Nao Mereco esse Amor
O que tem me mantido vivo hoje é a ilusão ou a esperança dessa coisa, "esse lugar confuso", o Amor um dia. E de repente te proíbem isso. Eu tenho me sentido muito mal vendo minha capacidade de amar sendo destroçada, proibida, impedida.
É esse o efeito das existências esvaziadas, a vida é a viagem, a idéia é o itinerário. Sem itinerário, pára-se. Perdido o alvo, morre a força.
Ollha aqui, esse show, essa pequena amostra, uma amostra compacta de alguns rocks, no tempo de 50, nos primordios, mas eu vou incluir um meu aqui, que pediram, é o rock das aranhas. Bom, vocês sabem, que existe, um dicionário, que saiu agora, chamdo 'dicionario da censura', o dicionario da censura é o seguinte: todo compositor brasileiro tem aobrigação dereceber um dicionario dessa grossura, com todas as palavras proibidas. Inclusive, uma palvra proibida, eu não sei porque, éé, povo, gente, universidade... escola, não pode se falar disso em música, inclusive pintou apalvra aranha depois de mim... eu fui o percursor da aranha... depois de Deus.
Esse é o pior dos mundos possíveis. Com todas as suas variantes e diferenças, com toda a sua multiplicidade, durante o seu desenvolvimento, a realidade íntima do mundo e do homem é sempre a mesma vontade onipotente; a própria história é sempre a repetição do mesmo acontecimento sob aparências diversas: a vontade de viver determinado o sofrimento como condição humana: Viver é sofrer.
Continuo sentindo tudo o que sentia, mas já sem procurar lógica para esse sentimento atrofiante. Sigo triste, mas menos catastrófica.
APERTO NO PEITO
É o aperto no peito. É esse aperto no peito. Esse é o sinal. Passaste toda a vida a ignorá-lo, a passar por cima dele, como se não tivesse importância. Como se ele não fizesse parte de ti. Como se não fosse a tua alma a gritar, a chamar.
Sempre que fazias algo que te provocava esse aperto, sempre que decidias algo, escolhias algo, pensavas em algo que te provocava esse aperto no peito, achavas estranho, mas… seguias em frente. «A vida é para ser vivida», pensavas.
Esse aperto não te parava, não te detinha, não fazia com que revisses as tuas posições. Não fazia com que atrasasses o caminho, ao menos até saberes do que se tratava. Não. Isto já passa. É ansiedade. É depressão. Vou tomar alguma coisa, isto já passa.
Mas o aperto não passou. Até que te habituaste a viver com ele, a conviver com ele. Até que ele passou a fazer parte de ti. Passaste a achar que era natural, viver era assim, a vida era assim. E a tua alma, que anda a gritar, a pedir socorro, a pedir ajuda, só sabe falar contigo dessa maneira. Através de um aperto no peito.
E ao desprezares esse mal, estás a desprezar a tua alma. E ela precisa tanto de ti… Precisa da tua atenção, do teu respeito e do teu discernimento. Precisa do teu caminho, da tua astúcia e da tua inteligência. Não para a maltratares, excluíres e para fingires que ela não existe. Não para a rejeitares, para lhe faltares ao rigor e para a modificares. Não.
Ela precisa de ti para seres quem és, verdadeiramente e livremente. Precisa da tua sabedoria para se manifestar. E precisa da tua escolha para aceder à luz.
Esse é nosso mundo, o que é demais nunca é o bastante, a primeira vez é sempre a última chance, ninguém vê onde chegamos, os assassinos estão livres, nós não estamos...
AH! É difícil achar esse trilho de Deus em meio à vida que levamos, na embrutecida monotonia de uma era de cegueira espiritual, com sua arquitetura, seus negócios, sua política e seus homens! Como não haveria de ser eu um Lobo da Estepe e um mísero eremita em meio de um mundo de cujos objetivos não compartilho, cuja alegria não me diz respeito! Não consigo permanecer por muito tempo num teatro ou num cinema. Mal posso ler um jornal, raramente leio um livro moderno. Não sei que prazeres e alegrias levam as pessoas a trens e hotéis superlotados, aos cafés abarrotados, com sua música sufocante e vulgar, aos bares e espetáculos de variedades, às Feiras Mundiais, aos Corsos. Não entendo nem compartilho essas alegrias, embora estejam ao meu alcance, pelas quais milhares de outros tantos anseiam. Por outro lado, o que se passa comigo nos meus raros momentos de júbilo, aquilo que para mim é felicidade e vida e êxtase e exaltação, procura-o o mundo em geral nas obras de ficção; na vida parece-lhe absurdo. E, de fato, se o mundo tem razão, se essa música dos cafés, essas diversões em massa e esses tipos americanizados que se satisfazem com tão pouco têm razão, então estou errado, estou louco. Sou, na verdade, o Lobo da Estepe, como me digo tantas vezes – aquele animal extraviado que não encontra abrigo nem alegria nem alimento num mundo que lhe é estranho e incompreensível.
(P. 26 do livro O Lobo da Estepe)
O Universo pode ter um objetivo, mas nada que nós sabemos sugere que, se for assim, esse objetivo tenha qualquer semelhança com o nosso.
É que quando a gente pensa positivo, a gente acaba tomando atitudes que vão possibilitar esse futuro que a gente deseja.
Mas esse ano fui uma menina boazinha e resolvi resgatar o 0,1% de crença que ainda existe em mim e te fazer esse pedido. Eu acredito, Papai Noel. Eu acredito no amor. Coisa que tá muito mais difícil de acreditar do que num velho fazedor de brinquedo e seus viadinhos sobrevoando nossas cabeças.
Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar
Esse primeiro calor ainda fresco trazia: tudo. Apenas isso, e indiviso: tudo.
E tudo era muito para um coração de repente enfraquecido que só suportava o menos, só podia querer o pouco aos poucos.
Eu amei esse quadro da primeira vez que o vi. Amei a ideia de um homem solitário em luta contra a morte.
Longe de ser uma entidade fechada em si, toda obra de arte que merece esse nome passa a existir no contato com o receptor, e renasce a cada nova interação com um novo espectador ou ouvinte. A fruição artística é, na verdade um diálogo.
Diante dela, senti esse desejo de viver que renasce em nós cada vez que tomamos consciência, de novo, da beleza e da felicidade. Sempre esquecemos que elas são individuais e, substituindo-as em nosso espírito por um tipo convencional formado de uma espécie de média dos diversos rostos que nos agradam, entre os prazeres que conhecemos, temos apenas imagens abstratas, vaporosas e insossas, pois lhes falta precisamente esse caráter de novidade, diverso do que já conhecemos, esse caráter que é próprio da beleza e da felicidade. E lançamos sobre a vida um julgamento pessimista que consideramos justo, pois acreditamos ter levado em conta a beleza e a felicidade, quando as omitimos, substituindo-as por sínteses onde não há sequer um átomo delas.(À Sombra Das Moças Em Flor).
Esse homem é o soldado armado com a espada e eu sou o soldado armado com a pena... Mas eu triunfarei onde Napoleão foi derrotado, pois conquistarei o mundo.
