Nao Ha Tempo para Errar

Não há prazer mais complexo que o do pensamento.

O poeta pode contar ou cantar as coisas, não como foram mas como deviam ser; e o historiador há-de escrevê-las, não como deviam ser e sim como foram, sem acrescentar ou tirar nada à verdade.

Quando o coração pode falar, não há necessidade de preparar o discurso.

As nossas maiores dissimulações são desenvolvidas não para esconder o que há de ruim e feio em nós, mas o nosso vazio. A coisa mais difícil de esconder é aquilo que não existe.

Posso simpatizar com a dor de uma pessoa, mas não com os seus prazeres. Há algo de rigorosamente monótono na felicidade dos outros.

Não há prazer em possuir algo sem companhia.

Não há absolutamente ninguém que faça um sacrifício sem esperar uma compensação. É tudo uma questão de mercado.

Não há homem completo que não tenha viajado muito, que não tenha mudado vinte vezes de vida e de maneira de pensar.

Contra o calar não há castigo nem resposta.

Não há virtude, rigorosamente falando, sem vitória sobre nós próprios, e nada vale o que nada nos custa.

Não há nada que valha a dignidade do silêncio.

Não há nada que recebamos com tanta relutância como os conselhos.

Não há amor como o primeiro, mesmo que esse primeiro seja o último.

Não há arte patriótica nem ciência patriótica. As duas, tal como tudo o que é bom e elevado, pertencem ao mundo inteiro e não podem progredir a não ser pela livre ação recíproca de todos os contemporâneos e tendo sempre em contra aquilo que nos resta e aquilo que conhecemos do passado.

Não há governos populares. Governar é descontentar.

A grandeza consiste em tentar ser grande. Não há outro meio.

Não há nada no mundo, nem recompensa, nem castigo, o que há são consequências.

Morremos quando não há mais ninguém por quem tenhamos vontade de viver.

Há uma coisa ainda mais difícil do que seguir um regime; é não o impor aos outros.

Não há quem não cometa erros, e grandes homens cometem grandes erros.