou. Nem mais, nem menos. Costumamos nos espelhar naquilo que mais tememos.
A porta que você precisa, sempre estará fechada.. Porém, Jesus sempre estará do outro lado esperando você bater!
Você nunca poderá mudar o outro. Você pode sim estar ao seu lado, apoiá-lo... mas a mudança é uma escolha pessoal!
Sobre expectativas.
Não é raro nos percebermos esperando...
Um gesto, uma palavra, uma defesa ou um reconhecimento.
Criamos lindas fantasias sobre como o outro deveria ser, sobre os valores que deveria ter, ou sobre as belezas que deveria apreciar. Quanto mais ao outro amamos, mais dele esperamos.
Pois amar, é ansiar pelo amor do outro, e por isso tantas vezes ao outro endereçamos as carências embrulhadas em mimos e presentes.
Nesta doce ciranda, sempre haverá um pedaço amargo, um espaço não preenchido, não correspondido, que assim pode ser lido como não-amado.
O desafio é construir amores, consciente do espaço amargo, com falhas na correspondência, mas que por respeito às diferenças, sabedoria dos limites, amaremos o outro com o reconhecimento de um espaço que não pode ser amado.
