Nao me Deixa te Odiar

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Cada um deixa a vida como se tivesse acabado de começá-la.

Deixa-se de ser jovem quando se compreende que de nada serve contar uma dor.

Tudo o que é incompreensível, nem por isso deixa de existir.

A melhor maneira de responder a um mau argumento é deixá-lo continuar.

Até mesmo para quem passou toda uma vida no mar, chega uma idade em que se deixa a embarcação.

É impressionante como as pessoas ganham de você no golfe depois que você deixa de ser presidente.

Quando o amante está distante, mais quente se faz o desejo; / o hábito deixa o amado fastidioso.

O poder deixa-nos tal como somos e apenas engrandece os grandes.

A maior grosseria que se pode fazer a um homem que roubou a tua mulher é deixá-la para ele.

O que realmente deixa um homem lisonjeado é o fato de você o considerar digno de adulação.

Broca no bambu
deixa furos de flauta.
O vento faz música.

O falar é um efeito natural; / mas, de um modo ou de outro, a natureza deixa o homem / escolher aquele que mais lhe agrada.

Se tens conhecimento, deixa que as outras pessoas acendam as suas velas na tua.

Diz a tua palavra e segue o teu caminho, e deixa que a roam até ao osso.

Odiar é punir-se a si mesmo.

Estaria em crer que a glória de perdoar aos nossos inimigos valia bem a honra de os odiar para sempre.

Odeio o modo como você mexe em seus cabelos e reclama que eles estão uma baderna. Odeio o modo como fala comigo de modo despercebido e desligado. Odeio o modo como você finge não me notar, ou até mesmo me ignora quando o assunto acaba. Odeio te sentir tão perto, quando, na verdade, você está longe demais. Odeio querer te abraçar, dormir e acordar abraçando um bicho de pelúcia ou meu travesseiro, imaginando ser você. Odeio quando você aparece em meus sonhos, pois quando acordo sorrindo e não te vejo aqui, a tristeza diz “olá”, e tudo perde a cor. Odeio quando você fala de como foi seu dia mas esquece de perguntar como foi o meu, ou não demonstra interesse sobre as coisas que eu falo. Odeio os seus vícios, que fazem com que eu me vicie mais em você. Odeio sentir sua falta e saber que você não sente a minha. Odeio sentir ciúmes de você. Odeio o modo como você me ilude e depois me esquece. Odeio quando me sinto um peso na sua vida. Odeio tanta coisa, sabe? Mas, eu odeio, principalmente, não conseguir te odiar, nem por um instante sequer…

Amiga

Deixa-me ser a tua amiga, amor,
A tua amiga só, já que não queres
Que pelo teu amor seja a melhor
A mais triste de todas as mulheres.

Que só, de ti, me venha magoa e dor
O que me importa a mim? O que quiseres
É sempre um sonho bom! Seja o que for,
Bendito sejas tu por mo dizeres!

Beijá-me as mãos, amor, devagarinho...
Como se os dois nascêssemos irmãos,
Aves cantando, ao sol, no mesmo ninho...

Beija-mas bem!... Que fantasia louca
Guardar assim, fechados, nestas mãos,
Os beijos que sonhei pra minha boca!

Passado
Antes o voo da ave, que passa e não deixa rasto,
Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
A ave passa e esquece, e assim deve ser.
O animal, onde já não está e por isso de nada serve,
Mostra que já esteve, o que não serve para nada.

A recordação é uma traição à Natureza,
Porque a natureza de ontem não é Natureza.
O que foi não é nada, e lembrar é não ver.

Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!

Fernando Pessoa
PESSOA, F. O Guardador de Rebanhos, In Poemas de Alberto Caeiro. Lisboa: Ática. 1946 (10ª ed. 1993). p. 66
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Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar...

Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Typografia. Nacional, 1881.