Nao Machuque o meu Coracao

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⁠TEU MILAGRE

Demétrio Sena - Magé

Chego antes do corpo em teu abraço;
meu olhar é mais rápido que os pés,
os meus olhos, até os pensamentos
cujos passos flutuam de prazer...
Levo sonhos que a lua não explica;
minha noite se banha em teu luar;
tudo paira no ar dos meus pulmões
revolvidos nos panos de minha'lma...
Quando chego me deito ao teu redor,
meu amor já te louva igual fiel
e a dor já ganhou o teu milagre...
Entro antes de mim em tua rosa;
minha prosa liberta o meu poema
pra colher o teu pólen; fazer mel...
... ... ...

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⁠MEUS IGUAIS

Demétrio Sena - Magé

Tem um mundo apressado ao meu redor,
num estouro de gente sem destino,
numa dor coletiva que se oculta
em quem dança, quem malha e dá porrada...
Vejo muita pobreza em lixo e luxo;
como tudo está cheio de vazio;
fico murcho com tantos eus inflados
que desfilam nos palcos de quimeras...
Há um surto que ri de nervosismo,
auto estimas forjadas por pressão,
no mesmismo do posso, quero e faço...
Nas mazelas da minha realidade,
meus iguais estão cada vez mais presos
nessa desigualdade que os recolhe...
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⁠FEITIÇO VERDE

Demétrio Sena - Magé

Samambaias pontuam meu caminho;
bananeiras desfraldam suas folhas;
cada espinho se torna escudo-flor
contra mentes maldosas que me cercam...
Sei usar as Espadas de São Jorge,
mas não é pra ferir quem quer que seja;
o saião, a carqueja (os curandeiros
que bocejam nos brejos; várzeas; montes)...
Tinhorões me camuflam pra passar
nesta fase de vida inquietante;
a cigarra cantante me conduz...
Cachoeiras dão banho na minha'lma,
uma palma se assanha na palmeira,
entre árvores belas e plus size...
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⁠AMOR ATÍPICO

Demétrio Sena - Magé

Meu amor é do tipo que arrasta correntes
por quem sabe dispor seu melhor e mais denso;
faz alarde ou se acaba num ranger de dentes
e não cabe num sonho que não seja imenso...

Sou movido a sentir muito mais do que penso;
tenho medos expostos e gestos urgentes;
não importa o que faça, me falta bom senso;
onde choro meus olhos provocam enchentes...

Também rio igual rio que bate no mar,
sou alguém que não sabe a postura de amar,
quando pago pra ver nem espero por troco...

O meu tipo de amor não se ajusta igual gesso;
é um surto sem fim que me vira do avesso;
que troveja e que arranca sabiá do toco...
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⁠AMIGOS

Demétrio Sena - Magé

Há um mundo de amigos, talvez bem restrito,
mas que fazem meu mundo ser grato por ter;
tem um grito sincero de canto e poesia
nos meus olhos eivados, molhados de afeto...
Sei que o mundo traçado e disposto no mapa
já naufraga nas águas do seu narcisismo,
não escapa da fúria de sua tormenta
e se rende ao mesmismo do seu tanto faz...
Mas meu mundo de amigos, talvez meio feixe,
são a minha verdade capaz de salvar
desse mar que me atira terríveis tarrafas...
Os amigos são mundo que o mundo ignora
numa flora cinzenta, de fauna feroz;
ter amigos é voz pra curar o deserto...
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⁠FIM DE PEÇA

Demétrio Sena - Magé

Você foi o meu ciclo mais extenso,
minha história mais longa; pesarosa;
hoje penso em você como passado
que não tive; só tive a sensação...
Porque foi um encanto sem raiz,
uma luz ilusória no meu túnel,
fui feliz por engano e condução
da carência envolvida em seus tecidos...
Suas linhas teceram meus enredos
entre dedos astutos, teatrais,
seu adeus foi o pano em fim de peça...
Nada foi verdadeiro em seu afeto;
foi um teto abstrato, pois lhe via
nas estrelas que tive por você...
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"RITA"

Demétrio Sena - Magé

Você faz do meu sonho seu parque ou salão;
se diverte a valer, logo após me abandona;
me disputa e me solta igual pipa e balão,
tanto quer e não quer; é a serva ou a dona...

Gosto disso, apesar de viver na tensão;
ir ao fundo do poço e também vir à tona,
ora ser só instinto e depois coração
que parece de seda, tanto quanto lona...

Você tem um sabor de pitanga roubada
no pomar do vizinho que ameaça e grita,
mas diverte a quem brinca de correr o risco...

É meu tudo e me viro, já vira meu nada
e me deixa feliz, mesmo quando me "Rita"
nesse misto insondável de calma e corisco...
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⁠ASAS MURCHAS

Demétrio Sena - Magé

Quero tanto perder o meu temor
de sondar novamente alguma chance;
meu amor estremece a minha carne
que parece até alma de minh'alma...
Vim parar tão alheio aos teus sentidos
e fiz tanta pirraça pelas mágoas,
tantas águas romperam essa ponte
numa queda sombria no meu caos...
Tua falta me castra de mim mesmo;
vou a esmo num sonho desbotado
sem nenhuma esperança produtiva...
Minha espera de ainda me chamares
foi pros ares e nunca mais voltou;
nunca mais consegui abrir as asas...
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⁠SENTIMENTO DE EXCLUSÃO

Demétrio Sena - Magé

Meu sentimento de exclusão é algo inexplicável. Isso me deixa em conflito, porque não é só um sentimento, eu sei, no mais mais profundo em mim... mas não consigo apontar os atos em derredor, que fazem me sentir excluído. Só me sinto e calo, porque no contexto e na ambientação do meu sentimento, é sábio não agir. É prudente me calar. Prudente, neste caso, chega a ter o sentido de bom "pro dente".
Quando criança, eu tinha muita facilidade para ser "curto e direto" sobre meu sentimento contínuo de exclusão. Afinal, todos eram curtos e diretos nos motivos contundentes que me davam para sentir-me assim. Ninguém tem medo nem se constrange de fazer uma criança ou um adolescente chegar à conclusão de que não lhe cabe nenhum pertencimento em um grupo, ambiente ou clã. É fácil fazer isso, onde os outros também fazem.
Excluir um adulto perceptivo, conhecedor básico do sentido da exclusão, é mais complicado. Especialmente nestes tempos de tantos discursos e algumas leis anti-exclusão. Até nos ambientes familiares, onde geralmente ninguém aciona judicialmente ninguém por preconceito, exclusão, separatismo, as pessoas têm cuidado. Não sabem quem assumiria com elas os próprios atos impulsionados pelos mesmos sentimentos que todos veem como vilania, no outro.
Conheço desde cedo, externa e internamente, a exclusão. Externamente, há casos em que a lei resolve, se valer a pena, depois dos constrangimentos. Internamente, não, porque a presunção do afeto em torno, apesar da exclusão, aciona o meu afeto. E como tudo o mais também fica no campo da presunção, pois em tudo há uma linha tênue que gera dubiedade, resta o sentimento questionável de exclusão.
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TURISMO VISUAL

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Meu olhar desconhece um prazer mais fiel
que tomar os caminhos notórios em ti,
resvalar no teu céu entre nuvens de rendas
e sonhar que cheguei, como nunca será...
Faço ebó ao delírio dessa encruzilhada,
quando cruzas os rumos que levam à fonte;
como quem não quer nada, nada quero além
do que as águas discretas que brotam ali...
De repente os teus montes me chamam curvados;
quero todos os lados; não paro em nenhum
e me perco tentando encontrar equilíbrio...
É apenas turismo dos olhos vencidos
pela breve paisagem de todos os dias;
umas vãs utopias que brotam da pele...

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TODAS AS LÍNGUAS

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Já usei com você,
todas as línguas do meu afeto.
Usei as falas e os sinais;
também silêncios e presenças...
mas me cansei.
Calei o peso do seu nunca
e despertei meu nunca mais...
minhas reticências...
aprendi a linguagem das ausências...

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SOBREVIVENTE

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Meu protesto é pretexto pra sobreviver,
para ver se me veem como alguém que soma,
não cair nesse coma de quem deixa estar
e se torna uma estátua pra fezes de pombos...
Minhas letras me grafam nas linhas do mundo
como forma de abrir a janela do peito;
dar um jeito de achar o caminho pros olhos
dos que acham que podem reter a verdade...
Todo texto é contexto que atesta o seguir;
existir é protesto contra quem nos mata
de viver por viver quando falta sentido...
Sob versos e prosas de amor e vivências
tenho mil reticências entre as quais exclamo,
interrogo e proclamo que ainda respiro...

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SEMPRE VOCÊ

Demétrio Sena, Magé – RJ.

Você nunca deixou de ser meu sempre,
mesmo quando acenei pro quanto havia,
pois não via o sem fim do que nos ata
e devolve o que chega em seu abismo...
Sempre foi a presença inesgotável,
meu passado presente no futuro,
lá no muro do espaço grafitado
com as tintas de nossa eternidade...
É a força real do ponto fraco,
caco a caco de todos os mosaicos
entre os quais vou tentando ser inteiro...
Meu jamais agradece ao seu ainda;
você é minha única estação;
a única expressão de minhas fases...

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BÚFALO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Ter apenas meu canto; meus canteiros;
uma rede, o repouso, tempo justo;
ver janeiros, agostos e dezembros
numa ida sem pressa nem conflito...
Minha idade se vai como rebanhos
que apreciam seus brejos e pastagens,
tomam banhos de chuva e manguezais
e não temem, pois não sabem temer...
Alcancei meu instinto primitivo,
quero apenas os dias que já vejo,
porque vivo de chão; de céu; de ar...
Mas ninguém tangerá sequer um passo
do que faço e do que perco da vida;
não sou boi de fazenda e matadouro...

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O GRITO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Eis aqui meu sermão:
abro mão de abrir mão
de abrir o verbo e gritar.

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SINAL DE PASSAGEM

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Desta vez meu silêncio por tuas caladas;
nas caladas do tempo aprendi a ser frio;
dou a minha lonjura por tua distância,
teu estio me seca e não vingo mais sonhos...
Hoje prendo esperanças por crime de abuso;
por excesso de voo no céu deste afeto;
condenei ao desuso as expectativas
e me atenho a saber que mentias pra mim...
Fui um jogo agradável no teu tabuleiro,
terapia e canteiro para teus cansaços,
quando a vida lá fora corria demais...
Mas agora o meu sempre se desacelera;
dou à tua geleira o sinal de passagem
pra forjar primavera em outras ilusões...

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DONO DO MEU TODO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Tenho fantasias inibidas de um atrevimento só meu. Uma timidez despudorada. Secretamente despudorada. Muitas vezes, meu corpo nada mais quer do que as carícias leves do vento.
Vem aquele desejo enorme de seguir uma estrada sem levar bagagem. Nem panos na pele. De não temer consequências, porque não haverá. Porque será transparente o sentido verdadeiro de um ato não tresloucado, por ser apenas libertário.
Para o que ouso idealizar, não haverá espadas nos olhos; nem cicuta nas línguas; nem pedras nas mãos de quem me vir tão eu. Tão dono do meu tudo e seu nada mais.
Nessas minhas fantasias, imagino que o corpo não agride. Que me atiro além da estampa e minh´alma veste a pele. Minha carne se torna uma vitrine sincera de quem sou por dentro.
Momentos meus. Do meu eu comigo e mais ninguém. Quando sou deus do meu mundo e toda lei é minha. Não tenho pecado, porque tudo posso no sonho que me fortalece.

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AUTORRETRATO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Hoje acho que achei o próprio rosto;
meu espelho reflete a minha imagem;
se me olho já sei, não é miragem,
tenho forma, textura, cheiro e gosto...

O que fui até ontem foi viagem,
pois não tinha raiz, um cais, um posto,
cada eu era um vulto ao caos exposto,
só estava ou só era de passagem...

Esse ontem faz tempo que já era;
já me tenho, apesar das estações,
entre as quais desenhei a primavera...

Desde quando cresci, mesmo depois
do meu tempo e das minhas mutações,
sou quem sou como quatro é dois mais dois...

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PAPEL DE PRESENTE

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Apostei no que fomos, o meu afeto mais sincero e profundo. Fiz isso, até já não sermos. Foram anos e anos de sonhos que eu poderia julgar em vão, mas não o faço, porque mesmo assim fui feliz... porque tive a miragem que gerou raiz em meu coração, cresceu e deu frutos.
Sou quem viveu de verdade; quem se doou de fato, porque fiz da quimera um enredo perfeitamente palpável... meu aqui, meu agora, o presente futuro num papel de presente que a saudade sempre afagará, das mais doces formas de nostalgia. Terei sempre o que reviver, para ser feliz de novo, junto ao ser feliz como sou neste momento, pelo meu poder de acreditar.
Hoje, além de viver do presente, usufruo dos juros daquelas juras de afeto, que saíram falsas de seus lábios e chegaram reais ao meu íntimo. Preservei o que fomos, e o faço quando já não és. Tenho asas para voltar ao passado somente meu e suprir a esperança de um novo dia, cada vez que os meus olhos se fecham para uma nova noite no céu das minhas expectativas.
Enquanto perdias tempo enganando a ti mesma, ganhei tempo construindo história. Renovei meu império sentimental, enriqueci ainda mais meu mundo, e fui ao centro de tudo para me reaver; me recriar. Pesquei para mim, todos os tesouros do tempo que perdeste.

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EUTANÁSIA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Um adeus que chegou ao meu aceno,
sem a minha vontade ou conivência;
foi um dreno imprevisto e compulsório;
eutanásia do sonho terminal...
Veio à mão, exigiu meu gesto vago,
gradual, reticente, sem anúncio;
dei um trago moroso numa guimba
cuja brasa expirava em outra ponta...
Era seu esse adeus, foi golpe sujo
desviar o processo para mim,
pra eu dar o seu fim à nossa história...
É a pura verdade, que acenei;
porém sei que o aceno, embora meu,
se assinou com a sua acenatura...

Inserida por demetriosena

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