Nao Ha Passageiros na Nave Espacial Terra
RENASCIDO
Se eu não puder nascer de novo,
Que eu seja então renascido,
No meio deste mesmo povo,
Que eu não tenha esquecido,
Das visões altas do céu,
Das verdes campinas, remido.
E que nas minhas lembranças,
Não contem as visões da ida,
Só as palavras ouvidas, chama
A contar à minha vida,
Que nunca mais me desengana
Nem de mim entristecido.
Que o doce inflamar dos dias,
Sejam por mim festejados,
E as flores onde vá a mão,
Eu possa todas beijar,
Um beija-flor, que por seu bico,
Eu tenha sido muito beijado.
Quero ruminar o gosto,
Sentir todas as frutas,
Comer as que dão do rosto,
Trazer guardadas as maduras,
Ser uma estampa, bem posto,
No meio do mundo, moldura.
Sentir o que não senti,
Não a dormência das mãos,
Não a permanência sem ti,
Não a tristeza vã,
Não a ausência de mim, sentir
Beijar tua boca romã.
"É justamente por intuir o meu lugar na vida (ou existência) das pessoas que ajo de modo a não (me) arrumar problemas."
Muitas das vezes o que devemos dizer é não dizer. Mas eu prefiro dizer que ti amo, e com isso quero dizer que venci o meu orgulho. Que tal venceres o seu e ti entregares para mim?
Foram dois anos, dois anos nessa solidão, nessa loucura que é entre o que se espera e o que não se guarda. Foram dois anos que me prendi numa história e eu não queria mais saber de ninguém. Essa história me cansou muito, e eu percebi que se não começasse a olhar o mundo de outra forma, ele jamais mudaria. Então, comecei a olhar o mundo de um jeito inocente, aos poucos, fui deixando o grande podre de lado e fui vendo tudo de um jeito mais bonito.
Tenho a total consciência que desisto de tudo e de todos muito rápido. Não sei mais aonde está. Não sei mais sobre sua vida, seus casos, e sua felicidade paralela. Não sei mais sobre seus pensamentos ou suas frases de efeito. Não ouvi mais seu sorriso e muito menos a sua voz. Não mais vi o seu olhar. Não mais consegui respirar aliviada depois de tudo isso. Mas eu sei, um dia, tudo isso precisa passar.
Chorei sozinha, reclamei sozinha, acabei me tornando algo que não sei mais quem. Fui má comigo. Em vez de vítima, ganhei papel de destaque de vilã nessa história.
Não sou santinha, não sou boazinha. Sou uma menina que faz coisas certas e erradas e isso é absolutamente normal. Chega um dia que é preciso crescer. Chega um dia que a gente quer desistir e outros, queremos tentar. Chega um dia que o mundo não suporta mais sua carência e te rotula. Chega um dia que partimos para outra, já que estamos cansadas de esperar por alguém que não se importa.
Ele não me dá mais a mínima, não quer mais saber de mim, e deve nem mais me ler. Mas eu não sinto raiva, nem ódio. Não quero dar a volta por cima só para mostrar ao mundo que estou bem.
Chega um dia que ser taxada como louca não faz mais sentido. Chega um dia que eu vou querer ser levada a sério. E eu não tenho orgulho algum, e continuarei correndo atrás daquilo que acredito. Penso que muita coisa poderia ter sido evitada. Muito choro poderia ter sido adiado, muito sonho poderia se realizar, muitas pessoas poderiam ir embora de vez.
Já que ninguém mais me dá valor, eu também comecei acreditar que não merecia qualquer forma de valor. E garanto que é bem melhor assim. Não sou triste, não sou nada.
Mas aí, a festa acaba. A bebida me faz ter amnésia. A bebida me faz ser o que sempre fui. E eu não me importo, porque todos estão bêbados e não vão se lembrar de mim. Não me importo, não mesmo. A festa acabou, fiquei de boa, brisando ou até mesmo querendo que tudo passe, porque eu sei, nada disso é sanidade, tudo isso é loucura. O tempo passou. E a menina cresceu
Depois de muito tempo fui me analisando, olhei fixamente para o espelho e eu já não sei quem mais sou. Tenho dez quilos a menos quando comecei a escrever, olheiras profundas, lágrimas querendo descer, e maquiagem borrada. Continuei me olhando no espelho fixamente e tentei adivinhar os fatores que aconteceram para que ele pudesse me ver longe. Não sou horrorosa, sou até bonitinha – quando estou em perfeito estado, sem olheiras ou maquiagem borrada –
Continuei me examinando e vi o corte no pescoço, não fundo, apenas um cortezinho como se um gato me arranhasse ou como qualquer coisa assim. Continuei por um bom tempo pensando no que eu havia me transformado, ou até mesmo, no que eu era verdadeiramente e que só agora revelou-se. Dez quilos a menos, um sorriso torto mas que possa mostrar a segurança de dizer que está tudo bem – mesmo sabendo que não há nada bem aqui –
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